Comunicadores de todo o Brasil estão reunidos no Congresso Nacional de Comunicação de Schoenstatt
Karen Bueno – O segundo dia do Congresso Nacional de Comunicação neste domingo, 31 de outubro, reuniu participantes de várias regiões do Brasil, também congressistas de outros países que se uniram aos brasileiros. A manhã iniciou com uma reflexão do Pe. Alexandre Awi Mello, em vídeo, falando sobre a missão de transfigurar a realidade, de imprimir o selo de Cristo no mundo.
A missa da manhã, no Santuário Original, foi dedicada aos congressistas e presidida pelo Pe. Antonio Bracht, que motivou a “amar a Deus com todo o coração, com todo o entendimento, como pessoa inteira”.
Abrindo o dia intenso de conteúdo, o primeiro tema foi conduzido pela assessora nacional de comunicação, Ir. M. Nilza P. da Silva, que trouxe um panorama detalhado sobre o espírito comunicativo do fundador de Schoenstatt, Pe. José Kentenich: “Vale a pena estudar toda a vida de nosso Pai sob o foco da comunicação. Toda a estrutura, espiritualidade e carisma de Schoenstatt têm sua origem na comunicação”, diz ela, explicando com fatos históricos como a comunicação se desenvolveu na Obra de Schoenstatt.
Ir. M. Nilza explica que o Pe. Kentenich utilizou de várias formas os meios de comunicação disponíveis em sua época. Além da histórica revista MTA, que é o primeiro meio de comunicação oficial na Obra de Schoenstatt, ele estimulou o surgimento de vários meios de comunicação impressa entre os ramos e comunidades da Obra: “Em 15 anos nosso Pai lançou ou motivou a publicação de mais de dez impressos. Impressiona o valor que ele dava para a presença de Schoenstatt na mídia”.
Falando sobre o uso das mídias pelo Pe. José Kentenich, Ir. M. Nilza menciona que ele era um autor e editor consciente e responsável: “Ele não estava em busca de likes; tinha consciência de responsabilidade pelas consequências de suas publicações e também tinha respeito pelas pessoas. Ele sabia que quem tem a mídia nas mãos pode despertar o que quiser no coração do usuário. Toda publicação pode extrair o melhor e mais nobre do usuário ou pode fazer com que seus sentimentos negativos se despertem com fúria e venham para fora”.
Explicando a afirmação, ela diz: “As publicações do Pe. Kentenich tem uma tonalidade otimista, mesmo quando fala sério sobre problemas sociais e outros, ele apresenta proposta de solução, de modo positivo e convincente. Procura apresentar a raiz dos problemas e as possíveis respostas. Seu estilo é mariano, não só porque apresenta Maria como a resposta para as questões atuais, mas porque é um comunicador que quer construir uma cultura de vínculos, para isso promove a unidade e a formação de uma atmosfera familiar”.
Concluindo, a assessora diz que “Devemos ter coragem de amar e usar as mídias para despertar e fazer crescer o amor pessoal. Fazer de nossas redes sociais um espaço de vínculos”.
A comunicação atual da Obra de Schoenstatt
Partindo deste resgate histórico, a segunda parte da conversa foi com a Ir. M. Cacilda Becker, da Coordenação Internacional do Movimento de Schoenstatt e responsável pela comunicação oficial do Movimento Internacional (schoenstatt.com).
“Nós, como comunicadores, recebemos uma tarefa muito concreta: anunciar a mensagem de Deus a todas as pessoas de boa vontade. Pelos meios digitais, hoje alcançamos uma quantidade infindável de pessoas. Que fazemos? Nós nos colocamos a caminho? Ou nos levantamos para fugir de nossa incumbência? Como comunicadores católicos temos uma grande missão, semelhante à dos missionários que vieram a cristianizar nossas terras. Que mensagem transmitimos? É digna de confiança, é a voz da Mãe de Deus que ecoa por nossos cliques? Assim é a comunicação oficial: vem de uma fonte clara e objetiva e é transmitida com segurança e ousadia”.
Ir. M. Cacilda explica a atual estrutura da comunicação internacional de Schoenstatt, que está a serviço da presidência geral, e alcança várias perguntas e questionamentos entre os congressistas, num bate-papo em Família.
Somos tua voz, para transfigurar a realidade
“Somos tua voz, uma dentre tantas vozes. A pergunta de ouro hoje é: o que vai fazer o público parar e ler meu conteúdo?” Essa é uma das questões trazidas pela jornalista Jaqueline Montoya na última palestra do dia.
O acento da reflexão é sobre a missão do comunicador. Como usar nossa voz para transfigurar a realidade? Segundo a Jaqueline, é preciso ter um novo olhar: “Como aprendemos a ter esse novo olhar? Em Schoenstatt encontramos uma ferramenta valiosa, diria indispensável! Precisamos usar os famosos ‘óculos da Aliança’, para ir além do óbvio e da primeira impressão do nosso olhar”.
Ela, então, elenca algumas dicas práticas para que “os óculos da Aliança tenham o grau correto”:
– Vida de oração: O bom comunicador é aquele que sabe falar muito, mas que também ouve muito. Portanto: não tenhamos vergonha de sempre implorar a Deus, ao Espírito Santo e à nossa querida Mater que nos ajudem nessa missão e abram nossos olhos.
– Exercitar o olhar: Tentar não ser sempre óbvio, mas ver ‘além’. Sempre observar a situação e pensar: aconteceu esse fato ‘x’, por exemplo, mais uma missa para cobrir. Como posso contar dessa missa? Só o básico? O que o padre falou na homilia que posso usar no texto? Como posso relacionar esse acontecimento com o dia a dia das pessoas?
– Ouvir as vozes do tempo: Para conseguirmos ter uma experiência mais completa como comunicadores, precisamos estar atentos à sociedade em geral, por ‘dentro’ das notícias, tendências e aprender a aplicar isso às nossas redes, para que nossa mensagem chegue a novos mares
– Assumir nosso papel de instrumentos: Lembrar que somos ‘voz’, instrumentos nas mãos de Deus e da Mãe, portanto deixar que eles atuem e sejam o centro! Podemos cair na vaidade de achar que nós somos o centro, e aí a visão vai ficar totalmente turva. Se tivermos sempre em mente que somos instrumentos, conseguiremos manter sempre o grau ‘correto’ para nossas lentes.
Com essa reflexão e uma oração no Santuário Original encerra-se o segundo dia de Congresso, que continua nesta segunda-feira, com mais períodos de formação e espiritualidade.