A tecnologia une os corações na jornada de adoração
Karen Bueno – A Família de Schoenstatt de Santa Cruz do Sul/RS tem promovido e dedicado muitas horas de oração nos últimos meses. Vivendo o período de “bandeira preta” e, por isso, vinculados por transmissão online, vários membros do Movimento se unem espiritualmente ao Santuário para rezar e pedir as luzes do Espírito Santo neste tempo de crises tão profundas no mundo todo.
Seguindo o convite do Papa Francisco, nos últimos dias 12 e 13 de março eles dedicaram uma jornada de “24 horas para o Senhor”. Essa iniciativa acontece sempre antes do IV Domingo da Quaresma (sexta-feira e sábado), que é o Domingo “Laetare” (Domingo da Alegria), a fim de celebrar, na alegria, o dom da misericórdia do Pai.
“Junto ao Santuário de Schoenstatt, em Santa Cruz do Sul/RS, promovemos via online as 24 horas para o Senhor e podemos dizer que foi um momento de bênçãos, pois um número considerável de participantes acompanhou, incluindo a Família de Schoenstatt de outras Dioceses e também de outros movimentos daqui da cidade. A partir de suas casas, em seus Santuários Lares, as pessoas se conectavam segundo suas possibilidades, o dia inteiro ou algumas horas e também à noite de oração. Nós, Irmãs, garantimos a adoração ao Santíssimo durante as 24 horas, o que, para cada uma de nós, foi um momento de grande proximidade de um Deus tão grande que se fez Pão para estar junto dos seus”, contam as Irmãs de Maria que vivem em Santa Cruz, Ir. M. Clotilde Sehnen, Ir. M. Doracy Iachitzk e Ir. M. Angela Zam.
O amor é criativo
Vera Lucia Limberger fez uma pausa em seus trabalhos cotidianos para participar, porém, estendeu seu momento de adoração ao longo das atividades: “Agradeço as bênçãos do dia de hoje, em especial a oportunidade de muitas vezes durante o dia poder saudar Jesus na Eucaristia e, mesmo espiritualmente, estar em profunda adoração. Para nós foi um dia de união com o Santuário e, consequentemente, em oração e adoração com Jesus Eucarístico. Quando dava, ‘entrávamos’ para uma saudação ou um momento de oração. Mesmo quando estava no mercado, parece que estava unida a ele, pois até lá me lembrei”, ela explica e acrescenta: “Minha irmã carregou o celular com ela até para estender a roupa no varal, para estar em profunda sintonia”.
Levantar na madrugada para estar em oração com Jesus
Dulce Meininger, apesar do sono, compreendia esse momento de oração como um grande apostolado: “Propositalmente coloquei um horário que ficasse fora da minha normalidade. Acordei várias vezes, pensando que já estaria no tempo; enfim chegou a hora marcada e o sono queria ser mais forte, mas não venceu. Lembrei da passagem onde Jesus falou aos apóstolos: ‘Não podeis orar comigo nem por uma hora?’ Lembrando tantas intenções a pedir e a agradecer, senti-me junto ao Santuário, na presença do Santíssimo, e assim passou o tempo e depois o sono voltou. Entrego, neste tempo quaresmal, minhas faltas e omissões na misericórdia do Senhor, pedindo que a cada dia me fortaleça na fé e no seu amor”.
O silêncio da noite traz a experiência de estar com Jesus
Para Janicia Vogt, a adoração aproximou-a do Senhor: “Eu senti a presença real de Jesus, tive uma experiência, um encontro de madrugada, quando coloquei a transmissão a partir do Santuário com o Santíssimo exposto, um momento no qual senti muito próxima a presença de Jesus. Para mim esse momento de adoração vai ‘render’ muitas graças”.
Após essas 24 horas rezando, as Irmãs de Maria concluem: “Nós Irmãs, que tivemos a graça de fazer essa bela experiência, pudemos vivenciar como a unidade de tantas pessoas na oração é uma potência que nos fortalece na fé e na confiança. Vemos que Deus dirige, apesar de todas as dificuldades, nossa vida por mais difícil que se apresente neste tempo de pandemia. Incluímos as intenções da Igreja, a situação do mundo, pedimos pelo Brasil Tabor e as intenções de todas as famílias que neste tempo de alguma forma vivem a Via Sacra de Jesus. Que nossa caminhada deste tempo de quaresma, com pouca ou sem recepção dos sacramentos, não seja motivo de enfraquecimento de nossa fé, mas, pelo contrário, seja uma ocasião de aprofundar, aperfeiçoar nossa vida espiritual e, com a ajuda da graça, saberemos ‘transfigurar a realidade’”.