… com uma passagem importante pelo Santuário no meio da história
Karen Bueno – Em Santa Cruz do Sul/RS vivem Daniel e Aneliese Schaack, pais de cinco filhos e membros da União de Famílias de Schoenstatt. Neste dia em que recordamos o Batismo do Senhor, Daniel nos conta sua própria história de batismo. Ele, de origem luterana, decidiu já adulto tornar-se católico.
Daniel é engenheiro civil, tem 40 anos e nos conta em entrevista como a experiência com Maria, numa situação difícil de trabalho, fez ele sentir pela primeira vez o colo da Mãe de Deus. O batismo na Igreja Católica foi uma decisão pessoal e uma missão que hoje ele desempenha em vários apostolados: na União de Famílias, na Pastoral Familiar e na Pastoral do Batismo. Atualmente ele se prepara, junto com a filha mais velha, para receber o sacramento do Crisma. Veja abaixo a entrevista completa:
Daniel, conte-nos um pouco sobre a sua trajetória religiosa.
Eu sou batizado na IELB, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, de uma família bastante praticante, inclusive meu tio é pastor e faz parte da diretoria. E, após o batismo, eu fui confirmado também dentro da igreja evangélica (a confirmação, na Igreja Luterana, equivale à Primeira Comunhão). Sempre fui participante da juventude luterana e bastante atuante como jovem na Igreja.
O que te levou a batizar-se como católico?
Quando eu conheci a Aneliese, nós tínhamos uma trajetória religiosa cada um na sua religião: eu evangélico e ela católica. E nós, inclusive, todos os finais de semana fazíamos assim: nós íamos juntos no culto e depois íamos juntos à missa, tínhamos essas duas participações, uma com a família dela e outra com a minha. Aí a gente começou a pensar o que queríamos: vamos nos casar e vamos participar de qual Igreja, evangélica ou católica? Então fomos pedir orientação para as duas Igreja.
Primeiro fomos conversar com o pastor da Igreja Luterana e ele nos disse o seguinte: eu gostaria muito que vocês participassem da nossa comunidade, porém, acho que vocês deveriam escolher uma só religião, porque ficar cada um na sua não seria conveniente.
Aí, na Igreja Católica, em vez de conversar com o pároco, nós conversamos com a Ir. M. Iracema [Müller], que era assessora do Movimento em Santa Cruz do Sul nessa época e também já tinha nos dado um encontro como namorados. Isso também foi estimulado porque os pais da Aneliese são da União de Famílias e eles achavam aquilo muito importante para nossa preparação. Então, através desses encontros, a gente acabou decidindo pela Igreja Católica e eu tive que fazer minha profissão de fé.
A Ir. M. Iracema fez uma reflexão bem profunda comigo para ver as coisas que eu realmente acreditava e me instruiu bastante sobre o pensamento da Igreja Católica. Essa catequese acabou me fazendo pensar que eu já tinha realmente esse impulso de ser católico.
E, complementando, eu fiz essa profissão de fé com o padre, que valeu como a introdução à Igreja Católica para o meu batismo. Fiz o meu aprofundamento e a minha primeira comunhão foi durante o nosso casamento, no nosso matrimônio foi a primeira vez que eu encontrei Jesus na eucaristia.
Qual a influência da Mãe e Rainha e do Santuário em sua vida de fé?
Inicialmente, para uma pessoa que tem um fundamento evangélico, é muito difícil entender a questão de Maria, da Mãe e Rainha. Teve uma pessoa dentro do Movimento que foi muito importante na minha formação. Ela me emprestou um livro de 400 páginas, que fala sobre Maria para os evangélicos e para toda a humanidade. Eu li esse livro bem concentrado, profundamente, e ele me ajudou muito. A autora era uma pessoa evangélica e, com o marido dela, que era católico, ela tentou entender a diferença [de visão] das duas religiões. Então, esse livro me ajudou a entender também.
A influência da Mãe e Rainha também aconteceu na vivência com a família da Aneliese. Eu via tantas missas no Santuário com a participação dos meus sogros e no início era muito difícil para mim, muito maçante entender aquilo. Mas eu fui me acostumando e, no final, acho que fui introduzindo a ideia da oração, a ideia da Mãe foi acalentando no meu coração e hoje, claro, depois de participar da União, a gente entende esse profundo amor que se oferece na Aliança de Amor com Maria, as promessas, as graças, também o Santuário… Eu fui entendendo melhor e hoje não vejo a nossa vida sem estar ligada à nossa Mãe e Rainha.
Vou contar um momento marcante, que foi determinante para mim…
Quando eu ainda estava nessa dúvida de fé e ainda não sabia rezar – eu era bem novo e a gente tinha recém-casado – eu tive um problema sério de trabalho: sou engenheiro civil e estava trabalhando na concretagem de uma ponte; o concreto estava vindo, eram seis ou sete caminhões, isso dava de duas a três vezes o meu salário. Ele estava subindo por uma estrada de chão de terra e, bem, não poderia chover, pois o meu trabalho ia desabar e se perder todo. Eu tinha olhado a previsão do tempo, não tinha indicação de chuva. Nisso, enquanto eu estava esperando, começou a chover. Isso daria um prejuízo muito grande para a empresa, aí eu pensei: “Meu Deus, o que eu faço?”, me bateu um desespero. Aí, eu sentei no carro, vendo a chuva, e comecei a pensar: “Vou tentar rezar com a minha sogra, meu sogro e minha esposa rezam para Nossa Senhora”. E comecei a me lembrar das orações que eles rezavam e a dizer essas palavras e confiar, confiar na Mãe. Dali a pouco me deu uma paz dentro do carro e a chuva começou a parar. Cessou a chuva e, depois de uma hora ou duas, os caminhões chegaram e não houve problema algum. Então, eu confiei isso à Mãe, esse fato, e isso me ajudou de uma forma concreta. Foi um jeito de ela me mostrar e me dizer: olha, pede que eu estou também aqui para te atender.
Hoje você pertence à União de Famílias de Schoenstatt e faz parte da Pastoral Familiar e da Pastoral do Batismo; o que mudou na sua vida ao iniciar a caminhada na Igreja Católica?
Bom, muito mais do que pedidos materiais, o que aconteceu no início dessa minha caminhada de fé foi que a Mãe e Rainha nos concedeu muitas graças espirituais. A gente sempre esteve muito ligado a ela e uma das graças espirituais que eu até me emociono ao falar é a instituição do nosso Santuário Lar. Foi no dia do meu aniversário, 27 de janeiro de 2007. E depois, em 17 de fevereiro, quase vinte dias depois, meu pai veio a falecer. O Santuário Lar me deu uma força tão grande, no dia do sepultamento dele, por saber que a Mãe e Rainha estava morando dentro da nossa casa e que eu tinha essa proteção, esse cuidado da Mãe. E, mais: eu tinha perdido o pai, mas pelo menos eu tinha esse cuidado da Mãe.
Ao longo dessa trajetória na União, a Mãe sempre nos educou e conduziu em cada momento. Toda essa formação na União foi muito importante para nós, para a educação dos nossos filhos. Todas as noites, a gente se reúne com as crianças e faz a “hora da benção”; isso acabou se tornando um momento para a família conversar e orar junta. Isso tudo tem nos influenciado muito e é muito importante para nossa vida religiosa e o crescimento espiritual.
O nosso ideal de Curso na União é “Instrumentos da Mãe para testemunhar o amor de Cristo pela família”. E nada mais bonito e interessante do que testemunhar o amor de Cristo pela família participando na paróquia. Esse trabalho na Pastoral Familiar, que nós estamos fazendo, é transformar a nossa paróquia (Catedral São João Batista) numa comunidade em que as pessoas realmente possam interagir em prol da família. Ajudar os casais.
Hoje a Aneliese é coordenadora também da Pastoral do Batismo na paróquia e nós integramos esse grupo. Isso nos motiva e nos renova na fé; em cada celebração do Batismo a gente renova nossas promessas batismais.
Qual a importância da Aliança de Amor para sua vivência pessoal de cristão e batizado?
Eu sempre pensei, desde o primeiro momento que eu selei a Aliança de Amor, que ela é uma troca de corações. O nosso coração sujo, pecador, a gente oferece para a Mãe, e ela nos oferece seu coração limpo. E através das promessas e das exigências, a gente renova isso a cada dia. Então, quando saímos de casa, a gente sempre olha para a Mãe e faz uma jaculatória, faz uma oração, antes do trabalho, sempre entregando à ela todo o nosso dia, nossas ofertas, para que ela nos conduza, para que a gente possa se assemelhar a Cristo. Eu acho que essa é o principal função da Mãe e Educadora, nos ter no colo, assim como ela tem a Cristo. E tudo isso com o objetivo de que a gente possa um dia encontrá-la e encontrar a Cristo frente a frente.
Eu acho também que a descoberta do nosso ideal pessoal é muito importante para que a gente busque um conhecimento integral.
Acredito na proteção da nossa querida mãe ,mas estes testemunho nos edifica e nos fortalece ainda mais.
Muito bom esses documentarios eu creio q a Mãe de Deus é esta missionária ontem e eternamente na nossa vida.Amem