Não houve multidão peregrinando a pé, mas houve muita gente unida para saudar a MTA nas ruas
Ir. M. Rosequiel Fávero / Karen Bueno – Todos os anos, a Romaria ao Santuário de Schoenstatt em Santa Cruz do Sul/RS atrai milhares de peregrinos. Neste ano, no entanto, a 44ª Romaria teve características bem diferentes. Com a pandemia e as restrições necessárias, não seria possível realizar a tradicional procissão. Como fazer então? “Sabíamos que precisava ser diferente, mas nunca cogitamos em cancelar o evento”, afirmou a Ir. M. Angela Zam, assessora do Movimento de Schoenstatt na Diocese.
Foi então que decidiram fazer uma carreata.
Na casa de Aneliese e Daniel Schaack, da União de Famílias, grande foi a empolgação para encher balões e preparar uma acolhida especial para a MTA. Eles contam: “Este ano, em decorrência do coronavírus, se pensou nesta maneira diferente de sair em carreata pelas ruas. Para nós foi uma coisa muito interessante. Partiu das crianças a ideia de enfeitar nossa casa de balões, de se preparar para acolher o andor que estaria passando em frente à casa. Realmente a Mãe se encheu de alegria, porque era aquela expectativa e era uma questão de gratidão por tudo, por todas as graças, por toda a ação da Mãe e Rainha ao longo de toda a nossa vida, na nossa educação, sempre derramando as suas graças”.
Para este casal, a romaria foi diferente dos outros anos: não houve a caminhada de quilômetros junto com a multidão, mas eles realizaram uma peregrinação interior. “Nas outras edições a gente estava muito envolvido em todas as áreas que podíamos ajudar, seja na coleta, seja no trajeto, na acolhida aos romeiros, na divulgação, na liturgia… Sempre participamos muito e os nossos filhos também, todos envolvidos. Mas foi algo diferente que vivemos este ano, algo que deixou a Mãe muito feliz. A nossa querida Mãe e Rainha teve, da nossa família, um empenho muito grande de orações, em primeiro lugar, como propósito interior. Também, em família, nos preparamos para a romaria e entregamos todos os acontecimentos que estamos vivendo e que o Santuário de Santa Cruz está passando. Nós nos preparamos, enchemos balões e, de uma forma diferente, não assim, num grande público, como sempre foi na romaria, mas dentro do nosso coração, ali nós estávamos, realmente, muito preparados para que a Mãe se manifestasse, para acolher todas as suas graças”.
Santuário em novo endereço
A novidade que também influenciou os moldes com que a romaria foi realizada é a mudança de endereço do Santuário: há poucos dias o interior do Santuário foi transferido para a capela da casa em que as Irmãs de Maria passaram a residir, na rua Thomaz Flores, no centro da cidade. Saiba mais aqui.
Ir. M. Angela explica: “Como não foi possível ao povo ir até o Santuário da Mãe e Rainha, nada mais justo do que Ela ir ao encontro dos seus filhos”. Foram organizados quatro andores com a imagem da MTA para, numa carreata, percorrer o maior número possível de bairros. Os coordenadores da Campanha da Mãe Peregrina organizaram os itinerários e mais três andores, além do já tradicionalmente usado na Romaria.
Com o lema “Faça de sua casa o local da 44ª Romaria”, as famílias foram convidadas a enfeitarem a frente de suas casas para acolher a passagem da Mãe de Deus, o que foi bastante correspondido. Muitos missionários da Campanha aguardaram a MTA com sua imagem peregrina nas mãos.
4 imagens, em vários bairros
Dom Aloísio Dilli, bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, presidiu a Santa Missa junto ao altar do Santuário. Na sua homilia recordou que a liturgia celebrava neste domingo a solenidade de Cristo Rei e apontou para Maria como aquela nos conduz a Jesus, que nos convida a agir como ele.
No final da celebração, Dom Aloísio abençoou uma imagem peregrina, como símbolo da sua bênção de pastor que deveria acompanhar cada um dos andores da MTA que, no final da Missa, começariam sua peregrinação pelas ruas da cidade.
“Acompanhar a missa transmitida, com nosso bispo diocesano, num momento muito importante para toda a diocese, foi muito diferente dos outros anos. Mesmo que não foi possível estarmos presente, estávamos juntos sintonizados. Eu vejo que, em todos os sentidos, essa romaria vem a coroar o que a Mãe está fazendo em cada coração, em cada família, em cada realidade. Isso a gente pode sentir na prática, a ação dela, toda a pedagogia, juntamente com as graças. Nós podemos hoje perceber que a família está unida, que é uma família que está consciente da missão, do ideal que temos, e também prestar essa homenagem à nossa Mãe. Conseguimos estar presentes, mesmo com todas as dificuldades que estão acontecendo e, de uma maneira criativa, contribuindo mais e mais com o Capital de Graças para que a missão mariana se cumpra nesta terra de Santa Cruz”, comenta Aneliese Schaack.
A partir do Santuário, uma animada equipe dirigiu as orações e cantos, que foram transmitidas pela rádio Santa Cruz e tocadas nos carros de som que acompanhavam os andores.
“Não sabemos como será daqui um ano. Mas, uma coisa é certa, com ou sem pandemia, teremos novamente uma grande romaria”, completou Ir. M. Angela.
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