Um pároco, sua égua Princesa e uma missão especial no Domingo de Pentecostes: levar sua comunidade a uma romaria espiritual ao Santuário de Schoenstatt.
A cavalgada do Pe. Rafael Costa, realizada no dia 31 de maio de 2020, vai além de um passeio descontraído ou de uma jornada aleatória pelas zonas rurais do Distrito Federal. Neste tempo de pandemia, Pe. Rafael encontrou uma forma diferente de conduzir sua comunidade até a casa da Mãe e Rainha. O roteiro que ele percorreu tornou-se uma oportunidade de oração e uma experiência missionária para todos da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Migrantes, de Sobradinho, no Distrito Federal.
Abaixo, Pe. Rafael conta como foi sua peregrinação ao Santuário Tabor da Esperança, em Brasília:
Assumi a Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Migrantes em agosto de 2018. No ano passado eu convoquei a comunidade para encerrarmos o mês de maio fazendo uma peregrinação ao Santuário da Mãe e Rainha durante o último sábado. Quem organizou essa peregrinação foi o grupo do Terço dos Homens e nós fomos, em média, com cem pessoas. Caminhamos da paróquia até o Santuário, num total de 17 quilômetros.
Então, na assembleia paroquial, nós definimos e deixamos já reservado, no calendário, o dia dessa peregrinação, no mês de maio, ao Santuário da Mãe e Rainha. Em 2020 seria no dia 16, pois no último sábado não seria possível.
Mas, com a pandemia, não foi possível de se realizar…
O Papa Francisco motivou a todos, neste mês de maio, a realizar uma peregrinação espiritual, uma “peregrinação do coração” aos Santuários Marianos. Sabendo disso, e para não deixar de realizar a nossa romaria, eu fui levando minha comunidade em oração comigo, na minha mente, nas minhas intenções e convoquei a todos para que me acompanhassem de maneira espiritual.
Então, no Domingo de Pentecostes, eu celebrei a Missa às 10 horas na paróquia, abençoei algumas velas e pedi que cada um fosse até a paróquia, pegasse sua vela, acendesse e rezasse o Rosário comigo.
Após a Missa eu montei na égua e comecei a minha peregrinação. O trajeto foi da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Migrantes até o Santuário, 17 quilômetros. Saí da Paróquia às 11h30min e cheguei ao Santuário às 15h30. Durante o trajeto, passei na casa de uma família de paroquianos para almoçar e a gente continuou o caminho.
Foi uma experiência de muita emoção. Eu senti muita falta do povo. Nessa pandemia, tem sido muito difícil celebrar na igreja com os bancos vazios, sem as pessoas, e esse domingo foi o dia em que eu mais senti falta delas, das ovelhas que Deus confiou aos meus cuidados. Mas, ao mesmo tempo, eu fui rezando e todos nós, juntos espiritualmente, unidos em oração, tivemos como prece principal a novena da nossa padroeira, que começa dia 12 de junho. Eu pedi, fui rezando nessa intenção, fiz essa peregrinação por esse motivo e pedi a todos os paroquianos que rezassem para Deus nos iluminar; pedi também para que eles dessem ideias, conforme fossem rezando, sobre o modo que devemos realizar a nossa festa da padroeira, de maneira que todos possam participar.
Foi uma experiência de Deus. Eu cheguei ao Santuário e nós rezamos uma dezena do terço, sobre a vinda do Espírito Santo, já que era dia de Pentecostes. Eu toco violão e canto e depois de rezar essa dezena, disse algumas palavras e nós cantamos a Consagração à Nossa Senhora. Eu me senti realmente acolhido, me senti nos braços da Mãe.