INTRODUÇÃO
Temos tantas vivências hoje, todos os dias, em toda a parte. E isso não é de se admirar, pois nascemos e vivemos em um mundo que, não sem razão, é chamado “progressista”. Tudo o que nos rodeia nos impulsiona para a frente e, querendo ou não, precisamos ir! Precisamos estar sempre atentos, vigilantes; há tanta coisa para ver, ouvir e fazer; quase não há tempo para uma reflexão que nos leve a um encontro mais profundo conosco mesmos e, muito menos, com Deus.
Até que um dia, de repente, somos atingidos por aflições, preocupações… Então tudo se torna diferente. Começamos a sofrer por causa de nosso vazio interior e experimentamos dolorosamente como as conquistas da época moderna não nos podem ajudar a vencer o mal. Descobrimos uma pessoa em nosso caminho que tudo sabe e tudo compreende; que mantém nossa vida com amor incompreensível e, mesmo nas horas obscuras, está sempre disposta a mostrar-nos o caminho, no labirinto de nossos incontáveis sofrimentos. É aquele a quem pertencemos e podemos chamar “pai”, pois, como diz São João, “… somos chamados filhos de Deus. E nós o somos” (1 Jo 3, 1).
No abrigo de seu coração e com a força da sua graça, venceremos o que de mais difícil seu amor e sabedoria infinitos permitirem, nos momentos em que a dor nos assaltar. Precisamos somente de uma coisa: abrir-nos a ele e, pelas amarguras e dificuldades da vida, procurá-lo filialmente e cheios de confiança – Ele é nosso Pai celestial.
Aquele que confiar de modo certo, em parte já foi ouvido! Por isso, nesta Novena em que vamos meditar as qualidades da paternidade de Deus, queremos não somente pedir: “Ó Pai, tudo é possível para ti: afasta de mim este cálice” (Mc 14, 36), realiza meu desejo. Mas, acima de tudo, queremos aprender a entregar-nos incondicionalmente ao amor e solicitude paternais, profundamente convencidos de que: “Deus é Pai, Deus é bom e bom é tudo o que ele faz!”
Modelo, mestra e intercessora para nós, neste caminho, será a Irmã Maria Emílie Engel que, de modo especial, pode ser incluída entre os filhos e mensageiros da Divina Providência.
Quem é Ir. M. Emílie Engel?
Irmã Emílie nasceu em 6 de fevereiro de 1893, em Husten, distrito de Olpen, na Alemanha. Era a quarta entre 12 irmãos e cresceu no seio de uma família profundamente religiosa. Já bem cedo, revelava grandes capacidades, era aplicada, silenciosa e humilde.
Terminando seus estudos, exerceu o magistério como professora, de 1914 a 1926. Por sua bondade, era para as crianças não só uma professora sábia e consciente do dever, mas, principalmente, uma carinhosa mãe.
O apostolado leigo era o grande anseio de seu coração, por isso ingressou na União Apostólica de Schoenstatt onde procurou realizar seu ideal. Em 1926 tornou-se co-fundadora do Instituto que seria mais tarde o Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt. Desempenhando os cargos de mestra de noviças, de terciado, ou como superiora provincial e conselheira geral, dedicou suas forças, seu amor e suas grandes capacidades à formação e ao desenvolvimento da jovem e florescente comunidade.
Serviu sempre a todos com grande desinteresse, até que, amadurecida pelos muitos sofrimentos, Deus a chamou ao lar eterno, no dia 20 de novembro de 1955.
Não foi por acaso que a sábia direção de Deus conduziu Irmã Emílie a Schoenstatt, introduziu-a na grande comunidade schoenstattiana que tem como objetivo anunciar a mensagem da fé prática na Divina Providência, por meio da palavra, da ação e da vida. Ali Irmã Emílie devia experimentar em si mesma, e também para nós, uma significativa transformação interior.
Em sua juventude, ela temia a Deus como um juiz severo. Tímida, introvertida, sem liberdade interior, pesava sobre ela a constante preocupação de não agradar a Deus. Porém, sob a ação educadora da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, pouco a pouco, foi adquirindo a verdadeira “liberdade dos filhos de Deus”. Na Aliança de Amor com a Mãe das graças, ela aprendeu a abandonar-se singelamente à Divina Providência e a viver inteiramente de acordo com a verdade que um Pai sábio e bondoso dirige o destino de cada pessoa e também o de todos os povos e nações. E assim tornou-se uma filha de Deus alegre, despreocupada, confiante, que encontrava em tudo, na alegria ou na dor, o amor do Pai e procurava corresponder-lhe agradecida.
Para Irmã Emílie era uma necessidade possibilitar a outros a participação na graça do abrigo espiritual que ela recebera tão abundantemente. Enferma, gostava de falar do “trem expresso da filialidade” e convidar todos a tomarem, despreocupadamente, o mesmo “trem” e viajar com ela ao destino eterno. Dizia: “A mim encontrarão no vagão Providência” (releria se à divina Providência), a senha de viagem é: “Sim, Pai! Sim, Mãe!” E nos ensinava: “Quem se torna criança diante de Deus está no caminho mais curto para chegar a ele. Sim, todos nós devemos viver mais da graça da filialidade que nos foi dada no batismo, caso contrário, não poderemos entrar no reino dos céus, como disse Jesus. ‘Quem for simples apresente-se!’” (Prov 9, 4).
Durante os nove dias seguintes, conscientemente queremos tomar a mão de Irmã Emílie e deixar-nos introduzir mais profundamente no coração do Pai celestial, a fim de que, por sua intercessão, nosso sofrimento se transforme em bênçãos.
Um grande número de pessoas tem escrito, comunicando, agradecidas, graças e favores que receberam por intercessão de Irmã Emílie. Com tanto amor e bondade durante a sua vida, ela sempre se preocupou com os outros e não cessará de fazer o bem depois de sua morte. Apresentará nossas intenções diante do trono do Pai celestial e será, no céu, a nossa grande intercessora.
Comece a novena
Desde 1984, quando ainda estudante universitária, tomei conhecimento do Padre José e da fundação de Schotnstatti. Divulguei a noventa e sempre rezei pela sua beatificação.Hoje muito me alegra ter notícias dessa Instituição religiosa e agora dessa futura santa irmã M. Emílie. Muito obrigada.