Fazer memória de um fato histórico significa tornar realidade dinâmica os fatos do passado.
Ir. M. Vera Lúcia dos Santos Mangas – Focalizamos o dia 14 de março de 1947, recordando-o, mostrando sua importância, contexto, motivação e lançando um olhar à realidade, tornando este acontecimento dinâmico para a atualidade.
Qual acontecimento?
No dia 14 de março completam 75 anos do encontro do Pe. Kentenich com o Papa Pio XII, em Roma.
É importante primeiro contextualizar este acontecimento que faz parte da história, mas que é formado pelas histórias de outros acontecimentos, pontilhados e marcados pela presença de outras muitas histórias.
O ano de 1947 foi o ano no qual o Pe. José Kentenich iniciou as viagens ao exterior. Em fevereiro deste ano, foi convidado para pregar retiro e dias de formação na Suíça. Dali viajou para Roma, para estabelecer diversos contatos, empreendimentos, ajudar no reconhecimento canônico das Irmãs de Maria, isto é, obter um esclarecimento a respeito da futura posição jurídica das Irmãs e de outros institutos.
A publicação da Constituição Apostólica “Provida Mater Ecclesia”, em fevereiro deste ano, trouxe respostas às suas perguntas. Os Institutos Seculares fundados por ele, tiveram o seu lugar na estrutura jurídica e vital da Igreja. E por isso desejava uma audiência privada com o Papa Pio XII, para agradecer pessoalmente por esta Constituição Apostólica. A princípio, parecia não ser possivel. No entanto, justamente no dia 11 de março recebeu a noticia do Generalato dos Padres Palotinos que seria possível uma audiência com o Papa no dia 14 de março.
A nova publicação “Provida Mater Ecclesia”
Esse foi o tema principal da audiência. Uma audiência muito importante!
Pe. Kentenich convicto da grande missão de Schoenstatt, prometeu ao Papa “que Schoenstatt dedicará todos os esforços para que os Institutos Seculares possam prestar à Igreja um serviço tão valioso como o das ordens e congregações tradicionais, em especial para a construção de uma nova ordem social cristã.”1
Uma promessa importante, moderna e válida para os nossos dias, porque desperta a pergunta até que ponto esta promessa é viva e que “prestar um serviço tão valioso à Igreja … especialmente a construção de uma nova ordem social cristã”, é aquilo que está em jogo hoje em todos os ângulos possíveis: sociedade, educação, família e religião.
O apoio da Igreja através da Constituição Apostólica “Provida Mater Ecclesia” intensifica que os Institutos Seculares são um “novo tipo” de personalidade e de comunidade para os novos tempos.”
Renovar a missão da promessa feita no dia 14 de março de 1947, recorda a atualidade da missão, tantos anos depois.
“Os Institutos são chamados a um serviço de exploradores e pioneiros em favor de uma nova ascese e pedagogia laicais”2, sobretudo através do exemplo de sua vida.
Para reflexão:
Ao fazer memória do dia14 de março de 1947 vale a pena responder ‘quanto de esperança existe no interior para esta grande missão’?
O que faz abrasar o coração diante de uma história antiga (75 anos) e ao mesmo tempo moderna?
* Ir. M. Vera Lúcia é brasileira, reside em Roma, há mais de 10 anos, e atua como Responsável pela Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, na Itália
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1 Engelbert Monnerjahn, Uma vida pela Igreja, p. 180
2 Pe. José Kentenich, 1949