João Pozzobon “tinha a capacidade de nos envolver no testemunho de amor que ele vivenciava com a Mãe de Deus e de fazer crescer em nós o amor para com ela” (Diácono Adelino Stefanello)
Karen Bueno – Hoje, 10 de agosto, celebramos o Dia dos Diáconos Permanentes, que constituem parte de uma vocação fundamental na vida da Igreja, dedicada à liturgia, à palavra e à caridade. No Brasil, o patrono dos diáconos permanentes é justamente um schoenstattiano que atualmente está em Processo de Beatificação: o Servo de Deus João Luiz Pozzobon, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina. Ele fez do sacramento da Ordem uma forma de tornar a Igreja mais missionária e apostólica, indo ao encontro das pessoas em distantes e diferentes realidades, levando os sacramentos até as periferias.
Inspirando-se em João Luiz Pozzobon, hoje o Sr. Adelino Stefanello é diácono permanente na Arquidiocese de Curitiba/PR. Em entrevista ele conta sobre as vivência que teve e como cultiva uma amizade espiritual com Pozzobon:
Como e quando foi que o senhor conheceu João Luiz Pozzobon?
Diác. Adelino – Eu conheci o Diácono João Luiz Pozzobon pela primeira vez no ano de 1967. Eu era seminarista palotino e estudava no Colégio São José, em Faxinal do Soturno/RS. Naquela visita e depois em outras, nos anos subsequentes, o Sr. João levava consigo a imagem da Mãe e Rainha em uma capelinha e, no seminário, durante a permanência da visita dele com a imagem peregrina (colocada em um pequeno altar lateral, na capela do seminário), rezávamos o terço e depois, na sequência, o Sr. João nos falava carinhosamente, a todos os seminaristas, sobre Nossa Senhora, Mãe de Deus, sob o título de Mãe Três Vezes Admirável.
O que mais lhe marcou na pessoa de João?
Diác. Adelino – Tenho presente em minha mente o seu carinho pela Mãe de Deus. Também o desejo ardente que ele tinha de mostrá-la a nós e dizer a nós, seminaristas, que Nossa Senhora (cuja imagem na capelinha ele conduzia) queria nos amar com um amor de Mãe e queria nos mostrar o seu filho Jesus. Ele tinha a capacidade de nos envolver no testemunho de amor que ele vivenciava com a Mãe de Deus e de fazer crescer em nós o amor para com ela. Impressionante como ele realmente nos conduzia a uma experiência de amor para com a Mãe de Deus, em cada visita anual que realizava no seminário. Muito me marcou, também, a sua humildade, tanto como pessoa, quanto na oração, quando rezávamos o terço, junto à capelinha peregrina. Ele transparecia o estar a serviço de Nossa Senhora e a amava, levando-a peregrina diuturnamente – e fazia com convicção, com zelo e simplicidade. Isto era bem testemunhado em suas visitas.
De que forma ele, patrono dos diáconos permanentes do Brasil, lhe inspira hoje no diaconato?
Diác. Adelino – Ele me inspira na disponibilidade que devo ter aos desígnios de Deus. Em colocar-me a serviço incondicional e com simplicidade de coração, na realização da vocação diaconal na família e na comunidade. Inspira confiança filial na missão à qual sou chamado como diácono, enraizada por aquelas singelas experiências de amor, vivenciadas com a Mãe de Deus. Inspira a humildade, dar o melhor de mim para o Reino de Deus acontecer já aqui e agora. Inspira a oração, aqueles terços que rezávamos quando das visitas recebidas e que hoje continuo a rezar diariamente e com a mesma confiança. Como disse o Pe. José Kentenich: “O rosário é a chave que abre a porta para o céu”.
Por que o senhor acha que João Pozzobon deve ser canonizado?
Diác. Adelino – Em primeiro lugar porque, ocultamente, tenho um sentimento interior de que ele já está no céu, razão pela qual juntamente com o Pe. José Kentenich e José Engling e mais três santos de minha devoção, peço a intercessão deles diariamente para sempre ter boa saúde.
Eu creio também que o Diácono João Luiz Pozzobon deve ser canonizado por sua entrega filial à Mãe de Deus e pelo cultivo de uma vida de oração. Nas visitas que recebíamos no seminário, rezávamos com ele. No meu entendimento, ele, nas “mãos” da Mãe de Deus, livremente e com consciência de ser instrumento escolhido, realizou uma tarefa específica na Igreja para estes novos tempos, através do Movimento Apostólico de Schoenstatt: Tornar a Mãe de Deus conhecida nos lares e nas comunidades e mostrar o quanto ela nos ama como seus filhos e filhas, que de fato ela é e o quanto ela quer nos levar ao amor para com seu filho Jesus. E esta missão ele assumiu de corpo e alma, renunciando a si mesmo, na simplicidade, no sofrimento, na força de vontade, não medindo esforços para cumprir sua agenda de visitas, onde em milhares de lares, levou Maria e seu filho Jesus para estabelecerem o seu reinado (nos corações) já aqui na terra – e que em continuidade se dará no céu. Nossa vocação é para a santidade e o sentimento que tenho, pelo que o conheci e ouvi sobre ele, ele realizou aqui na terra a sua vocação plenamente.