O quarto de Santa Dulce dos Pobres
Karen Bueno / Ir. M. Nilza P. da Silva – A imagem da Mãe e Rainha chega aos mais distantes e variados lugares pelo mundo: está na muralha da China; chegou ao topo do Monte Everest; recentemente foi enviada à Indonésia; circula entre os funcionários do governo federal em Brasília/DF; está no quarto onde São João Paulo II viveu a sua infância (ele conta que aprendeu o amor a Maria diante dessa imagem), está no quarto do Papa Francisco e está também no quarto de Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa nascida no Brasil.
Duas mães, lado a lado
Duas mães, colocadas lado a lado, num canto especial do quarto. Isso você vê na foto acima, do lado esquerdo, no quarto que conserva a mesma disposição dos objetos como era nos anos em que Ir. Dulce nele habitava. Em uma parede está a foto da Sra. Dulce Maria de Souza Brito, mãe da Irmã Dulce, na outra parede, a imagem da Mãe e Rainha de Schoenstatt. Juntas, as duas mães acompanharam atentamente a vida de sua filha querida – com certeza partilhando a alegria de ver brotar, crescer e frutificar essa semente de santidade que se tornou modelo para toda a Igreja.
Ao mesmo tempo, pode-se imaginar o grande amor dessa santa à Mãe e Rainha, pelo fato dela ter duas imagens da MTA na residência. Quantos olhares amorosos e diálogos deve ter havido entre a Mãe e Rainha e ela. Certamente que, a partir do Santuário, a Mãe e Rainha ajudou muito a pequena mãe dos pobres e atendeu as suas súplicas, sobretudo, a educou em sua escola de santidade. Irmã Dulce guardava em seu pequeno quarto duas imagens da Mãe e Rainha: um quadro na parede e uma imagem da Mãe Peregrina.
Uma Peregrina
Esta imagem peregrina foi abençoada, no Santuário de Schoenstatt É a imagem nº 10.996. Como o quarto de Ir. Dulce foi conservado intacto desde a sua morte, ambas as imagens estão ainda lá. Atualmente o pequeno cômodo é mantido como um memorial e protegido por um vidro. Os milhares de peregrinos que devotamente visitam os lugares históricos de Santa Dulce, encontram-se também com a Mãe e Rainha e são por ela abençoados.
Saiba como a imagem chegou até o quarto de Santa Dulce
Biografia
Irmã Dulce, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, nasceu no ano da fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt, 1914, no dia 26 de maio, na cidade de Salvador/BA. Foi uma criança cheia de alegria junto aos seus pais e os dois irmãos. Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe, chamada Dulce, que tinha apenas 26 anos. A vocação para trabalhar em benefício dos pobres teve influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã. Aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família num centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam à sua porta. Também é nessa época que ela manifesta, pela primeira vez, o desejo de dedicar-se à vida religiosa.
Em 8 de fevereiro de 1933, logo após a formatura como professora, Maria Rita entra para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão/SE. Em 13 de agosto de 1933, recebe as vestes de Irmã Missionária e adota, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Desde o início, seu olhar sempre esteve voltado para os mais carentes. Já em 1935 dava assistência à comunidade pobre de Alagados – conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, em Salvador. Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
Em 1949, Irmã Dulce ocupa um galinheiro, ao lado do Convento Santo Antônio, com um grupo de 70 doentes. A iniciativa ficou gravada na memória do povo baiano, sempre recordando que a construção do maior hospital da Bahia surge a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é instalada oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.
Em 1980, Irmã Dulce ouvia do Papa João Paulo II o incentivo para prosseguir com sua obra. Eles se encontraram novamente no dia 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. São João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio para visitá-la. Nessa época, a saúde de Ir. Dulce já se encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios. Cinco meses depois, ela faleceu, em 13 de março de 1992, pouco antes de completar 78 anos.
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Boa Tarde! Acompanhei tudo sobre a Canonizacao da Irmã Dulce dos Pobres. Estou muito feliz que o nosso Brasil sofrido recebeubesse grandioso presente das Mãos de Deus. Vamos rezar todos os dias em honra da Irmã Dulce dos Pobres!