Deus é Pai, Deus é Bom: Novena pedindo a intercessão da Venerável Ir. M. Emilie Engel
SEGUNDO DIA
Confiança Filial
Numa reunião, um senhor, pai de três meninos, contava o seguinte: “Nosso Jorge, de cinco anos, está se tornando um vivo ponto de interrogação. O dia todo vai perguntando: ‘Papai, por quê?… e outra vez: por quê…?’ Às vezes eu digo: ‘Ora, meu filho, o papai não sabe isto!’ Mas ele não desiste e com maior convicção diz: ‘Sim, papai, você sabe isto, você sabe tudo, só tem de pensar um pouquinho!’”
Será que podemos imaginar que orgulho e alegria crescem neste pai pela vivência de tal confiança filial? Nada alegra tanto ao pai ou à mãe como perceber que seus filhos confiam neles; e nada é tão doloroso como sentir que os filhos se fecham e não têm confiança, procuram outros para contar seus segredos e pedir auxílio em seus problemas e dificuldades.
A confiança é sempre um presente, também para nosso Pai celestial. A confiança não pode ser obtida à força, porque ela é sempre o sinal de um verdadeiro amor e, ao mesmo tempo, inclui o reconhecimento do outro – do Tu – por isso a confiança honra e obriga tanto.
Todo pai terreno deve desiludir-se porque um dia, de uma maneira ou de outra, experimenta suas limitações. Nosso Pai celestial nunca experimenta limitação em sua vontade ou em suas ações, pois ele é a própria Onipotência. Seus pensamentos, planos e desejos são perfeitos. “Ele falou e tudo se fez”, assim lemos na história da criação. Esta palavra divina vale também hoje e por toda a eternidade.
Muitos pensam de outra maneira. “Eu já não posso crer”, dizem eles. “Pecados e injustiças clamam ao céu. Se Deus é Todo-poderoso, por que não muda esta situação?… Por que não?”
Para esta pergunta há somente uma resposta: ele não o faz, não porque não pode, mas porque ainda não o quer! Ele terá seus motivos, motivos que nós desconhecemos. Se agora ainda atua o mistério do mal, e a onipotência de Deus parece calar-se, chegará a hora em que Deus se decidirá e se fará sentir na história dos povos e intervirá na vida de cada um.
Confiamos, apoiados na palavra de Deus e na experiência do passado. Ter confiança significa: “visão ampla do coração”, “andar sobre as águas, sem apoio sob os pés”; ter confiança quer dizer: “colocar a mão de filho, sempre de novo, na mão paternal de Deus”. “Quem permanece ante a face do Senhor não teme os poderosos deste mundo”.
Pela graça divina Irmã Emílie alcançou esta atitude de confiança em Deus. Quando, em momentos de dor, precisava animar-se a si mesma e a outros, gostava de usar as palavras de São Francisco de Sales: “Poderá sucumbir o filho que é conduzido pelas mãos de seu Pai Todo-poderoso? Nunca, jamais!”
Nos longos anos de enfermidade ela conservou sua profunda confiança em Deus. Escreveu certa vez: “Quero tornar-me um prodígio da confiança”. Com isso ela expressou seu anseio de fé e confiança sem limites: o Pai celestial, Todo-poderoso, conduzirá tudo para o meu maior bem, apesar das grandes dificuldades e situações aparentemente sem saída. Com esta atitude, disse corajosamente o sim incondicional aos desejos, permissões e disposições do Pai.
A expressão “Sim Pai!” era norma para toda a sua vida e aspiração diária e a prova de sua filial confiança no Pai celestial. Se Deus lhe enviava uma cruz ainda mais pesada, ela dizia: “Sim, Pai!” e continuava suportando sua dor, silenciosa e alegremente, enquanto ele o quisesse.
É compreensível, pois, que ela pedisse essas palavras para a sua lembrança de morte. E as Irmãs, correspondendo ao seu desejo, na hora do sepultamento cantaram seu canto predileto:
“Eu sei que tu és meu bom Pai, em cuja mão estou abrigado.
Eu não pergunto para onde vai (o caminho) seguir-te quero sem cuidado
E se a mim, ao meu dispor, me desses minha própria vida,
Devolveria em tua mão, em confiança sem medida”.
O Pai celeste espera esta confiança filial de cada um de nós, porque somos seus filhos. Enquanto a felicidade brilha em nossa vida como um sol, não é difícil ter essa confiança. No entanto, ela também deverá animar-nos quando não vemos nenhuma solução, nenhum raiozinho de luz em nosso caminho. Os sofrimentos que nos oprimem querem conduzir-nos mais profundamente ao coração de Deus Pai. Esta é a última razão de todas as provações que passamos aqui na terra. Devemos considerar, então, toda a cruz que nos atinge como uma pergunta amorosa do Pai, à qual podemos dar a mais bela resposta: um “Sim, Pai!”, cheios de fé e de amor.
Isto, porém, não significa que não possamos pedir filialmente ao Pai do céu que faça mudar nossa situação. Sim, Deus espera o nosso pedido. Mas, em tudo, nosso procedimento deverá ser: “Ajuda-nos, quando e como tu o quiseres”. E de outro lado também vale: “A medida de nossa confiança é a medida da realização”. Persistamos, cresçamos em nossa fé, firmes como a rocha: o Pai que está no céu é Todo-poderoso também para nós!
Propósito:
Hoje queremos provar ao Pai nossa confiança filial por meio de um corajoso:
“Sim, Pai, sim! Faça-se a tua vontade, quer me traga alegria ou me causa dor”.
Peçamos à Irmã Emílie que seja nossa intercessora junto de Deus.
“És um pensamento amoroso de Deus. Tua vida deverá ser uma resposta de amor” (J.K.)
ORAÇÃO PARA CADA DIA DA NOVENA
Deus, nosso Pai, confiando filialmente em tua sábia e bondosa Providência, Irmã Emílie trilhou o caminho de sua vida. Mesmo no sofrimento e na insegurança ela pronunciou o “Sim Pai” aos teus desejos e à tua vontade. Desta forma, ela encontrou profundo abrigo em teu coração paternal, em meio a todos os temores e aflições. Nela manifestaste poderosamente teu amor e tua misericórdia.
Eu te peço a canonização de Irmã Emílie para a tua glória, para a honra da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt e para a bênção da humanidade. Por sua intercessão, atende os meus pedidos, assim como corresponde a tua bondosa Providência. Amém.