Pozzobon, um santo entre nós
Ir. M. Nilza P. da Silva – Ontem, celebramos o nascimento de João Luiz Pozzobon, reportamo-nos a entrevista com o Pe. Irineu Trevisan, Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, natural de Santa Maria/RS e desde a infância o conheceu Pe. Irineu, já falecido, foi também assessor da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt (CMPS), no regional de Sudeste. Durante mais de 20 anos foi o diretor nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt no Brasil. Por tudo isso, mas, especialmente pelo amor que o Pe. Irineu dedicou à CMPS e ao Diácono João Pozzobon, sua entrevista é muito valiosa.
Pe. Irineu, quando o senhor conheceu o Diácono João Pozzobon?
Conheci o Sr. João Luiz Pozzobon quando eu ainda era pequeno, talvez com 10 anos de idade, porque ele morava no mesmo bairro que meu pai, trabalhava no mesmo ramo comercial. Fiz o meu curso escolar primário com alguns filhos dele.
Como o senhor caracteriza o Diácono João Pozzobon?
Considero-o uma pessoa exemplar em vários aspectos de sua vida: como pai, como profissional, como cristão, como apóstolo, especialmente depois que começou a trabalhar com a Mãe Peregrina; um temperamento calmo, fácil de dialogar, muito maduro, consciencioso de todas as suas responsabilidades. Do ponto de vista religioso: ele era mesmo muito religioso e merece realmente todo esse carinho e essa atenção que estamos lhe dando, no sentido de empenhar-nos por sua canonização.
Na sua opinião, qual é a mensagem especial que a vida do Diácono João Pozzobon oferece às famílias?
Eu o acompanhei em vários aspectos de sua vida e tenho diversas vivências com ele como pai de família. Alguns exemplos, pelos quais ele me impressionou em sua dedicação à esposa e à educação profissional e vocacional de seus filhos. Ele sempre procurou educar, não somente por conselhos mas, acima de tudo, por seus exemplos.
Numa ocasião encontrei-o com um casaco de inverno novo e lhe observei: “Hoje, o senhor está tão elegante!” Ele me respondeu: “Pois é, só agora consegui comprá-lo para mim, porque primeiro quis dar um para cada filho. Só agora sobrou dinheiro para comprar o meu casaco”.
Isso nos mostra como o Sr. João colocava no centro tornar o outro feliz: a esposa e os filhos. Penso que esta é uma de suas mensagens às famílias de hoje.
Como era o amor do Diácono João Pozzobon à Igreja?
Era um amor sincero, profundo e exemplar. Ele estava presente em todas as promoções e atividades da paróquia e do ramo dos homens de Schoenstatt. Participava sempre com muita religiosidade e convicção. Sempre me impressionou como ele sabia viver isso na vida diária e ao mesmo tempo sabia transmitir isso a seus filhos.
Qual a importância de nos empenharmos pela canonização do Diácono João Pozzobon?
A importância tem diversos aspectos:
– Conseguiremos colocar um pai nos altares. Um pai, um profissional, um cristão do dia-a-dia. A mim impressiona que nossos altares estão repletos de bispos, padres e religiosos, mas faltam ainda mais leigos. Penso que é muito importante para a Igreja e para nosso tempo, tão dedicado à família, que se tenha um pai e um profissional canonizado, alguém que viveu sua vida de santidade no meio do mundo e dentro de sua família.
– Acho importante que ele seja canonizado porque ele se santificou por meio da espiritualidade de Schoenstatt, a espiritualidade à qual eu também dedico a minha vida.
Entrevista concedida à Ir. M. Nilza P. da Silva, em Atibaia/SP, em 25 de julho de 2003