Frei Giovanni: Reitor e missionário
Karen Bueno – Cheguei ao Santuário “como peregrino, para depois ser enviado como missionário da Mãe e Rainha”, diz o Frei Giovanni Messias, reitor do Santuário de Santa Dulce dos Pobres, em Salvador, Bahia.
Ele, Frade Capuchinho, tornou-se missionário de uma imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt neste domingo, dia 18 de julho de 2021. Frei Giovanni presidiu a Santa Missa, às 11 horas, no Santuário Tabor Matris Salvatoris, de onde foi enviado. A imagem já está visitando o hospital que faz parte do complexo das Obras Sociais de Santa Dulce dos Pobres, onde ele reside.
Em entrevista, Frei Giovanni conta mais detalhes:
Como o senhor conheceu a Campanha da Mãe Peregrina?
Na minha infância nós, em casa, recebíamos a imagem peregrina de Nossa Senhora Mãe e Rainha Três Vezes Admirável. E a alegria mensal era, no dia que a imagem era acolhida em nossa casa, arrumar o altar de Nossa Senhora. A gente tirava as flores do quintal, que cultivávamos, para preparar com festa e com alegria a visita de Nossa Senhora. Então, desde criança a gente acolheu em nossa casa a imagem da Mãe Peregrina e isso fez com que crescesse em mim esse amor à Nossa Senhora com o título de Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Até hoje a minha mãe, lá em nossa casa, acolhe a Mãe Peregrina. Esse foi o meu primeiro contato [com a Campanha], também com as missas da renovação da Aliança de Amor, que tinham na minha cidade, em Ilhéus/BA.
E depois, aqui no nosso Santuário [de Santa Dulce], a gente traz muito dessa devoção da infância para a nossa vida espiritual, esse amor à Nossa Senhora, as orações do livrinho, o “Manual do Peregrino”, que a gente recebia, com as orações. Eu vim aqui para me tornar reitor do Santuário e sempre com esse desejo de ir ao “Santuário-Irmão”, que é o Santuário da Mãe e Rainha, aqui próximo. Até porque esse Santuário de Santa Dulce tem uma comunhão espiritual de corações, uma amizade espiritual, diríamos assim, com o Santuário da Mãe e Rainha aqui na cidade de Salvador e, por isso, eu sempre vou visitar e rezar no Santuário da Mãe e Rainha. Isso porque tenho consciência de que quem vem ao Santuário da Mãe e Rainha sempre passa no Santuário de Santa Dulce, e vice-versa. Então, a convite das Irmãs, eu manifestei o desejo de ser missionário e levar a imagem. Elas me convidaram para celebrar no dia 18, dia da renovação da Aliança de Amor. Lá fui como peregrino, para depois ser enviado como missionário da Mãe e Rainha.
Frei Giovanni presidiu a missa da Aliança no Santuário de Schoenstatt de Salvador, de onde foi enviado como missionário
A quais locais e a quais pessoas a imagem será levada?
A imagem da Mãe e Rainha já foi trazida aqui para o Santuário [de Santa Dulce]. Ela percorrerá o hospital de doentes. Nós, Frades Capuchinhos, trabalhamos e temos um “conventinho” dentro das Obras Sociais, onde ficam o hospital e o santuário. A gente sempre leva a imagem [da Mãe Peregrina] – inclusive já iniciamos – nos momentos marianos, na oração do Terço, quando tem alguém enfermo que precisa da Unção, para conversar um pouco e levar o carinho de Nossa Senhora. E não só dentro do hospital. Existem também as famílias que são contempladas, que estão passando por algum momento de aflição, com alguém doente, que vem buscar a imagem, que leva, que reza, para sentir o manto da Mãe Três Vezes Admirável, que é Mãe e Rainha de nossas vidas. Então a imagem já saiu em missão, visitando inclusive as famílias. Achei interessante que a primeira visita foi já a uma família enlutada, que tinha perdido um ente querido; eu saí da celebração e já fomos nessa casa levar a imagem, rezamos três Ave-Marias diante dela, pedimos as graças e as bênçãos. Depois, naquele mesmo dia, já fomos até um doente que pediu a Unção e a Comunhão. A imagem está peregrinando agora entre as famílias, depois retorna para o hospital e tem esse sentido de missão.
Por que o senhor decidiu tornar-se missionário?
Para mim, ser missionário da Mãe Peregrina tem sido um momento de graças muito grandes, um sinal de Nossa Senhora. Eu tinha o desejo, na minha infância, de ser missionário da Mãe e Rainha, mas não podia, né? E hoje, concretamente como sacerdote, estou vivendo essa missão mariana de ser peregrino do Santuário da Mãe e Rainha, aqui em Salvador, como reitor do Santuário de Santa Dulce, mas também de ser missionário, dando continuidade a esse projeto tão bonito que é a Campanha da Mãe Peregrina, tanto no hospital de Santa Dulce como também na vida de muitas famílias que neste momento vivem muita aflição.
No quarto de Santa Dulce estão preservados o quadro da Mãe e Rainha na parede e a imagem da Mãe Peregrina que lhe pertencia
A Ir. Dulce tinha uma imagem pessoal da Mãe e Rainha, que até hoje fica no quarto dela. Como era esse amor de Santa Dulce por Maria?
Irmã Dulce tinha uma amizade muito grande com o Pe. Antônio Maria [Borges] – leia mais aqui – e ela recebeu dele uma das imagens, que está no seu quarto. Hoje a gente pode visitar lá no memorial; é um quarto lacrado, mas dá para ver, através do vidro que contempla o quarto, que lá está a imagem da Mãe Peregrina. E a gente guarda com muito carinho, aqui nas Obras Sociais, essa imagem que pertenceu a Santa Dulce dos Pobres, que levou o carinho da Mãe e Rainha a muitos irmãos.
De que forma a visita Mãe Peregrina pode ajudar as pessoas, em sua opinião?
A Mãe pode ajudar, justamente neste tempo de muita aflição, de muito sofrimento, sendo essa presença misericordiosa, levando sempre o seu filho, porque, como dizemos, ela nunca vem sozinha, ela traz consigo o seu filho Jesus que vai na frente das nossas vidas. Então, a imagem da Mãe e Rainha sempre foi, para mim e para a minha família, esse sinal da presença de Jesus, da presença da Mãe, que está constantemente intercedendo junto ao seu filho Jesus por cada um de nós e nos apresentando seu filho, como ela traz na sua imagem. A Mãe nos apresenta Jesus e diz: neste tempo de tanta dificuldade, façam tudo aquilo que o meu filho vos disser.
Imagem da Mãe Peregrina que acompanhava Santa Dulce dos Pobres