Algo de muito novo acontece no Santuário Tabor Immaculata Dilexit Ecclesiam
Ir. M. Rosequiel Fávero – No próximo ano, completam-se 75 anos da chegada das Irmãs de Maria à cidade de Santa Cruz do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. São décadas dedicadas à Catequese na catedral e nos bairros, no campo social, no atendimento de pessoas carentes e, também, organizando as famílias e formando comunidades.
Ao se falar da atuação social em Santa Cruz, não se pode deixar de mencionar a figura de Ir. M. Vitória Koch, falecida há dois anos. Missionária alemã, Santa Cruz do Sul, esteve sempre no seu coração e na sua mente como sua segunda terra natal.
Sem dúvidas, a grande dedicação das Irmãs que trabalham em Santa Cruz, nas mais de 7 décadas, é a edificação e manutenção daquele que é o coração do Movimento de Schoenstatt: o Santuário da Mãe e Rainha de Schoenstatt. Esse trabalho é uma das expressões do cuidado pela Família de Schoenstatt na diocese.
Santuário, coração pulsante da Família de Schoenstatt
Na consciência de que o Santuário é o coração pulsante da Família de Schoenstatt, as Irmãs procuram dar o melhor de si, para que esse lugar de graças cumpra o seu objetivo de ser não apenas um lugar “onde é bom estar” (pela sua beleza, tranquilidade, bela paisagem e vista maravilhosa sobre o Lago Dourado), mas, sobretudo, para que as muitas pessoas vinculadas ao Movimento de Schoenstatt, os devotos da Mãe e Rainha, o povo em geral, possam receber ali o conforto espiritual, a paz de espírito e experimentar a presença materna de Maria.
Infelizmente, muitas coisas mudaram, progressivamente, nos últimos anos! As irmãs viram o seu número reduzido, por falta de vocações. As visitas ao Santuário e as atividades dos grupos do Movimento ali diminuíram, não por falta de interesse, mas por várias situações, especialmente pela falta de segurança na região onde está o Santuário.
Uma decisão ousada
Diante desta situação, as Irmãs de Maria, da Província Tabor, à qual pertence o Santuário, após muito rezar, refletir e dialogar, para interpretar os desejos de Deus, que nos fala pelos acontecimentos, tomaram uma decisão ousada: ‘transferir o Santuário’ para um local onde ele possa realizar melhor a sua função. Na prática, as duas Irmãs que vivem atualmente no ‘Monte Tabor’ voltam a morar numa casa, pertencente à paróquia da catedral, onde as Irmãs de Maria já habitaram por muitos anos, até que seja possível adquirir um novo terreno próprio, reconstruir o Santuário e uma casa para acolher os peregrinos e os grupos dos Ramos do Movimento de Schoenstatt. E o Santuário? Ele vai ser ‘transferido juntamente com as Irmãs’, com tudo o que tem no seu interior, especialmente a imagem de graças de nossa Mãe e Rainha, o altar e os móveis. E, ali, a Mãe e Rainha continuará acolhendo seus filhos.
Ir. M. Lillian Goerke, superiora provincial, responsável pelas Irmãs no Rio Grande do Sul, explica a decisão:
“Não foi uma decisão fácil. Foi fruto de uma reflexão conscienciosa e séria, acompanhada de muita oração. Durante os últimos anos, nos perguntamos: O Santuário está cumprindo a sua missão ali onde está localizado? Certamente, o local atual do Santuário é belíssimo. Mas, seria isto o mais importante para que o Santuário cumpra sua missão em Santa Cruz do Sul? O que vivenciamos, ultimamente, é que a maioria das pessoas procuravam o assim chamado ‘Monte Tabor’ como um parque e não para rezar no Santuário. E todos sabemos que não é esta a missão do Santuário de Schoenstatt.
Quantos desejariam ter a possibilidade de visitá-lo mais frequentemente e fazer ali as suas orações! Quantos desejos e pedidos nos foram expressos de que este Santuário estivesse num lugar mais acessível e mais central! Naturalmente, muitos nunca pensaram na possibilidade de o Santuário poder ser transferido para outro local, a não ser nos últimos três anos, em que fomos colocando o resultado de nossas reflexões. Nas reuniões com os integrantes do Movimento de Schoenstatt, muito foi dialogado sobre isso. Sabemos que as opiniões não são uníssonas. E somos gratas por todas as opiniões e contribuições neste sentido”.
O Santuário de Santa Cruz do Sul não será o primeiro
Na verdade, o Santuário de Schoenstatt em Santa Cruz do Sul não será o primeiro a ‘ser transferido’. Nos Estados Unidos, em Madison/Wisconsin, um Santuário foi ‘transportado’ do terreno dos Padres Palotinos para o terreno das Irmãs de Maria. E o Santuário Canaã, no pátio da Casa Marienau, bem perto do Santuário Original, já foi construído assim, que pode ser transportado ‘inteiro’ para junto da futura casa da União dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt, caso a comunidade assim desejar. O próprio Santuário da Mãe e Rainha em Londrina/PR, foi reconstruído no mesmo local, só com a sua frente virada para o lado oposto.
“Estamos conscientes de que, na sua construção, nós, Irmãs de Maria de Schoenstatt, assumimos a responsabilidade pelo Santuário e para que ele cumpra sua função como tal”, continua Ir. M. Lillian, “por isso, não podemos nos omitir e pedimos a compreensão de todos para esta decisão que tomamos. Maria vai conosco, na sua imagem de graças, e continua a acolher os filhos que a ela acorrem.”
E como se dará o processo? “Nas próximas semanas, se fará a mudança das Irmãs e do Santuário para o centro de Santa Cruz. Todo o mobiliário do Centro de Schoenstatt será acomodado num local apropriado e uma empresa de vigilância cuidará da segurança dos prédios no local onde o Santuário esteve até esse momento. Temos a esperança de poder vender o terreno para alguma organização, que faça um bom uso. E, assim, tenhamos os meios para, juntamente com a Família da Schoenstatt edificarmos novamente o Santuário e o centro de Schoenstatt em Santa Cruz do Sul”, completa Ir. M. Lillian.