Dez famílias conquistam um lar graças aos homens do Terço
Karen Bueno – De segunda a sexta-feira, eles levantam cedo para trabalhar e ganhar o sustento. São pais de família, são filhos, esposos, são homens que param toda semana, por um momento, para rezar o Terço. Quando chega o final de semana, além dos períodos dedicados aos familiares, eles juntam a trena, a colher de pedreiro, desempenadeira, carrinho de mão e diversos outros itens: o Terço dos Homens Mãe Rainha, em Tianguá/CE, oferece parte do domingo aos mutirões, construindo casas para as famílias que mais precisam.
“O que eu tenho para dizer é que, graças a Deus, estamos realizando o sonho de várias famílias aqui da nossa região”, começa dizendo o Sr. Alzemar de Almeida Oliveira, coordenador diocesano do Terço dos Homens Mãe Rainha na Diocese de Tianguá/CE.
Cimento, areia e água são misturados ao amor
Sem muitos recursos, mas com um grande desejo de fazer a diferença, os homens do Terço partem para ajudar a quem precisa: “Vimos aqui as necessidades e criamos esse grupo ‘Construindo Sonhos’. Nós começamos com quatro ou cinco pessoas e hoje já estamos com quase 20. Foi o começo de um projeto que já virou realidade. Nós não podemos movimentar toda a Diocese, mas aqui em Tianguá e em Ubajara/CE a gente está realizando o sonho de várias famílias”, diz Alzemar.
Ouça a entrevista:
Como tudo funciona na prática? Ele explica: “Para começar, fazemos uma visita na casa e vemos quando a pessoa não pode levantar a casinha. A gente procura ajudar mais as pessoas do interior. Às vezes elas têm o material para levantar, mas não podem pagar a mão de obra. Aí a gente junta um mutirão de 15 a 20 homens e vamos lá; trabalhamos dois ou três finais de semana e deixamos a casinha no ponto de cobrir. Graças a Deus está dando certo. Nós procuramos sempre realizar esse trabalho para as pessoas mais carentes e muita gente já foi beneficiada. Os nossos irmãos aqui [do Terço dos Homens] trabalham a semana todinha e tiram metade de um dia para nos reunirmos e fazermos esse trabalho de ajudar o próximo”.
Desde janeiro deste ano, 2020, quando tudo começou, já foram erguidas cerca de dez casas. “O mutirão acontece todos os domingos. Por causa da pandemia, paramos o trabalho por dois meses, mas aí, nos prevenindo, usando máscara, começamos a trabalhar de novo. Estamos tocando bastante coisa para a frente aqui e está muito bom. Graças a Deus temos esse movimento e estamos incentivando cada um deles para podermos continuar ajudando esses irmãozinho que estão precisando de suas casas, que mal têm condição de pagar o material e, por isso, a gente está dando a mão de obra”.
“Aqui você vê que o trabalho vem de coração”
O tempo e a atenção, dois recursos tão preciosos na atualidade, são o presente que esses homens oferecem para as famílias: “Durante a semana, alguns são empregados, outros trabalham como autônomos. Aí quando chega o domingo eles vão doar o que têm: o trabalho, o coração, a vontade de ajudar o próximo. É mais ou menos dessa forma que a gente consegue manter esse grupo unido e a gente atua: trabalhando a semana inteira para sobreviver e aos domingos dando o máximo para ajudar. Aqui você vê que o trabalho vem de coração”, comenta o coordenador Antônio Carlos de Araújo.
Nas concepção do Pe. José Kentenich, fundador de Schoenstatt, “se não ajudarmos os pobres e conseguirmos justiça social e amor para eles, a Igreja não pode chegar a ser uma Igreja do povo. Se o Movimento Apostólico, se nós, portanto, não nos introduzirmos com força e vigor nas engrenagens de nossa época, quando temos ocasião e fazê-lo, somente teremos sonhado um belo sonho de renovação do mundo. […] Devemos colaborar, portanto, para que os problemas sociais ao nosso redor sejam resolvidos”. [1]
O Terço dos Homens de Tianguá compreendeu esse chamado e colocou-se em saída, como missionários. Benedito Horácio dos Santos comenta: “É uma honra muito grande ajudar o próximo e eu agradeço muito a Deus pelo que ele faz por mim no dia a dia. Da minha parte, é só uma pequena contribuição: construímos sonhos daquelas pessoas que necessitam do seu lar”.
Seu grupo também realiza obras sociais vinculadas ao Movimento Apostólico de Schoenstatt? Envie para nós pelo e-mail: schoenstatt.brasil@gmail.com ou pelo WhatsApp: (11) 9.7447-7910.
[1] José Kentenich. Desafio Social, 1930, p. 134-136