Deus é Pai, Deus é Bom: Novena pedindo a intercessão da Venerável Ir. M. Emilie Engel
QUINTO DIA
Amor desinteressado
“Os frutos amadurecem com o sol, as pessoas com o amor”, diz o conhecido escritor alemão Julius Langbehn. Com isso, o autor expressa o que nossa experiência diária sempre nos faz reconhecer: todas as pessoas, também nós, vivemos do amor. Onde falta sua maravilhosa força, a alma se atrofia; porém, onde seus raios penetram, iluminando nosso ser e nossas ações, despertam-se todas as forças e capacidades adormecidas.
Mais bela que o desabrochar das flores na primavera, mais bela que as árvores carregadas de frutos no outono, é a alma que se desenvolve exposta aos raios do sol do amor infinito do Pai celestial. Até o sofrimento se torna mais leve quando começamos a descobrir que aquele que nos enviou ou nos permitiu a dor, quer somente o melhor para nós e quer ajudar-nos a levar a nossa cruz. Já no Antigo Testamento Deus fala do seu terno amor de mãe: “Porventura poderá a mãe esquecer-se de seu filhinho? Não terá piedade do fruto de suas entranhas? E se ela o esquecesse, eu não me esquecerei de ti. Vê, em minhas mãos eu te gravei” (Isaías 49, 15). E se o peso do sofrimento ainda nos oprimir tanto: “Ele mesmo enxugará todas as lágrimas de nossos olhos” (Apoc 21, 4).
Jesus nos trouxe a alegre mensagem: “O Pai vos ama” (Jo 16, 27). Sua palavra é verdade. Se, nos diz em outra ocasião, o Pai celestial contou todos os fios de cabelo de nossa cabeça, ele quer tornar compreensível para nós a ternura e o cuidado com que o Amor eterno vela por nós.
A história de nossa vida é a história do amor de Deus por nós. Desde o primeiro momento de nossa existência esse amor nos dirigiu e nos abençoou, nas horas de alegria e também nas tribulações. Estamos tantas vezes envolvidos em nosso eu, em nossos sofrimentos, que simplesmente, como cegos, não vemos as inúmeras provas de amor que recebemos cada dia. Quanto poderíamos ser mais alegres e felizes se as reconhecêssemos e respondêssemos com amor filial?!
Nosso Pai celestial quer que a história de nossa vida se torne também a história do nosso grande amor, um amor que pertence em primeiro lugar a Deus e depois ao próximo. Pois o amor ao próximo é sempre a melhor prova da autenticidade do amor a Deus. Se não o possuímos, assemelhamo-nos, talvez, a uma árvore que não tem flores e não produz frutos. Por isso o apóstolo São João adverte tão energicamente: “Caríssimos, se Deus nos amou, devemos nós também amar-nos uns aos outros” (Jo 4, 11-12).
Irmã Emílie andou por este caminho do amor. Dizia: “Minha vocação principal é o amor. Ele é o cerne de minha vida”. Continuemos acompanhando suas palavras: “Eu vim a Schoenstatt para amar”. Quando rezava: “Ó Deus, tu me amas mais, imensamente mais do que as pessoas mais nobres e bondosas possam amar-me…”, queria dizer quão profundamente estava convicta do amor pessoal e paternal de Deus para com ela.
Essa fé era para ela sempre um novo estímulo para doar ao próximo o amor recebido. Humilde e despretensiosa, pura e nobre até ao mais íntimo, com amor desinteressado serviu a todos que necessitavam dela. Sim, Irmã Emílie esforçou-se, com amor maternal natural e sobrenatural, para ser um pequeno reflexo da Eterna Bondade. Em seu coração tão cheio de amor trazia uma profunda consciência de responsabilidade por todos. Vivia conforme o princípio: “Para mim o mínimo!” Os que a conheceram sabem quanto revela a sua atitude interior quando escreve: “No amor acima de todos, na humildade abaixo de todos!” E: “Queremos dar mais importância aos outros do que a nós mesmas. Queremos consumir-nos servindo desinteressadamente. Tudo em nós deve ser servir…” Aspirava ao esquecimento de si, ao próprio holocausto, queria morrer e desaparecer como um grão de trigo que é lançado à terra.
Também em nós a fé no amor paternal de Deus deve tornar-se sempre mais clara, mais viva e mais eficaz. Ela deve dar-nos a força para a realização prática do amor desinteressado ao próximo. Muitas dificuldades nos matrimônios, nas famílias, em nosso ambiente de trabalho, nos contatos humanos, seriam mais facilmente vencidos se conseguíssemos ver além de nós mesmos.
Experimentemos, portanto, tomar mais a sério o mandamento do amor. Amemos a Deus, nosso Pai, “de todo o coração, com toda a alma, com todas as nossas forças e ao nosso próximo como a nós mesmos” (cf. Mt 22,37-39). Então, não seremos oprimidos pelo peso de nossa cruz.
Amadurecidos no sofrimento e na dor mais intensa poderemos ser apoios para os outros.
Propósito:
Hoje, conforme o exemplo de Irmã Emílie, queremos rezar, não somente com os lábios, mas com a vida:
“Pai celestial, eu creio em seu amor por mim. Com alegria, quero corresponder ao seu amor, esforçando-me para servir desinteressadamente aos outros”.
“Todo o pai vê seu filho como o mais querido, como o maior para ele. Por isso não podemos dar maior alegria a Deus, nosso Pai, senão querer assemelhar-nos a ele, em seu amor, até ao extremo” (José Kentenich).
ORAÇÃO PARA CADA DIA DA NOVENA
Deus, nosso Pai, confiando filialmente em tua sábia e bondosa Providência, Irmã Emílie trilhou o caminho de sua vida. Mesmo no sofrimento e na insegurança ela pronunciou o “Sim Pai” aos teus desejos e à tua vontade. Desta forma, ela encontrou profundo abrigo em teu coração paternal, em meio a todos os temores e aflições. Nela manifestaste poderosamente teu amor e tua misericórdia.
Eu te peço a canonização de Irmã Emílie para a tua glória, para a honra da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt e para a bênção da humanidade. Por sua intercessão, atende os meus pedidos, assim como corresponde a tua bondosa Providência. Amém.