Como trazer a espiritualidade de Schoenstatt para a vida matrimonial, especialmente, quando o esposo não participa de algum Ramo do Movimento A. de Schoenstatt
Suely Luzia Crema Bayerlein – Com o coração radiante de alegria e de esperança, pela proximidade da chegada do Menino Jesus em nosso meio, neste tempo fecundo do Advento, rendo graças a Deus por tudo o que Ele me tem proporcionado. Apesar de estarmos inseridos numa época de grandes desafios, mudanças radicais na forma de pensar, de viver e nos costumes que afetam os valores mais profundos, as ações e relações humanas, venho testemunhar um pouco de como é “trazer a espiritualidade de Schoenstatt para a vida matrimonial, especialmente quando o esposo não participa do movimento”.
Um pouco da minha história…
Desde 1989, conheci o Movimento de Schoenstatt, por meio de minha filha, que, desde os 9 anos, participava das reuniões no grupo Luz do Reino (Apóstolas Luzentes de Maria), na ocasião, dirigido por Leonor Tarifa Gavilan, Senhora de Schoenstatt. O fato de levar minha filha para os encontros e de observar suas atitudes e gestos com a Mãe de Deus, chamavam minha atenção e, fui me interessando sempre mais em conhecer mais profundamente a pedagogia de Schoenstatt.
O tempo foi passando, a curiosidade aumentando, as visitas ao Santuário Sião, de Jaraguá, em São Paulo, foram se tornando mais frequentes. Até que, em outubro de 1997, fui convidada a participar da Liga das Mães. Aceitei Imediatamente e minha vida tomou um novo rumo. Em 1998, fiz minha Aliança de Amor e, em 2000, tornei-me dirigente geral da Liga das Mães, em Caieiras/SP, ao mesmo tempo em que minha filha assumia a direção da Juventude Feminina de Schoenstatt.
Unimos nossas forças e, com muita coragem e confiança na querida Mãe e Rainha, enfrentamos todas as barreiras para participar dos encontros em Atibaia/SP, das constantes reuniões de formação, retiros… Sabíamos, desde o início, que não seria fácil, pois meu marido não participava do Movimento e nem era católico. Mas, não desanimamos. Em 2007, minha filha se casou e mudou de cidade. Fiquei sozinha para enfrentar as dificuldades. Aliás, sozinha nunca, pois a Mãe de Deus estava sempre comigo. Já com o Santuário-Lar instituído, era lá que eu buscava forças…
Mais tarde, fui convidada para participar da União de Mães de Schoenstatt e, com muita fé, paciência e imenso amor à Maria e ao nosso Pai Fundador, Pe. José Kentenich, fui me fortalecendo. Educava-me para ser uma esposa, como Maria, dedicada com muito amor ao meu lar, meu esposo e minha família. Lenta, mas progressivamente, meu esposo também foi aceitando minhas atitudes e meu grande amor e dedicação à União, à Liga de Mães e aos meus compromissos religiosos.
Voluntário da Mãe e Rainha
Em 2016, quando começamos a construção de nosso Santuário, em Caieiras, meu esposo, já aposentado, começou a prestar serviços, como voluntário, no Santuário: plantando, regando, varrendo, pintando portas e portões e tantas outras necessidades. Ele saia logo cedo, comprava pão para o café, pegava um amigo e iam para lá, com muita boa vontade de ajudar. E como ajudavam! Seu cuidado maior era com as orquídeas, das quais nos orgulhamos muito. Ele estranhava quando chegava final de semana e não havia expediente.
Atualmente, 4 anos após, ele continua nesse trabalho, como “voluntário efetivo” da Mãe e Rainha. Ele ainda não reza dentro do Santuário, mas o trabalho que faz, diariamente, o suor na camisa e o seu carinho e zelo pelo lugar sagrado é muito intenso. Confio que nossa Rainha já o cativou, há muito tempo, pois sua fidelidade é segura e indiscutível. Atribuo esta conquista a um presente da Mãe de Deus, pela bênção de nosso Santuário e as muitas ofertas ao Capital de Graças. É impressionante a transformação em sua maneira de ser, em seu coração, em nossa família.
Aceitar o outro como é gera harmonia
Hoje, participo das Missas diárias, faço reuniões com grupos da Liga de Mães, com as candidatas à União de Mães, participo dos encontros do meu curso, dos retiros anuais, sirvo como Ministra Extraordinária da Eucaristia, na paróquia e no Santuário, sou secretária da Associação, aqui no Santuário, e tudo mais, com seu apoio, graças a Deus. Se demoro para me levantar, de manhã, para ir à Missa diária, ele me acorda e diz: “Você não vai à Missa hoje?” São mimos da Mãe!
Cada um aceita o outro como é, com seus diferentes pontos de vista. Eu aceito seu modo de ser e ele consente minha participação na vida da Igreja, isso gera uma perfeita harmonia em minha casa.
“A Mãe de Deus precisa de nós. Por nós, Ela quer reconduzir o mundo a Jesus. Nós podemos ajudá-la a realizar sua tarefa de vida”, diz o Pe. José Kentenich. O Papa Francisco diz, na Exortação Apostólica Amoris Laetitia , sobre o desafio das crises: “A história de uma família é marcada por crises de todo o gênero, que são parte também da sua dramática beleza. É preciso ajudar a descobrir que uma crise superada não leva a uma relação menos intensa, mas, a melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união. Não se vive juntos para ser cada vez menos feliz, mas para aprender a ser feliz de maneira nova, a partir das possibilidades que abre uma nova etapa.” (232)
Estes pensamentos foram inspiradores para este meu relato. Que eles nos eduquem e conduzam sempre a Deus e a nossa Mãe, em todos os momentos de nossa vida. Minha eterna gratidão a Deus Pai, a Maria e ao Pe. Kentenich, pela transformação que permitiram em nossa vida, em nossa casa, em nosso matrimônio.