Um período de gratidão para as mães e a Obra de Schoenstatt
Karen Bueno – A comunidade da União Apostólica de Mães de Schoenstatt recebeu um presente especial este ano: foi constituída como comunidade oficial dentro da Obra de Schoenstatt no Brasil.
A carta-mensagem da Presidência Geral menciona:
“A Presidência Geral da Obra Internacional de Schoenstatt, em sua reunião de 31 de março de 2021, aprovou a constituição da União de Mães no Brasil, confirmando a Direção eleita […] E, confirmando os estatutos por 5 anos ‘ad Experimentum’.
Pedimos a bênção de Deus para a continuidade e edificação da União de Mães no Brasil e agradecemos a todos aqueles que apoiaram o desenvolvimento da União de Mães nos últimos anos.”
Nesse processo de consolidação também foi eleita a primeira direção da comunidade oficial. A Sra. Lia Massineli Hurtado, de Caieiras/SP, assume como dirigente territorial. Solange Almeida Candido, de Londrina/PR, tornou-se 1ª Conselheira Territorial. E Fátima Maria Salgado de Mello, de Niterói/RJ, foi eleita 2ª Conselheira Territorial. Além disso, Jorgina Maria Silva Antunes, de Petrópolis/RJ, foi eleita tesoureira e Maura Regina Santana de Jesus, de Brasília/DF, foi eleita secretária.
Confira abaixo a entrevista com a direção territorial:
Atualmente quantas mulheres fazem parte da União de Mães no Brasil e quantos cursos existem?
Somos 70 mães na União no Brasil, com 12 cursos, sendo três deles de candidatas.
Qual a diferença entre União e Liga das Mães em Schoenstatt?
A principal diferença é que a União de Mães é uma comunidade e a Liga não. Na União, as mães têm o compromisso de viver de forma profunda a Aliança de Amor, unidas uma com a outra, na outra e para a outra – na Liga não existe esse grau de compromisso em comunidade. As mães são formadas dentro de cursos, com corresponsabilidade, elas têm um ideal e uma missão comum.
Na União acentua-se mais e de maneira original a liberdade. Sem ter vínculos jurídicos, respondem ao chamado à vocação por generosidade. Em estreita unidade com os Institutos e pela ação da Divina Providencia, fortalecem e impulsionam a vida da Obra de Schoenstatt.
Os membros da União assumem, como compromissos, o espírito e a estrutura da comunidade e os meios vitais para o cultivo, o crescimento e a formação. Não têm obrigação de teto (viver juntos) como os Institutos, isto é, vivem em suas casas particulares e trabalham em suas profissões e exercem seu apostolado em todos os âmbitos possíveis. Regularmente encontram-se para jornadas de formação e encontros de comunidade e para exercícios espirituais.
Para configurar a vocação de uma unionista, naturalmente é necessário que se conjuguem a ação da natureza e da graça, pois trata-se de uma “vocação”. Naturalmente, deve possuir capacidade de liderança e discernimento; desejo e capacidade de educar-se e de ser educado(a) para ser um educador; ter atitudes apostólicas e religiosas, ser sadiamente independente segundo seu estado de vida.
Na União de Mães, as candidatas formam um Curso do qual fazem parte todas que iniciam juntas a formação, procuram conquistar de maneira original o espírito e a essência da comunidade. Descobrem e elaboram o ideal de curso, os princípios e formas de vida da comunidade e as formas originais do curso. Ao completarem o tempo de formação, sintetizam tudo na oração de consagração, selam uma Aliança de Amor com a MTA e incorporam-se à comunidade da União Apostólica de Mães de Schoenstatt.
A Liga assume a dimensão extensiva da missão de Schoenstatt, isto é, procura tornar Schoenstatt presente e conhecido no maior número possível de ambientes da Igreja e do mundo, enquanto cabe à União levar em consideração mais a dimensão intensiva, isto é, a formação do “homem novo na nova comunidade”.
A comunidade da União de Mães foi aprovada, no Brasil, pela Presidência Geral de Schoenstatt. O que significa essa constituição oficial da comunidade em nosso país?
Significa um grande marco para a Comunidade e para toda a Família de Schoenstatt no Brasil, pois, pela graça de Deus, nos foi permitido trilhar o caminho previsto e apontado por nosso Fundador, Pe. Jose Kentenich, no tempo compreendido como fundacional. A partir da constituição oficial inicia-se um novo caminho quanto à estruturação das regiões, sem deixar de manter o crescimento e formação de novos cursos.
A União de Mães existe há quase 30 anos no Brasil. Por que somente agora a comunidade foi constituída oficialmente pela Presidência Geral? Como funciona esse processo?
Para que uma comunidade seja constituída oficialmente, é necessário tempo. A comunidade deve ser formada de maneira orgânica. Para ser oficial, é necessário um número significativo de cursos com a Consagração Perpétua, de cursos que caminham em formação para alcançarem essa consagração e de cursos que iniciam sua vida vocacional.
Esse tempo deve-se ao fato de que tudo tem que passar por um período de maturação. A fundação de uma nova comunidade envolve muitas questões, entre outras: o encontro e identificação de possíveis vocações, conhecimento e estudo do espírito e da forma de vida desta comunidade etc. Há também um tempo de vivência desta comunidade que, pelo Caminho Pedagógico que nos é proposto pelo fundador, há um tempo mínimo de nove anos de estudo e formação, paralelamente vão se formando novos cursos suscitados por Deus.
O que essa conquista representa para as senhoras que pertencem à comunidade?
Em primeiro lugar, é uma dádiva especial recebida de Deus Pai, com a intercessão de nossa Mãe e Rainha e de nosso Fundador. Essa conquista reforça em nós a consciência de missão, em assumir o que o bom Deus pensou para nós; sabemos que somos chamadas a ser seus instrumentos para a renovação religioso-moral do mundo, em Cristo, por Maria, no Espírito Santo, para a glória do Pai, como tanto anseia o coração de nosso Pai e Fundador. Como comunidade oficial, amplia-se o vínculo e a nossa atuação na missão.
É também uma confirmação de que o trabalho segue e é amplo e que os tempos não são fáceis e não favorecem, mas, ainda assim, alcançar o reconhecimento da Presidência Geral é sinal da Providência Divina a confirmar a atualidade de nossa missão em Comunidade.