Mensagem de Páscoa do Pe. Vandemir J. Meister, diretor da Central Nacional de Assessores do Movimento de Schoenstatt no Brasil
Prezada Família de Schoenstatt!
Todos os anos, a Páscoa nos convida a olhar para Cristo e renovarmo-nos no mistério de nossa Salvação. Ao olhar para Cristo, contemplamos alguém “familiarizado com o sofrimento” (Is 53,3), a quem Adonai quis macerar com sofrimentos (cf. Is 52, 10) e constituir “centro de Aliança do povo, luz das nações” (Is.42,6).
A vida terrena de Cristo foi um caminho de desafios na alegria e no sofrimento. O seu amor foi entrega total pelos homens na terra, porque o reflexo do amor do Pai era incomensurável com a humanidade.
O sofrimento fez parte deste mistério divino. O próprio filho passou por esta vida semeando lágrimas de alegria, lágrimas de gozo, lágrimas de preocupação e lágrimas de sofrimento. Quantas lágrimas foram derramadas por seus olhos que abundavam expressões de amor?
A vida de Cristo também é a nossa vida. Assim afirmava o Pe. Kentenich: “nela encontro os meus mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos”. A vida nós construímos a cada novo dia que amanhece sob o forte calor do sol, no frescor da chuva ou no escuro da noite. Ela é marcada pelo compasso das nossas decisões diárias.
Sempre decidimos pelo que nos traz alegria e evitamos decisões que nos trazem tristezas. Mas, acontecem situações que nos trazem tristezas e nos perguntamos: Por que Deus permite tal coisa? Por que Deus permitiu que o seu próprio filho sofresse e morresse na Cruz? Por que Deus permite tanto sofrimento? Por que Deus permite as desilusões? Por que Deus permite aquelas coisas que nós não escolheríamos?
Esse é o mistério que perdurará na existência do homem!
Somente compreenderemos quando estivermos gozando do encontro glorioso, face a face com o Pai.
Nesta vida seguimos os passos de Cristo e queremos que esses passos sejam passos de alegria, passos de entusiasmo, passos de felicidade. Aquelas coisas que eu não decidi, mas tenho que enfrentá-las, quero fazer à exemplo de Cristo, quero fazer como Cristo faria nessas divergentes situações.
Que nas situações sofríveis da vida eu saiba plantar o amor onde existe a tristeza, que eu saiba construir a esperança onde há desesperança, que eu saiba ser causa de conforto para aqueles que vivem na angústia, que eu seja ponte para aqueles que vivem separados, que eu seja uma flor onde percebo que existe um deserto, que eu seja um oásis onde já não existe vida!
Olhando para Cristo, para o Cristo ressuscitado, eu vejo a nova esperança de construir a vida com alegria, entusiasmo, de dar uma forma onde impera a incompreensão, a insegurança, o pessimismo.
Cristo nos convida a transfigurar a realidade. Cristo nos convida a olhar o outro como irmão, como o próximo. Talvez ali está Cristo! Está mais próximo do que nós imaginamos! Mas, às vezes, está no rosto revestido de sofrimento, no rosto de fome, no rosto pedindo socorro, no rosto que, muitas vezes, nós não reconhecemos que é Cristo!
Como Moisés levantou a serpente no deserto, nós possamos olhar para o alto e ver Cristo como a nossa esperança no tempo de dificuldades!
É o mistério de Deus!
Feliz e abençoada Páscoa da Ressurreição.
Pe. Vandemir J. Meister
Páscoa 2021