Quando era pequeno, Romário Souza conheceu o Movimento Apostólico de Schoenstatt e ingressou no grupo dos Pioneiros. Desde então foram muitas experiências de acampamentos, encontros, missões, vivências à sombra do Santuário Sião, do Jaraguá, São Paulo/SP. E, como todo schoenstattiano, levava consigo o anseio de atravessar o Oceano Atlântico e conhecer o lugar de origem do Movimento, onde tudo começou. Ao realizar esse sonho, ele conta como foi a experiência de descobrir pessoalmente tudo o que está nos livros e já fazia parte de sua vida há tantos anos:
Quando recebi o convite para falar qual foi minha experiência do período que vivi em Schoenstatt, confesso que fiquei muito feliz, não só pela responsabilidade de passar para o computador o que vivi, mas de lembrar de todo o momento único que foi morar naquele lugar.
Se você pegar o significado da palavra Schoenstatt, seria “belo lugar” – é exatamente isso! Quando pisei pela primeira vez no Santuário Original, passou um filme pela minha cabeça. Recordo-me que, nos meados de 1997, jogando bola no pátio da matriz Nossa Senhora da Conceição, no Jaraguá (São Paulo/SP), com um grupo de meninos do bairro, foi ali que iniciou minha jornada em Schoenstatt. Entre reuniões, acampamentos, missões, tudo que vivi, nada substitui a sensação de conhecer aquele belo lugar! É como viver as páginas dos livros e sentir o nosso fundador, Pe. José Kentenich, dizer: “Eu me coloco à sua disposição com tudo o que sou e tudo o que eu tenho: meu conhecimento e ignorância, minha competência e a minha incompetência, mas, principalmente, com o meu coração… Vamos aprender a educar-nos, sob a proteção de Maria, para nos tornarmos homens de caráter firme, livre e sacerdotal…”. (Documento de Pré-Fundação de Schoenstatt)
Schoenstatt me fez aprofundar a minha espiritualidade. Não sei o que seria da minha vida sem a Mãe de Deus, ela operou vários milagres na minha vida.
Cheguei à Alemanha dia 29 de novembro de 2019 e me mudei para a Irlanda dia 25 de fevereiro de 2020. Foram exatamente 87 dias em Schoenstatt, especificamente morando na Bundesheim (Casa da Aliança), onde fui voluntário. Conheci pessoas incríveis, que levarei para minha vida; trabalhei duro, o lugar, por si só, exige o melhor que existe em você, impossível não ser a sua melhor versão.
Bundesheim (Casa da Aliança) é uma construção importante na história de Schoenstatt. Ela abrigou capítulos decisivos no livro da história do Movimento. Construída a serviço das atividades do Movimento, especialmente para atender os grupos de retiros, ali o Pe. José Kentenich viveu por longos anos (de 1928 até 1951). Conhecer a história desse lugar foi único e jamais vou viver algo parecido. Todos deveriam ter a oportunidade de pisar naquela terra, a mesma que em todos dias toca o céu.
Tive a experiência de conhecer outros lugares além de Schoenstatt, lugares que têm grande significado para o Movimento, como, por exemplo, o campo de concentração de Dachau e também Gymnich, a cidade onde nasceu nosso fundador; além, também, de conhecer a igreja da Adoração, lugar da sua morte em 15 de setembro de 1968 – lá também está seu corpo sepultado na sacristia.
Poderia falar de todos os lugares, porém, teria que escrever um livro. Agradeço à Mãe de Deus por essa oportunidade, por carregar minhas energias no período que fiquei pertinho dela. Agradeço todas as pessoas com as quais convivi em Schoenstatt, pessoas que me ajudaram a experimentar esse amor, as Irmãs Maria, os Padres, Irmãos de Maria, as famílias, senhoras, leigos e os voluntários, claro, não posso esquecer de todas as pessoas que me ajudaram a conquistar esse sonho.
Me despeço com os olhos cheio de lágrimas, pois, lembrar deste momento é aquecer o coração e viver a prática da Aliança de Amor.