A comunidade se adapta e se vincula espiritual e virtualmente
Guilherme e Ana Paula Paiva – O início do ano, para o Instituto de Famílias de Schoenstatt do Brasil, é sempre marcado pela alegria da vida comunitária. Todas as nossas famílias (de todos os cursos), de todas as partes do país, se colocam a caminho de nossa Jornada Anual, para dias de reflexão, partilha e, especialmente, renovação da vivência de nossa vocação como casais de vida consagrada.
Mas esse ano tudo foi diferente. Com a impossibilidade de estarmos juntos, geograficamente, nós nos decidimos a experimentar a solidariedade de destinos de maneira diferente. E foi assim que, entre os dias 05 a 09 (para o 10° curso, que está em noviciado), 13 a 17 (para o 8º curso, que se encontra em terciado) e 09 a 13 (para a comunidade oficial), desse mês de janeiro, tivemos nossa Jornada Anual virtual.
Foram dias muito intensos de formação e partilha, missas e terços comunitários. Dias em que, mesmo distantes, sentimos nosso coração pulsar com a alegria de partilhar a vida com nossos irmãos de comunidade, alegria de ser família, alegria de estarmos unidos pelo mesmo ideal.
Tivemos o cuidado especial com as famílias dos nossos primeiros cursos, para que pudessem manejar a tecnologia de maneira a participar ativamente de todos os nossos momentos formativos e de espiritualidade. E, do mesmo modo, conseguimos oportunizar bons vínculos com nossos filhos, utilizando a tecnologia para possibilitar que atividades fossem feitas com nossas crianças e jovens.
E se a vontade de estar juntos e dar abraços apertados se manteve presente, temos percebido que Schoenstatt, cada vez mais, floresce como a terra predileta dos vínculos, e desafiando todas as expectativas, nossa Jornada foi uma prova concreta de que é possível fecunda-los, ainda que temporariamente à distância.
Nesses dias de encontro, não nos mantivemos conectados a computadores, fios, e cabos de internet, apenas. Não nos conectamos a aplicativos tecnológicos e sons artificiais. Pelo contrário, nos mantivemos profundamente vinculados a corações, Santuários Lares, ideais de curso e de família, e pudemos experimentar a alegria da corresponsabilidade e do amor mútuo.
Fizemos um tour virtual no futuro Santuário de Maringá e uma adoração no Tabor da Esmagadora da Serpente de Londrina, onde se encontra nosso co-fundador, Dr. Kühr, e sua esposa Helene. Tivemos nosso show de talentos tradicional e até nossos madrugadores rezaram seu terço dos homens todas as manhãs. Encontramos maneiras para que nesse tempo de distanciamento social, iniciássemos o ano com nossos elos ainda mais fortes.
Dizia nosso Fundador que as dificuldades do tempo são, também, as tarefas do tempo. E foi assim que, distantes fisicamente – e profundamente unidos – nos encontramos em cada Santuário Lar da nossa comunidade, em cada sorriso e olhar afetuoso, em cada oferta ao Capital de Graças entregue nesses dias juntos. Pai, confiantes e alegres, nós nos entregamos como instrumentos para semear esperança, hoje. Avante!