A juventude se adapta e faz da vida diária seu principal campo de missão
Maria Eugênia Ulbrich – Do dia 2 a 7 de setembro ocorreu, virtualmente, a tão esperada Missão Universitária 2020, da Juventude de Schoenstatt do Regional Paraná. Participaram 90 jovens de diversas cidades: Londrina/PR, Maringá/PR, Cornélio Procópio/PR, Arapongas/PR, São Sebastião da Amoreira/PR, Ibiporã/PR, Curitiba/PR, Foz do Iguaçu/PR, Campo Mourão/PR, Uraí/PR, Criciúma/SC, São Paulo/SP, Caieiras/SP, Caiabu/SP e Poços de Caldas/MG. Houve também a participação e formação de missionários de outros países, como EUA e México.
De maneira inédita, os jovens foram divididos em 3 comunidades online e a organização foi feita por 40 jovens divididos entre reitores, equipes de espiritualidade, comunicação, formação e técnicos de informática, além dos três assessores que acompanharam tudo: Pe. Clodoaldo Kamimura, Ir. M. Jacinta Donati e Ir. M. Patrícia Lemes. Outros 80 jovens se inscreveram para receber os conteúdos de formação.
Comunidades digitais
O desafio de realizar uma Missão durante a pandemia foi lançado, mas todos que aceitaram participar empenharam-se e deram abertura para que Deus realizasse suas obras conforme a sua vontade. E assim aconteceu. Antes de iniciar as missões, todos os missionários se prepararam física e espiritualmente com a conquista da sua capela (veja o exemplo na foto). As missões iniciaram na quarta-feira à noite e era palpável o espírito comunitário que envolveu a todos.
Nos dias seguintes, todos se uniam, virtualmente e espiritualmente, às 6h30min para a Santa Missa, presidida pelo Pe. Clodoaldo Kamimura, no Santuário de Londrina/PR, com transmissão. Em seguida, nas três comunidades, os espirituais compartilhavam a leitura orante da Bíblia. Assim, pedindo que Deus Pai se fizesse presente ao longo do dia, os missionários começavam seus afazeres diários cultivando a espiritualidade também nas tarefas cotidianas.
Os missionários se prepararam física e espiritualmente com a conquista de uma capela simbólica, que se tornou seu local de oração
Lives, podcasts, vídeos
As formações tiveram diferentes formatos para que cada um pudesse adaptá-las à sua rotina. Ocorreram por meio de podcasts, vídeos e lives, abordando temas sobre a relação pessoal do missionário com Deus, sua vivência em comunidade e sobre o momento do envio. Os materiais de formação trouxeram reflexões de Ana Paula Paiva e da família Aymerich (Eduardo e Rosa, que vivem na Costa Rica), do Instituto de Famílias, os padres Vitor Hugo Possetti, Afonso Wosny e Alexandre Awi, do Instituto dos Padres de Schoenstatt, da Sra. Ana Christina Melquiades, do Instituto Nossa Senhora de Schoenstatt. Os jovens contaram também com o apoio do Diácono Rafael Mota, que esteve disponível ao longo de toda a jornada respondendo dúvidas e auxiliando com dicas da vida espiritual do missionário. Outras pessoas também deram seu testemunho de missão:
Ir. M. Glaucia Couto (Instituto das Irmãs de Maria) – Experiência de apostolado na Santa Casa
Pe. Gustavo Hanna (Instituto dos Padres de Schoenstatt) – Vocação como fruto das missões
Mateus Carvalho (Liga de Famílias) – Missões no Brasil, Missão no Morro e Missões em família
Daniel Lawand (Jumas Sudeste) – Missão de Rua, na Cracolândia de São Paulo
Ricardo Ilhe e Edwards Petrassi (Jumas Londrina) – Missões com a Juventude Masculina de Austin (Texas, EUA)
Roberto Gonzalez (Instituto dos Irmãos de Maria) – Apostolado na Cadeia e Casa Mãe de Tuparendá
Thalia Salvador (Toca de Assis) – Missão constante com a população em situação de rua
Ingrid Basaldua (Jufem México) – México Luz de Maria – Missões nacionais.
Jaqueline Mota (RCC) – Jesus no Litoral
Maria Elisa (Opus Dei) – Apostolado na vida diária
A oração do terço era feita entre os trios missionários que foram enviados no primeiro dia. Os momentos de vivência em comunidade ocorreram à noite e, embora não fossem longos, eles foram profundos e intimamente ligados à formação do dia.
Luísa Negrão, de Londrina, comenta sobre essa experiência: “Para viver as minhas Missões em 2020, não precisei sequer sair do meu quarto. Isso pode até parecer frustrante para uma missionária de ‘primeira viagem’, mas foi fundamental para que eu entendesse que o ser missionário não depende do ‘ir’. Eu não fui para outro estado, eu não fui para outra cidade, eu não fui para a casa de outras pessoas. E foi assim que eu percebi que nós, missionários, temos muito mais a ver com o ‘ser’. Depois desses 6 dias, me sinto verdadeiramente uma missionária por amar a Deus que eu conheço e por querer, ainda mais, fazer conhecido o Deus que eu amo”.
Uma experiência única
Durante o final de semana, com a rotina de todos mais maleável, as formações foram ao vivo, durante a tarde, com Pe. Alexandre Awi, no sábado, e com a Sra. Ana Christina Melquiades, no domingo. As vivências puderam se alongar e foram transmitidas do Santuário de Londrina. O convívio ao final do dia entre as comunidades – o famoso “rato” – acontecia com muito ânimo, nesse momento de vinculação, todos os que podiam, ficavam conversando e brincando por vídeo chamada durante a madrugada.
Com o lema “Meu ensinamento não vem de mim mesmo, mas daquele que me enviou” (Jo 7, 16), os jovens buscavam, com essas missões, tornarem-se missionários que conhecem mais a fundo a fé. O objetivo é ir além da convivência com Deus apenas no domingo, ou nos 7 dias de Missões Universitárias, mas nadar mais a fundo, por meio da formação e do aprendizado sobre a fé, sobre a Igreja Católica, e serem missionários no dia a dia.
A sensação de muitos – se não de todos – foi de espanto. Não se esperava que coisas grandiosas, o convívio forte em comunidade e a profundidade das formações e da espiritualidade pudessem ser alcançados com a distância física, mas o Espírito Santo os uniu e agiu em cada um. Raphael De Mari, do Jaraguá-São Paulo, comenta: “Essa missão mexeu demais comigo e acredito que tenha mexido com as outras pessoas. Um ponto em particular que gostei foram justamente os momentos de espiritualidade: a mensagem que era passada nesse momento. Resumindo, esta missão superou todo tipo de expectativa e surpreendeu a todos”.
Para Pamella Carvalho, de Cornélio Procópio, “foi tudo muito surpreendente. O Espírito Santo atuou com protagonismo em todos os momentos. Foi incrível ver a formação e a espiritualidade em uma comunicação sobrenatural. Para além disso, a grande surpresa foi a vinculação. Confesso que não esperava um espírito de comunidade tão intenso… Os reitores empenharam-se muito em atividades que estimularam a vinculação, os espirituais trouxeram muita leveza e a equipe de formação escolheu muito bem as fontes e formatos dos materiais. Podcasts, lives, vídeos gravados… Tudo muito dinâmico, natural e profundo! Pessoalmente recebi muitas respostas nos dias de missões e, dias depois, ainda ressoam em meu coração todas as palavras que ouvi e as experiências que vivenciamos”.