Como acontece todos os anos, o Frei Raniero Cantalamessa, realiza meditações para o Papa Francisco, cardeais, bispos, funcionários e toda a Cúria Romana, em preparação ao Natal. O tema para este ano: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que nosso coração a sabedoria alcance “ é extraído do Salmo 90, 12. Acompanhemos a primeira meditação:
Frei Raniero Cantalamessa – Um de nossos poetas, Giuseppe Ungaretti, descreve o estado de espírito dos soldados nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial com um poema composto de apenas nove palavras:
Nós ficamos
como no outono
nas árvores
as folhas.
Hoje, é toda a humanidade que experimenta essa sensação de precariedade e caducidade por conta da pandemia. “O Senhor – escreveu São Gregório Magno – ora por palavras, ora por fatos nos adverte”[1]. No ano marcado pelo grande e terrível “fato” do corona vírus, esforcemo-nos em captar o ensinamento que daí cada um de nós pode tirar para a própria vida pessoal e espiritual. São reflexões que podemos fazer apenas entre nós, fiéis, e que talvez seria pouco prudente propor, neste momento, indistintamente a todos, para não aumentar a perplexidade que a pandemia provoca em alguns no que se refere à fé.
As verdades eternas sobre as quais queremos refletir são: primeiro, que todos somos mortais e “não temos aqui cidade permanente”; segundo, que a vida do fiel não termina com a morte porque nos aguarda a vida eterna; terceiro, que não estamos sós no pequeno barco do nosso planeta, porque a “Palavra se fez carne e veio morar entre nós”. A primeira dessas verdades é um objeto de experiência, as outras duas são objetos de fé e esperança
“Memento mori!”
Iniciemos meditando hoje sobre a primeira destas “máximas eternas”: a morte. Ela está resumida na antiga sentença que os monges Trapistas escolheram como lema de sua Ordem, “Memento mori”: lembra-te de que morrerás.
Da morte, pode-se falar de duas maneiras diversas: ou em chave kerigmática, ou em chave sapiencial. O primeiro modo consiste em proclamar que Cristo venceu a morte; que ela não é mais um muro contra o qual tudo se quebra, mas uma ponte rumo à vida eterna. O modo sapiencial ou existencial consiste, ao invés, em refletir sobre a realidade da morte tal como ela se apresenta à experiência humana, com o objetivo de trazer daí lições para bem viver. É a perspectiva em que nos colocamos nesta meditação.
Este último é o modo em que se fala da morte no Antigo Testamento e, em particular, nos livros sapienciais: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que nosso coração a sabedoria alcance”, pede a Deus o salmista (Sl 90,12). Tal maneira de olhar a morte não termina com o Antigo Testamento, mas continua também no Evangelho de Cristo. Recordemos sua admoestação: “Vigiai, portanto, pois não sabeis o dia, nem a hora” (Mt 25,13), a conclusão da parábola do rico que projetava construir celeiros maiores para a sua colheita: “Insensato! Ainda nesta noite vão tomar a tua vida. E o que acumulaste, para quem será?” (Lc 12,20), e, ainda, sua frase: “Que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?” (cf. Mt 16,26).
A tradição da Igreja se apropriou deste ensinamento. Os Padres do deserto cultivavam o pensamento da morte, até fazer disso uma prática constante e mantê-lo vivo com todos os meios. Um deles, que trabalhava tecendo fio de lã, tinha tomado o hábito de deixar o fuso cair, de vez em quando, e “de pôr a morte diante dos próprios olhos antes de pegá-lo novamente”[2]. “Pela manhã – exorta a Imitação de Cristo – pensa que não chegarás à noite, e à noite, não te prometas o dia seguinte” (I,23). Santo Afonso Maria de Ligório escreve um tratado intitulado Preparação para a morte, que tem sido, por séculos, um clássico da espiritualidade católica.
Tal modo sapiencial de falar da morte se encontra em todas as culturas, não apenas na Bíblia e no cristianismo. Está presente, secularizado, também no pensamento moderno, e vale a pena acenar brevemente às conclusões a que chegaram dois pensadores, cuja influência ainda é forte em nossa cultura.
O primeiro é Jean-Paul Sartre. Ele inverteu a relação clássica entre essência e existência, afirmando que a existência vem antes e é mais importante da essência. Traduzido em termos simples, isso quer dizer que não existe uma ordem e uma escala de valores objetivos e anteriores a tudo – Deus, o bem, os valores, a lei natural – à qual o homem deve conformar-se, mas que tudo deve partir da própria existência individual e da própria liberdade. Cada pessoa deve inventar e realizar o seu destino como o rio, que, avançando, cava sozinho o próprio leito. A vida é um projeto que não está escrito em nenhuma parte, mas é decidido pelas próprias e livres escolhas.
Este modo de conceber a existência ignora completamente o dado da morte e, por isso, é confutado pela realidade mesma da existência que se quer afirmar. O que pode projetar o homem, se não sabe, nem depende dele, se amanhã ainda estará vivo? A sua tentativa se assemelha ao de um prisioneiro que passa todo o tempo a projetar o melhor itinerário a seguir para passar de uma parede à outra de sua cela.
Mais crível, sobre este ponto, é o pensamento de um outro filósofo, Martin Heidegger, que também parte de premissas análogas e se move no mesmo viés do existencialismo. Definindo o homem como um “um-ser-para-a-morte”[3], ele faz da morte não um incidente que põe fim à vida, mas a substância mesma da vida, aquilo de que é feita. Viver é morrer. O homem não pode viver sem queimar e encurtar a vida. Cada minuto que passa é subtraído da vida e dado à morte, como, percorrendo de carro uma estrada, vemos casas e árvores desaparecendo rapidamente atrás de nós. Viver para a morte significa que a morte não é só o fim, mas também o objetivo da vida. Nasce-se para morrer, não para outra coisa.
Qual é, então, – pergunta-se o filósofo – aquele “núcleo sólido, certo e intransponível”, ao qual a consciência chama o homem e sobre o qual se deve fundar a sua existência, se quiser ser “autêntica”? Resposta: O seu nada! Todas as possibilidades humanas são, na realidade, impossibilidades. Toda tentativa de projetar-se e de elevar-se é um salto que parte do nada e termina no nada[4]. Resta resignar-se, fazer – como dizem – uma virtude da necessidade e até amar o próprio destino. Uma versão moderna do “amor Fati” dos estóicos.
Santo Agostinho também antecipara esta intuição do pensamento moderno sobre a morte, mas para daí tirar uma conclusão totalmente diversa: não o niilismo, mas fé na vida eterna.
Quando nasce um homem – escrevia – fazem-se tantas hipóteses: talvez será belo, talvez será feio; talvez será rico, talvez será pobre; talvez viverá muito, talvez não… Mas de nenhum se diz: talvez morrerá, talvez não morrerá. Esta é a única coisa absolutamente certa da vida. Quando sabemos que alguém está doente de hidropisia (à época, esta doença era incurável, hoje são outras), dizemos: “Coitado, deverá morrer; está condenado, não há remédio”. Mas não deveríamos dizer a mesma coisa sobre alguém que nasce? “Coitado, deverá morrer, não há remédio, está condenado!”. Que diferença há se em um tempo mais ou menos longo ou breve? A morte é a doença mortal que se contrai ao nascer[5].
Dante Alighieri condensou em apenas um verso esta visão agostiniana, definindo a vida humana sobre a terra “um viver que é um correr à morte”[6].
Na escola da “irmã morte”
No avançar da tecnologia e das conquistas da ciência, corríamos o risco de ser como aquele homem da parábola que diz para si mesmo: “Minh’alma, tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe diverte-te!” (Lc 12,19). A presente calamidade veio para nos recordar de que bem pouco depende do homem “projetar” e decidir o próprio futuro.
A consideração sapiencial da morte conserva, depois de Cristo, a mesma função que tem a lei depois da vinda da graça. Também ela serve para guardar amor e a graça. A lei – está escrito – foi feita para os pecadores (cf. 1Tm 1,9), e nós ainda somos pecadores, isto é, sujeitos à sedução do mundo e das coisas visíveis, tentados sempre a “nos conformarmos com este mundo” (cf. Rm 12,2). Não há melhor ponto em que se colocar para ver o mundo, si mesmo e todos os acontecimentos, em sua verdade, que aquele da morte. Então, tudo toma o lugar certo.
O mundo aparece frequentemente um emaranhado inextricável de injustiças e desordem, ao ponto de que tudo parece acontecer ao acaso e não haver qualquer coerência ou desígnio. Uma espécie de pintura sem forma, em que todos os elementos e cores parecem postos ao acaso, como em certas pinturas modernas. Frequentemente, vê-se a iniquidade triunfar e inocência, punida. Mas para que não se creia que no mundo haja algo de fixo e constante, eis – notava Bossuet – que, às vezes, vê-se o contrário, isto é, a inocência no trono e a iniquidade no patíbulo!
Há um ponto do qual observar este imenso quadro e decifrar seu significado? Sim, é o “fim”, isto é, a morte, à qual segue imediatamente o juízo de Deus (cf. Hb 9,27). Visto daqui, tudo assume o seu justo valor. A morte é o fim de todas as diferenças e injustiças que existem entre os homens. A morte, dizia o nosso comediante Totò, é um “nível”, cancela todos os privilégios.
Olhar a vida do ponto de observação da morte dá uma ajuda extraordinária para viver bem. Está angustiado por problemas e dificuldade? Vá à frente, coloque-se no ponto certo: olhe estas coisas do leito de morte. Como gostaria de ter agido? Qual importância daria a estas coisas? Tem uma discórdia com alguém? Olhe a coisa do leito de morte. O que gostaria de ter feito então: ter vencido, o ter se humilhado? Ter prevalecido, ou ter perdoado?
O pensamento da morte nos impede de nos apegarmos às coisas, de fixar aqui na terra a morada do coração, esquecendo de que “não temos aqui cidade permanente” (Hb 13,14). O homem, diz um salmo, “quando morrer, não levará nada, e a sua riqueza não descerá com ele” (Sl 49,18). Na antiguidade, costumava-se sepultar o rei com suas joias. Isso encorajava, naturalmente, a prática de violar as tumbas para saquear os tesouros. Foram encontradas tumbas do tipo, em que, para afastar os profanadores, colocava-se sobre o sarcófago um escrito: “Aqui estou apenas eu”. Como era verdadeiro esse escrito, mesmo que a tumba escondesse, de fato, joias! “O homem “quando morrer, não levará nada”.
A Irmã Morte é realmente uma boa irmã mais velha e uma boa pedagoga. Ensina-nos tantas coisas, se apenas soubermos escutá-la com docilidade. A Igreja não tem medo de nos mandar à sua escola. Na liturgia da quarta-feira de cinzas, há uma antífona de tons fortes, que soa ainda mais forte no texto original em latim. Diz: Emendemus in melius quae ignoranter peccavimus; ne subito praeoccupati die mortis, quaeramus spatium poenitentiae, et invenire non possimus. “Emendemos para o bem, o mal que praticamos por ignorância; não seja que, surpreendidos pelo dia da morte, procuremos tempo de penitência, e não possamos achá-lo”. Um dia, uma só hora, uma boa confissão: como nos apareceriam diversas coisas naquele momento! Como as teríamos preferido, ao invés de cetros e reinos, da vida longa, da riqueza e da saúde!
Tenho em mente um outro âmbito em que temos a necessidade urgente da Irmã Morte como mestra, além do campo ascético: a evangelização. O pensamento da morte é quase a única arma que nos ficou para mover-nos do torpor de uma sociedade opulenta, à qual aconteceu o mesmo que ao povo eleito libertado do Egito: “Engordou e deu coices – ficaste gordo, robusto, corpulento –, voltou as costas a Deus, que o fez” (Dt 32,15).
Em um momento delicado da história do povo eleito, Deus disse ao profeta Isaías: “Clama!”. O profeta respondeu: “Que clamarei?”, e Deus: que “toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor do campo. Seca-se a erva e cai a flor, quando sopra sobre elas o vento do Senhor” (Is 40,6-7). Acredito que Deus dê hoje esta mesma ordem aos seus profetas e o faz porque ama os seus filhos e não quer que “como ovelhas no Xeol desçam precipitados para o túmulo onde a morte os apascenta” (cf. Sl 49,15).
O questionamento acerca do sentido da vida e da morte desempenhou uma tarefa notável na primeira evangelização da Europa e não se exclui que possa desempenhar uma semelhante no atual esforço para uma sua re-evangelizção. Se há algo que, de fato, não mudou em nada desde então é justamente isto: que os homens devem morrer. O Venerável Beda narra como o cristianismo fez sua entrada no norte da Inglaterra, vencendo as resistências do paganismo. O rei convocou a grande assembleia do seu reino para decidir a questão sobre deixar entrar ou não os missionários cristãos. Havia opiniões divergentes, quando se levantou um dos dignitários e pronunciou, em síntese, este discurso:
A vida do homem sobre a terra, ó rei, pode ser descrita assim. Imagina que seja inverno. Tu te sentas para jantar com teus duques e teus ajudantes. Ao centro do salão, arde uma fogueira, que aquece o ambiente, enquanto fora, assalta a tempestade invernal, com chuva e neve. Um passarinho chega de improviso ao teu palácio; entra por uma abertura e, rapidamente, sai pelo outro lado. Enquanto está dentro, está protegido do frio do inverno, mas, após um momento, eis que irrompe na escuridão da qual veio e desaparece de vista. Assim é a nossa vida! Ignoramos o que a precede e o que se seguirá… Se esta nova doutrina puder nos dizer algo de certo sobre ela, creio que devamos escutá-la[7].
Foi o questionamento posto pela morte que abriu caminho ao Evangelho, como uma brecha sempre aberta no coração do homem. A recusa da morte, não o instinto sexual, é a base de toda ação humana, escreveu um conhecido psicólogo contra Freud[8].
“Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal”
Mas como – perguntamos – voltamos a ter medo da morte? Jesus não veio para “libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão” (Hb 2,15) ?. Sim, mas é preciso ter conhecido este medo, para dele sermos libertados. Jesus veio para ensinar o medo da morte eterna àqueles que não conheciam além do medo da morte temporal.
A “segunda morte”, assim a chama o Apocalipse (Ap 20,6); ela é a única que merece realmente o nome de morte, porque não é uma passagem, uma Páscoa, mas um terrível terminal. É para salvar os homens desta desgraça que devemos voltar a pregar sobre a morte. Ninguém mais do que Francisco de Assis conheceu o rosto novo, pascal, da morte cristã. A sua morte foi realmente uma passagem pascal, um “transitus”, como é celebrado na liturgia franciscana. Quando se sentiu próximo do fim, o Pobrezinho exclamou: “Bem-vinda seja a minha irmã morte!”[9]. E também em Cântico das Criaturas, ao lado de palavras dulcíssimas sobre a morte, ele tem algumas das mais terríveis:
“Louvado sejas, meu Senhor, por nossa Irmã a Morte corporal,
da qual nenhum homem vivo pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecados mortais!
Felizes os que ela achar conformes à vossa santíssima vontade,
porque a morte segunda não lhes fará mal!”.
Ai daqueles que morrerão em pecado mortal! “O aguilhão da morte é o pecado”, afirma o Apóstolo (1Cor 15,56). O que dá à morte o seu mais terrível poder de angustiar o homem e de fazer-lhe medo é o pecado. Se alguém vive em pecado mortal, para ele a morte ainda tem aguilhão, o veneno, como antes de Cristo, e, por isso, fere, mata e manda para a Geena. Não tenhais medo – diria Jesus – da morte que mata o corpo e depois não pode fazer mais nada. Temei aquela morte que, depois de ter matado o corpo, tem o poder de lançar-vos à Geena (cf. Lc 12,4-5). Tire o pecado e você também tirou o aguilhão da morte!
Instituindo a Eucaristia, Jesus antecipou a própria morte. Nós podemos fazer o mesmo. Antes, Jesus inventou este meio para nos fazer partícipes de sua morte, para nos unir a si. Participar da Eucaristia é o modo mais verdadeiro, mais justo e mais eficaz de “nos prepararmos” para a morte. Nela, celebramos a nossa fé e a oferecemos, dia após dia, ao Pai. Na Eucaristia, nós podemos elevar ao Pai o nosso “amém, sim”, ao que nos aguarda, ao gênero de morte que ele irá querer permitir para nós. Nela, nós “fazemos testamento”: decidimos a quem deixar a vida, por quem morrer.
Nascemos, é verdade, para poder morrer; a morte não é só o fim, mas também o fim da vida. Isso, porém longe de parecer uma condenação, como dizia o filósofo recordado acima, parece, ao invés, um privilégio. “Cristo mesmo – diz São Gregório de Nissa – nasceu para poder morrer”[10], isto é, para poder dar a vida em resgate por todos. Também nós recebemos em dom a vida para ter algo de único, de precioso, de digno de Deus, para poder, por nossa vez, oferecer a ele em dom e em sacrifício. Qual uso mais bonito se pode pensar para a vida, senão fazer dela dom, por amor, ao Criador, que, por amor, no-la deu? Nós podemos fazer nossas as palavras pronunciadas pelo sacerdote no ofertório da Missa, sobre o pão e o vinho, e dizer: “Nossa vida que recebemos de vossa bondade, que agora nós vos apresentamos e que para nós se vai tornar um sacrifício vivo, santo e agradável” (cf. Rm 12,1).
Com tudo isso, não tiramos o aguilhão do pensamento da morte – sua capacidade de nos angustiar, que Jesus também quis experimentar no Getsêmani. No entanto, pelo menos estamos mais preparados para acolher a consoladora mensagem que nos chega da fé e que a liturgia proclama no prefácio da Missa pelos defuntos: “Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.
Falaremos dessa morada eterna no céu, se Deus quiser, na próxima meditação.
Fonte: VaticanNews
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Traduzido do italiano por P. Ricardo Farias
[1] Homilias sobre os Evangelhos, XVII.
[2] Apotegma do ms. Coislin 126, n. 58.
[3] Cf. M. Heidegger, Essere e Tempo, § 51, Longanesi, Milano 1976, pp. 308ss.
[4] Ib. II, c. 2, § 58, p. 346.
[5] Cf. Santo Agostinho, Sermo Guelf. 12,3 (Miscellanea Agostiniana, I, pp. 482ss).
[6] Purgatorio, XXXIII, 54
[7] Cf. Beda, o Venerável, Storia ecclesiastica, II,13.
[8] E. Becker, Denial of Death, New York: Free Press. 1973.
[9] Tomás de Celano, Vida segunda 217,8.
[10] Cf. S. Gregório de Nissa, Or. cat., 32 (PG 45,80).