Família Missionária do Santuário de Jacarezinho inova neste Carnaval
Álvaro e Mayara Coutinho – Missão é ação que faz parte da essência da Igreja de Cristo, é algo inerente do ser Igreja e para nós, schoenstattianos, as Missões Familiares são também uma bonita tradição realizada em diversas cidades durante o período de Carnaval.
Nesse momento de pandemia, inicialmente todos foram levados a parar e refletir, a escutar as “vozes do tempo”, como nos ensinou nosso Pai e Fundador, Pe. José Kentenich. E isso foi o que aconteceu com a Comissão Central e a equipe Missionária do Santuário de Schoenstatt de Jacarezinho/PR. Após longo período de reflexão e discernimento, decidiram que a evangelização e MISSÃO não poderiam parar!
Mas, como fazer isso num ano cheio de privações?
Seguindo o potencial de uma Igreja em saída, que os motivou nos últimos seis anos à realização das Missões Familiares, a estratégia missionária precisou ser repensada.
Assim, dos dias 12 a 16 de fevereiro, aconteceu uma edição inédita das Missões Familiares. 251 pessoas, de diferentes ramos, comunidades e apostolados da Obra de Schoenstatt, “juntas, mas separadas”, formaram 80 famílias missionárias. Participaram pessoas de 11 cidades dos estados do Paraná e de São Paulo, dando forma e vida para essas missões.
Como funcionou?
Ao realizar a inscrição, cada família missionária recebeu um pequeno kit contendo uma cruz, lenços com o tema da missão, um capitalário e um itinerário com orações, novenas, reflexões, leituras bíblicas e alguns gestos para serem concretizados ao longo desse período. Foi um verdadeiro drive thru, “delivery”, de Kits Missionários pelas cidades. Assim, todos ficaram prontos e preparados para começarem os dias de missão, cada um em sua casa.
A Missa de envio, como todos os anos, aconteceu no Santuário Tabor Fundamento de Schoenstatt no Brasil, dessa vez transmitida pelas redes sociais. Dali do Santuário, em unidade com toda Família Tabor, deu-se a largada oficial para o início das missões de 2021.
O lema que acompanhou todos durante esses dias foi: “Família missionária, transforma HOJE a realidade!”
O objetivo não era realizar uma “missão online”, mas que ela acontecesse de forma presencial: dentro da casa de cada missionário/família que aderiu a esse desafio. O KIT serviu para auxiliar na busca da transformação interior, a conversão. O itinerário trazia uma meditação para cada dia. Os missionários refletiram sobre a alegria do amor na família, tendo como base o documento do Papa Francisco Amoris Laetitia. Em comunhão com o Ano de São José, também refletiram sobre as suas virtudes e paternidade. Claro que o querido Servo de Deus João Luiz Pozzobon também foi lembrado pela sua história, testemunho familiar e exemplo na oração do Santo Terço.
O Amor está no L“AR”
O Papa Francisco nos convida, neste tempo, a olharmos com atenção especial para dentro de casa e formarmos uma “Igreja doméstica”. Já ouvimos muitas vezes a frase: fique em casa! Neste ano as famílias não poderiam “sair” ao encontro de outras, mas teriam a oportunidade de estarem diariamente com aqueles que moram ou convivem. Essas pessoas mais próximas, do convívio diário, foram o alvo das Missões.
A proposta se mostra aparentemente simples, mas é desafiadora. Muitas vezes é mais fácil sair em missão porta afora, ao encontro do outro que está longe, do que cumpri-lá dentro da própria casa.
“Foi muito gratificante esta oportunidade de realizar as Missões em família”, comenta Elza Ribeiro, da cidade de Lupércio/SP. A assessora local do Santuário de Jacarezinho, Ir. Inêz Donatti, salienta: “Neste ano o bom Deus realizou uma missão especial, conduzindo-nos a evangelizar as nossas próprias famílias. Isto foi um sinal da Divina Providência. Eu me alegrei com a iniciativa, a participação e o empenho de todos. Com certeza a Mãe de Deus se alegra com os frutos desta missão”.
Fiquemos nisto, permaneçamos fiéis! (PJK)
Na Missa de encerramento, o Pe. Rosinei Marcelino falou sobre a prontidão em servir, sobre doar-se, cuidar, servir ao seu cônjuge com amor. E isso em todas as pessoas da nossa casa, da família e do quanto isso é importante e de quão foi bonito ver a participação e empenho das famílias nessa busca durante essas missões.
No final desses dias de graças, vividos em família, contemplamos os frutos dentro do primeiro chão missionário que é a nossa casa. Cada participante compreendeu que missão nem sempre significa partir, mas muitas vezes é sair de si mesmo, de suas expectativas, preconceitos, comodidades, para ir de coração aberto ao encontro do próximo.
Avante! A missão acaba? Não! A Missão e as lutas de cada família continuam. É preciso levar às pessoas um testemunho de vida cristã e de que, a partir da família, é possível transformar realidades. Uma última mensagem simples, talvez até clichê, porém muito importante: se queremos mudar o mundo, temos que começar arrumando a nossa casa.