O Terço dos Homens Mãe Rainha (THMR) não desiste de sua missão durante a pandemia
Karen Bueno – Como enfrentar este período de crise e continuar a missão do Terço dos Homens, mesmo com o distanciamento social? Essa pergunta chega à casa do Sr. Rômulo de Oliveira, chega até Joel Andrada, chega a Rubens Rosa e a tantos outros homens pelo Brasil afora.
Segundo dados da Secretaria Nacional do THMR, estima-se que, no país, mais de 1 milhão de homens se reúnem semanalmente para rezar o Terço nas paróquias e capelas. Mas, de uma hora para outra, tudo teve de parar. Porém, mesmo com o cenário de afastamento e cuidados sanitários, os homens se mostraram criativos e missionários; eles foram se reorganizando e aprendendo novas possibilidades de apostolado. Trouxemos aqui a experiência de três locais distintos no nordeste, mostrando como foi sua experiência ao longo dos últimos meses.
Arquidiocese de Fortaleza/CE
O coordenador do Regional Nordeste 1, Rômulo de Oliveira, conta sobre os encontros na Arquidiocese de Fortaleza/CE:
Nós realizamos o terço com a participação dos grupos utilizando um aplicativo. Tem sido uma nova forma de juntar os homens de vários lugares. Nossa Arquidiocese conta com nove dioceses e o contato entre os participantes durante o terço tem, de certa forma, aproximado os grupos. Já realizamos encontros como nosso assessor (Pe. Argemiro Ferracioli) e o terço com a participação dos filhos.
A aproximação dos grupos, mesmo que à distância, vem mostrando um grande benefício e aprendizado para todos. Por exemplo, partilhamos as ações social realizadas pelos grupos, como a arrecadação de alimentos para distribuir em cesta básicas, a distribuição de sopa aos moradores de ruas e os mutirões de moradia (construção de casas para os necessitados). Esses exemplos servem como motivação para outros grupos. O terço rezado na Igreja doméstica faz com que os homens rezem todos os dias, já que alguns, devido à correria diária, só o faziam nos encontros nas igrejas e capelas.
No início tivemos algumas dificuldades, pois uma parte dos integrantes do Terço não tinha muita habilidade com as redes sociais que utilizamos. Além disso, em algumas localidades de Alagoas o sinal da internet é ruim. No final de abril, iniciamos uma novena pelo Whatsapp e no mês de maio começamos com lives pelo Instagram (realizada por nós da coordenação diocesana do Terço dos Homens Mãe Rainha, da Liga de Mães e da Campanha da Mãe Peregrina – todos sem experiências para esse trabalho). Mas, aos poucos, percebemos que, com nossos apelos, estímulos e orientação, algumas pessoas criaram suas contas nas redes sociais para participar.
Em junho as lives continuaram, como no mês anterior, ou seja, três vezes na semana, mas, com uma diferença: Convidamos os integrantes dos ramos, em diversas localidades, a fazerem as transmissões de sua casa, usando as nossas redes sociais. Foi muito gratificante participar das lives com eles, pois percebemos claramente a alegria desses momentos em suas vidas, da família e comunidades, além disso, todos nós recebemos momentos de espiritualidade, carinho e cuidados diferentes.
Arquidiocese de Maceió/AL
O coordenador do THMR na Arquidiocese de Maceió/AL, Joel Andrada, resume as experiências desses últimos meses:
Em nosso grupo do Terço dos Homens, iniciamos uma formação todas as terça-feira. Eu imprimo as fotos do livro de estudo e encaminho a todos os dirigentes de nossa Arquidiocese, pedindo que eles repliquem em suas paróquias e comunidades.
Nos meses de junho e julho também tivemos a participação de vários Padres e as Irmãs dos Santuários de Schoenstatt, que fizeram lives por nossas redes sociais.
Mesmo com a necessidade do isolamento social, as lives nos proporcionaram estar mais presentes diante de todos, até mesmo daqueles que habitualmente estavam distantes geograficamente. Acredito que este período nos permitiu também um maior cuidado e um olhar mais atento para o nosso Movimento.
Santuário de Olinda/PE
O Sr. Rubens Rosa faz parte da caminhada do Terço dos Homens desde o início, em Olinda/PE. Ele relata como estão aproveitado essa experiência de pandemia para expandir a vivência do Terço:
Agora nós estamos vivendo uma nova fase em função dessa pandemia que tomou conta do mundo inteiro. Não é fácil, porque nós estávamos acostumados a reunir, toda noite [de Terço], entre 100 e 150 homens diante do Santuário. De repente, precisamos ficar ausentes do nosso ‘pedacinho do céu aqui na terra’, como costumo dizer sobre o Santuário. Agora só o visitamos por imagens, com lembranças e recordações – mas é necessário que a gente se mantenha assim, não é?
Nós tivemos a graça que os padres aqui no nosso Santuário se prontificaram a rezar o terço e fazer as transmissões via Facebook e via Youtube. E, com isso, começamos a conquistar outras pessoas, outras famílias que semanalmente se unem a nós via redes sociais.
Agora, aos pouquinhos, estamos voltando a rezar novamente no Santuário. Começamos com um número muito reduzido ainda, são quatro ou cinco pessoas no máximo: uns que rezam e outros que ficam por trás das câmeras para ajudar na transmissão. E, junto a isso, nós temos muitas pessoas que nos agradecem por dar essa oportunidade de fazer com que o terço chegue até as suas casas; pessoas que nos pedem oração; pessoas que também dizem que foram recebendo as graças através do Santuário, enfim, eu acho que tem um dedinho da Mãe de Deus nisso tudo, porque talvez, aproveitando essa telinha, ela pode chegar a tantos outros lugares, até mesmo outros países – semana passada, por exemplo, nós tivemos notícias de pessoas de Portugal assistindo ao nosso terço aqui de Recife/Olinda. Enfim, é uma alegria muito grande.
Temos uma confiança grande na Mãe de Deus, no seu filho Jesus, que tudo isso em breve vai passar, não só aqui em Recife, mas também no Brasil e no mundo inteiro. Nós rezamos muito por isso, pedimos muito essa graça a Nossa Senhora, tenho certeza que ela tem já tem feito muita coisa boa acontecer.