Ser “cidadão olindense” é como escutar: você é um cidadão de nós, igual a nós”!
Karen Bueno – Com 17 anos de vida sacerdotal dedicados ao Santuário e à Família de Schoenstatt nordestina, o Pe. Pedro Cabello foi homenageado e recebeu o título de “Cidadão honorário de Olinda/PE” na última sexta-feira, 2 de outubro de 2020. A sessão aconteceu na Câmara Municipal, com transmissão ao vivo durante a novena do Santuário Tabor da Nova Evangelização.
Chileno de nascimento, “Pe. Pedro é um homem de raízes, um homem a serviço de um carisma, um homem de pleno coração. Pe. Pedro é mais brasileiro do que chileno – e agora de verdade”, diz o Pe. José Fernando Bonini, superior regional dos Padres de Schoenstatt, durante homenagem.
A sessão foi composta por autoridades civis, pelo arcebispo de Olinda-Recife, Dom Fernando Saburido; pelo Pe. José Severino da Silva, pároco da Paróquia São Lucas (a qual pertence o Santuário); pelo reitor do Santuário de Schoenstatt de Olinda, Pe. Vitor Hugo Possetti; e representantes da Família de Schoenstatt com suas bandeiras próprias e cartazes de homenagem ao Pe. Pedro.
Dom Fernando salienta a importância de Schoenstatt na Arquidiocese: “Me orgulha muito saber que temos um Santuário na nossa diocese, que eu considero um oásis para se encontrar com Deus, um ambiente muito agradável que faz bem às pessoas”. E fala sobre o sacerdote homenageado: “Tivemos poucos contatos, mas sempre admirei o Pe. Pedro e sentia nele muita sensibilidade pastoral. Isso é uma coisa muito bonita, porque Igreja é isso, é ação, participação”.
Na entrevista abaixo o Pe. Pedro comenta sobre a homenagem e o título de cidadão honorário:
Como o senhor recebeu essa notícia sobre a homenagem, qual o sentimento em ser homenageado por uma cidade com 400 mil habitantes?
A notícia foi uma surpresa e tanto! Mas toda esta história tem uma origem peculiar. Trabalhei durante 17 anos no Santuário Tabor da Nova Evangelização em Olinda, duas vezes como reitor do mesmo e assessor do Movimento de Schoenstatt no Nordeste. A minha comunidade dos Padres de Schoenstatt – bem no início deste ano – precisando de mim em outras frentes, na cidade de São Paulo, decide me transferir para lá e, como consequência, devia deixar Olinda e o seu Santuário. A pandemia começava a tomar conta de muitas cidades do Brasil, por este motivo não houve nenhum tipo de despedida. Com o tempo, a Família de Schoenstatt, com o Terço dos Homens à frente, organiza-se e faz a sugestão de entregar ao Padre, que está sendo transferido, o título de Cidadão de Olinda, na Câmara do Vereadores.
Os nordestinos sempre demonstram muito carinho com o senhor e certamente que a homenagem é fruto de suas vivências junto ao povo. Como o senhor descreveria as vivências que teve ao longo dos anos nessa região?
O histórico deste título. Em 2002 fui transferido para Olinda, para assumir a reitoria do Santuário e a assessoria do Movimento de Schoenstatt no Nordeste. Como “missionário” da Mãe Rainha, a minha primeira atitude foi: quero conhecer profundamente o povo que vou servir, mas não conhecer como um turista ou como um assessor que chega para cumprir apenas um pedido do superior, mas me apropriar da riqueza da sua cultura. Não poucas vezes apanhava-me pensando: como inculturar Schoenstatt nesta parte do Brasil? O que Schoenstatt pode aprender desta cultura, no sentido da Nova Evangelização, para espalhar sua mensagem?
Para o senhor, o que significa essa “nova evangelização” que é missão do Santuário de Olinda?
Falando em Nova Evangelização, gostaria de fazer um pequeno parêntesis: O Santuário de Olinda tem como Ideal ser Santuário da Nova Evangelização. O mesmo foi sagrado justamente no ano de 1992, no meio das comemorações dos 500 anos da primeira evangelização (1492 – 1992). Nessa oportunidade, São João Paulo II fez um chamado urgente à Igreja, trabalhar por uma Nova Evangelização, um projeto pastoral, nascido do Concilio Vaticano II. O Santo Padre mesmo acrescenta nos conteúdos: Uma evangelização “com novo ardor, novos métodos e novas expressões”. Sempre pensei – e penso – nesse Santuário eu quero trabalhar.
Com um coração cheio de gratidão posso afirmar: Como foi bom chegar aqui, no Nordeste, no Santuário da Mãe Rainha, sem nenhuma prerrogativa e sair com o maior título que um estrangeiro pode receber, “Cidadão olindense” é como escutar: você é um cidadão de nós, igual a nós”.
⇒ Leia na íntegra o discurso do Pe. Pedro Cabello durante a homenagem