Viajando ou não, essas dicas são para você que está ou vai sair de férias
Karen Bueno – Chegou dezembro, depois janeiro e o ano “virou” de um jeito diferente. Este tempo de férias, esperado com ansiedade por muitos, precisou ser adaptado. Em janeiro veio a alta no risco de contaminação e, ao mesmo tempo, muitas pessoas buscando meios de sair da rotina sem correr tantos riscos. Polêmicas à parte, trazemos aqui algumas reflexões tanto para quem vai viajar como para aqueles que ficarão em casa, veja abaixo:
Dicas para quem vai viajar
O Álvaro Coutinho, da Família de Schoenstatt de Jacarezinho/PR, dirige uma agência de viagens e reuniu algumas dicas para quem deseja viajar este mês:
Dentro de um ano tão difícil como esse, muitas pessoas precisam de um respiro longe de casa, sair da rotina, nem que seja por um ou poucos dias. Mas, sempre com segurança. E como fazer isso? A primeira coisa que a gente sempre fala e orienta, nessa pandemia, é se planejar. Buscar destinos mais tranquilos, buscar aquilo que estamos chamando, no momento, de “turismo de isolamento”, ou “turismo de reconexão” (consigo mesmo).
É muito importante, para garantir a segurança, conferir antes de viajar as restrições para aquele lugar que você pretende ir; certificar-se se está recebendo visitantes, se as atrações que se pretende visitar estão abertas e com redução do número de pessoas.
Então, o segredo é fazer um bom planejamento. Escolher os destinos mais calmos, ao ar livre, com bastante espaço para as crianças. E, claro, nesse primeiro momento aconselha-se fazer viagens curtas e somente pelo Brasil, até pela facilidade, caso aconteça qualquer emergência.
Uma dica é procurar hotéis, pousadas, hotéis fazenda, agências e companhias aéreas com o selo do Ministério do Turismo, que evidenciam o turismo responsável, limpo e seguro. Para receber esse selo, o fornecedor passa por uma avaliação, para ver se realmente está cumprindo os protocolos de segurança.
A gente sempre aconselha, também, a optar pelo carro próprio, que é o meio de transporte mais seguro no momento, e destinos mais próximos de casa, ao ar livre e, se possível, em meio à natureza. Eu acho que, dessa forma, a pessoa consegue sair um pouco de casa, consegue ter uns dias de descanso, de lazer, com consciência e responsabilidade e tomando os cuidados possíveis, garantindo a segurança dela e também das outras pessoas.
Férias e vida de Aliança de Amor
O Álvaro também opina sobre aquilo que deve caracterizar as férias dos schoenstattianos:
Para nós, que somos schoenstattianos, a primeira coisa que podemos levar em conta é que o tempo de férias, além de ser um momento de descanso para a família, é também uma hora de fortalecer ainda mais os vínculos em família. É tempo de partilhar, de avaliar, de planejar esse novo ano que se inicia. Algo muito importante que a gente precisa ter é responsabilidade social – e responsabilidade é o cuidado com a minha família e com o outro. E também sempre levar em conta aquilo que a gente busca viver no dia a dia, que é a santidade da vida diária: como eu vou me comportar nas férias? Como vou me comportar num destino de praia, por exemplo? Quais são as minhas vestimentas? É um ambiente onde todo mundo está junto e eu sempre me pergunto sobre isso e levo essa reflexão para outras pessoas: como Jesus, Maria e José se comportariam numa viagem de férias? A gente tem que imaginar mais ou menos como seria e tentar imitá-los o máximo possível.
O que diz a Pastoral do Turismo?
Para o Pe. Manoel Oliveira Filho, da coordenação nacional da Pastoral do Turismo, “estas serão e deverão ser as férias do cuidado”. Segundo ele, se em todas as férias, e em todas as situações de viagens de todos os anos, devemos ser guiados pela cultura do cuidado (com as pessoas, com a cultura dos povos e com a Natureza), mais do que nunca, neste ano, esta preocupação deve estar presente na vida de todas as pessoas.
Pe. Manoel afirma ser necessário, no contexto da pandemia, reaprender a tirar férias. Aqueles que optaram por viajar, diz ele, precisam observar as regras de cada cidade e as exigências dos médicos-epidemiologistas: usar máscara, álcool em gel, evitar aglomerações e manter o distanciamento social.
Cuidar do corpo e da espiritualidade
O bispo referencial da Pastoral da Saúde, Dom Roberto Paz, pede lucidez: “O foco das férias deverá ser o resgate da lucidez, da paz interior, da recuperação de perdas e feridas, para continuar vivendo em equilíbrio. Será necessário empreender viagens interiores, visitar e curar nosso imaginário, investir na ecologia interna pacificando a nossa mente, fortalecer a resiliência e a paciência e ampliar os canais de comunicação com a família e com os amigos”.
Dom Roberto também traz dicas para melhorar a qualidade de vida nessas férias: “Repor as vitaminas, sais minerais, adotar uma alimentação mais saudável, pois o alimento é o melhor remédio. Trabalhar a respiração consciente, pois nela está a vida, limpar os pulmões de tudo que seja tóxico. Mexer-se, alongar-se, caminhar sempre que possível”. Ele também defende que o mais importante é privilegiar momentos fortes de silêncio interior, de autoconhecimento e de meditação para abrir estrada para Deus, aprendendo a contemplá-lo e escutá-lo.
Com informações de cnbb.org.br