Ir. M. Nilza P. da Silva – O mundo na eminência de uma terceira guerra mundial, uma situação totalmente insegura e alarmante. Os noticiários trazem informações que alarma cada vez mais, a Europa está sob a mira de potências armamentistas, que podem, a qualquer hora acionar seus botões. O que parece ser diagnóstico atual, é em 1948.
Quem faz uma síntese desse diagnóstico é Pe. José Kentenich, nosso Pai e Fundador. No meio desse gigante perigo, ele está no Brasil, e, no dia 18 de maio, cercado de um pequeno grupo de Irmãs e mães de alguns alunos do Colégio Mãe de Deus, faz a bênção e o lançamento da pedra fundamental para o Santuário.
Ele lança um olhar realista para a situação mundial.
“Vivemos em um tempo descrito pela Sagrada Escritura com as palavras: ‘O demônio anda como um leão a rugir, procurando a quem possa devorar.’… o demônio celebra triunfos em toda parte. A Igreja pode defender-se como quiser, pode usar todos os meios, mas, é sempre mais reprimida, para que o demônio possa reinar. O poder humano, por mais unido que seja, pouco pode fazer contra o poder diabólico. Quanto mais incapaz se sente a Igreja, quanto mais incapazes os combatentes de nosso lado, tanto mais sobe no céu… a Mãe de Deus… Maria, a bendita entre as mulheres foi convocada para esmagar a cabeça da serpente. Eis o tempo em que vivemos: de um lado o dragão, com muitas cabeças. Do outro lado a Mãe de Deus… Ela recebeu a ordem de Deus: Mãe, interfere na história do mundo!”[1] |
Como podemos interferir na situação mundial?
Pe. Kentenich mostra que a situação atual, de 1948, é semelhante à de 1914, quando jovens tomaram a decisão de ajudar a Mãe de Deus a renovar o mundo e se pergunta se isso é possível, com um grupo tão pequeno de pessoas, que não aparece nas notícias dos jornais mundiais e, ele mesmo dá a resposta:
“Grande é quem se consagra sua vida a uma grande tarefa! Podemos imaginar tarefa maior do que atrair a Mãe de Deus para cá, como a Esmagadora da serpente? Outros podem travar grandes lutas, conquistar fama… No entanto, se entendermos bem a tarefa de hoje e a cumprirmos, teremos interferido muito mais no mecanismo do tempo. Portanto, vencendo uma tentação, dominando uma paixão e dando-o à Mãe de Deus, como contribuição ao Capital de Graças, por essas pequenas coisas, por estas pequenas vitórias, interferimos nos acontecimentos do mundo.”[2] |
Podemos ajudar para que haja paz no mundo
Se Deus nos oferece condições de ações diretas, Ele também nos dá as graças e forças para agirmos. Mas, mesmo que não tenhamos como fazer ações diretas, todos somos convocados para a luta: Rezar, sim, rezar muito. Mas, também a construir pontes para a paz em nossos relacionamentos, colaborando assim com a Mãe de Deus.
Se achamos que na batalha europeia há posicionamentos que demonstram falta de empatia e de respeito com a soberania de outro país, mentiras para justificar ações de violência, precisamos trazer isso para nosso dia a dia e perguntar como é nosso modo de proceder com as pessoas bem próximas de nós, como é com nosso comportamento quando cometemos erros… Se pedimos desculpas ou criamos justificativas, para que a culpa fique sobre outros. Como trato as pessoas com quem não tenho simpatia e não concordo com suas ideias? Enfim, a atitude que temos no relacionamento com as pessoas mais próximas seria a mesma se dirigíssemos um país, pois, como disse Jesus: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio.” (Lc 6, 45)
A Mãe de Deus nos ajude a refletir sobre isso e nos mostre meios bem concretos para ajudarmos a construir um mundo em paz.
Rezemos com o Pe. José Kentenich:
Querida Mãe de Deus,
“Faze desvelar-se ricamente teu coração materno, onde irrompem, violentas, as potências infernais
e manifesta em plenitude teu poder, tua bondade, como Colaboradora de Cristo.
Manifesta-te ao mundo inteiro como o Grande Sinal, ante o qual se afastam a astúcia do demônio e as aflições terrenas;
em ti, os povos encontrem abrigo e redenção e alegres te proclamem Medianeira da salvação.” (Rumo ao Céu, 506,508)
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[1] Livro: Documentos de Schoenstatt
[2] Idem