Ana Paula Paiva – O dia das mães sempre suscita em nós um apelo à afetividade e à delicadeza. A razão é evidente: as mães são o coração do lar, o elo perpétuo de entrega, sacrifício e doação desinteressada.
As mães são refúgio, dedicação, harmonia. São também fidelidade, confiança, força, amparo e sabedoria. A lista de definições possíveis para o amor de uma mãe seria interminável, aliás.
O que dizer, então, delas nesse tempo de pandemia?
Em meio à tantas atribuições (acompanhamento de aulas remotas, home office, tarefas domésticas) é da mãe que brota a serenidade e a confiança para seguir em frente, em meio aos desafios. É a mãe que acompanha e dedica tempo aos seus. Que acolhe os medos dos pequenos (tão comuns nesse período), que entrega tudo de si a cada um. É a mãe que sabe o que se passa, como todos estão, do que precisam, o que sonham; que estende sua mão às necessidades, que faz sorrir, que abraça carinhosamente, que acompanha no caminhar e que transmite a fé em Deus – não somente a fé contida nos textos, mas a fé vivida no dia a dia.
A mãe é, verdadeiramente, a alma de uma família
e é dela que parte a vitalidade, o afeto e a docilidade de um lar.
Muito embora a expressão, que tracejei acima, pareça dar conta de uma mulher invencível e incansável, a pandemia escancarou duas grandes verdades: a primeira é que nosso lar não é apenas uma hospedaria – é preciso transformar nossa casa em um Tabor, no qual nossos esposos e filhos possam proclamar sem reservas “Aqui é bom estar”. Não coabitamos com nossos parentes, somente: somos parte de uma família e nela, cada um é especial e original.
E a segunda é que, embora determinantes para o enfrentamento desse tempo difícil,
as mães não são invencíveis.
Ninguém é e, ouso dizer, nunca tivemos tanta certeza de nossa finitude e da brevidade da vida.
Por isso nesse dia das mães, gostaria de salientar a importância da filialidade, como eixo central da maternidade: as mães são também filhas. É exatamente nisso que encontram a força necessária para expressar o amor de Deus aos seus: é Dele que brota a corrente de amor que transborda no seio materno.
E, ainda quando falhamos, é em Deus que renovamos nossas forças para recomeçar na trilha da busca pela santidade. Há algo de libertador em saber que nós, mães, que fazemos tudo por amor e desinteressadamente, também podemos recorrer ao colo de uma Mãe que nos acolhe, nos ama, nos transforma e nos envia para cumprir nossa vocação em meio ao mundo.
Que nesse dia saibamos, com ainda mais força, que nossa Aliança de Amor nos impele à verdadeira filialidade e à compreensão de que somos mães e filhas prediletas de Deus Pai de bondade, que nos cuida e guarda, para que cuidemos e guardemos. Que nossa Mãe nos inspire nos desafios e também na conquista de suas virtudes, e que tenhamos sempre perseverança e alegria para recomeçar e para levar as almas que Deus nos confiou, ao céu.