Conheça o ideal do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt
Karen Bueno – Cada comunidade e ramo do Movimento Apostólico de Schoenstatt tem suas características e aspirações próprias: um ideal e uma missão a cumprir. As três comunidades sacerdotais possuem, cada uma dela, a identidade ligada a alguma passagem bíblica, veja abaixo:
– Instituto dos Padres de Schoenstatt: Sião
– Instituto dos Padres Diocesanos de Schoenstatt: Moriá
– União dos Padres Diocesanos de Schoenstatt: Canaã
Hoje vamos conhecer a aspiração central do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos. Ela se detém na passagem bíblica de Abraão oferecendo o filho Isaac em sacrifício, sobre o monte Moriá (Gn 22). O Pe. Marcelo Adriano Cervi nos explica os detalhes:
Oferecer aquilo que se tem de mais precioso: o ideal da comunidade
Abraão, com o seu caminho de fé e com o seu sacrifício no Monte Moriá, é para nós, Padres Diocesanos, uma figura chave.
Quando nós assumimos o ideal de Moriá, desse sacrifício de Isaac, o filho da promessa, nós percebemos que Deus nos dava uma nova luz sobre o próprio mistério da Mãe de Deus e do Pe. Kentenich. Por quê? Também a Mãe de Deus teve que passar pela mesma hora de provação que Abraão, na entrega do filho. Com o Pe. Kentenich foi a mesma coisa, principalmente durante o exílio: ele teve que colocar o seu ‘filho amado’ (a Obra de Schoenstatt) nas mãos do Pai, oferecendo em sacrifício.
Bom, mas o que que isso significa para nós? Em primeiro lugar, que nós, Padres Diocesanos, precisamos viver da fé de Abraão, da fé da Mãe de Deus e da fé do Pe. Kentenich na entrega daquilo que nós temos de melhor, colocando nossas forças, nossa disponibilidade, nossa disposição para viver o evangelho e a vida presbiteral a serviço da Igreja, onde ela precisar, principalmente nos lugares mais difíceis.
Por isso, faz parte do nosso carisma, como Padres Diocesanos de Schoenstatt, nos colocarmos à disposição dos bispos para aquelas tarefas nas dioceses que são as mais complicadas, as mais difíceis ou aquelas que ninguém mais queira fazer. Isso é a fé de Abraão, aceitar os desafios, confiando unicamente em Deus.
Nesse sentido, nós nos colocamos numa atitude profundamente bíblica, de nos deixarmos guiar pelo Deus da vida, o Deus da história. Esse é o início da espiritualidade de Moriá. Então nós, como Abraão, nos colocamos num caminho de fé. E nesse caminho de fé, vamos percebendo como Deus, se por um lado nos pede algumas provações, por outro lado nos dá uma promessa infinita.
Foi assim com Abraão, que recebeu todos aqueles frutos da promessa. Assim, também Nossa Senhora experimentou essa fé de Moriá, entregando o filho, mas recebendo a maternidade sobre toda a Igreja, recebendo a graça de ser levada ao céu de corpo e alma, estando para sempre com o filho na eternidade. Assim também foi com o Pe. Kentenich: tendo colocado Schoenstatt à disposição de Deus Pai, em atitude de fé, o Movimento recebeu a fecundidade daquilo que é hoje.
Então, Moriá é para nós simbolismo de uma fé que sabe colocar tudo à beira sacrifício, consciente de que Deus nos abençoa e premia essa nossa fé. Isso a gente experimenta, por exemplo, na vida pastoral. Muitas vezes a gente coloca todo o nosso esforço e confiança na pastoral, na programação, na organização, ou seja, na prática, no ativismo… E não é isso. O êxito da pastoral está também nisso, mas não pode ser baseado apenas em estratégias humanas. O êxito, a fecundidade pastoral da vida de um presbítero se vê na sua capacidade de entrega para aquilo que Deus deseja dele, no momento certo, naquela idade em que ele está, naquilo que ele pode fazer. E, na medida da fé do presbítero, vem a fecundidade que Deus dá para as suas atividades.
Então, não são táticas humanas que trazem a fecundidade pastoral e a realização do padre, pelo contrário, é a fé do padre diocesano que sabe colocar o que tem de melhor, ou seja, suas capacidades, suas forças, seus dons, seus talentos, sua formação, aquilo que ele é. Sabe colocar tudo isso, às vezes numa atitude até sacrifical, naquelas tarefas que ninguém quer e que são as mais necessárias. A partir disso é que Deus faz com que o padre se sinta útil, realizado e, principalmente, dentro de um plano de salvação, para pessoas, situações e lugares.
Resumindo, é mais ou menos isso o nosso ideal de Moriá, ou seja, nós queremos viver na fé de Abraão, que foi também a fé de Nossa Senhora e que foi a fé do Pe. Kentenich.
Cruz de Moriá
Esta cruz faz parte de uma corrente de vida do Instituto dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt e recorda seu ideal de Moriá. Traz o Cristo morto e ressuscitado, Sacerdote, Altar e Cordeiro. Ao seu lado está a Virgem Santíssima, sócia inseparável na Obra da Redenção e também João, o discípulo amado, com a Eucaristia no peito, como um homem sacerdotal.