Clélia Eckert/Ir. M. Nilza P. da Silva – A Europa vive os momentos devastadores da segunda Guerra Mundial. Neste cenário de atrocidades, o Pai Fundador, Pe. José Kentenich, vê diante que é preciso trabalhar na reconstrução, não somente material, mas também a reconstrução interior, talvez a mais difícil tarefa do homem.
O quadro que tem diante de seus olhos leva-o a trabalhar arduamente. Ele não voltara do Campo de Concentração de Dachau para descansar. É preciso lutar pela imagem do homem cunhada por Deus.
Seu coração anseia por algo a mais
Sempre atento às vozes do tempo, à luz da fé e da Divina Providência, certo de que uma nova tarefa se descortinava, parte então para a África e a América do Sul. É urgente pôr-se a caminho, conduzir, assistir, orientar e anunciar Cristo e Maria em outras paragens e sedimentar a grandeza da espiritualidade de Schoenstatt, pela Aliança de Amor.
Temos a bênção dos passos do Fundador
Nesse dia, em 2 de abril de 1947, portanto, há exatos 75 anos, é a vez da cidade de Curitiba/PR ser agraciada pela passagem e estada do Pe. José Kentenich. Estamos seguros dele nos ter dado sua bênção sacerdotal. Podemos crer que ele tenha olhado para as nossas araucárias, cujos galhos estendidos se elevam para o céu, como um sinal de louvor e gratidão ao Criador.
Neste primeiro contato, Pe. Kentenich é recebido pelo Pe. Germano Meier, sacerdote palotino, acompanhado pela Ir. M. Aloysia Kienle e, daqui ele segue para Jaraguá do Sul/SC e Rio NegroPR. Um fato inusitado acontece, um dia antes de sua volta de Santa Catarina para Curitiba, um capelão militar visita Curitiba para saber como havia sido a Páscoa dos militares. Segundo relatos recebidos, isso foi somente um pretexto, porque a intenção desse capelão era para ter informações sobre este padre alemão que estava para chegar.
Como apóstolo de Maria, continua divulgando a Aliança de Amor com a Mãe, para impulsionar o desenvolvimento integral da pessoa humana. Ele conduz também uma meditação para as Irmãs da Divina Providência, que é encerrada com a celebração da Santa Missa.
Seu programa em Curitiba
Em Curitiba, hospeda-se na Paróquia Cristo Rei. O arcebispo de Curitiba, na época, Dom Ático Eusebio da Rocha, recebe o Pe. Kentenich, como visitante. Ele faz uma palestra aos franciscanos no Paróquia Bom Jesus. Nota-se a importância dada a essa visita, pelo fato da Ordem dos Franciscanos Menores acharem digno e necessário registrarem no livro de crônicas de sua ordem: “O Padre Kentenich, organizador do Movimento espiritual de Schoenstatt, esteve aqui fazendo uma conferência, de 3 horas, para o clero e leigos alemães, sobre o estado religioso social da Alemanha.”
Nos anos de 1948 e 1949, mais uma vez, Curitiba acolhe nosso Fundador. No último ano, a Divina Providência faz com que seu voo se atrase, assim, ele pernoita nesta cidade, hospedado na casa do Pe. Germano Meier, junto a Paróquia Cristo Rei.
Vamos contigo…
Em seu coração de Pai, ficou guardado este pedacinho de terra, em seu testamento um ano antes de sua volta à casa do Pai Celestial ele escreve sobre que nós brasileiros somos um “material do qual se pode esculpir santos. Depende somente de que nós sejamos verdadeiros escultores, se tivermos a capacidade de fazer tudo com estes filhos que o bom Deus nos concedeu.”
Após 75 anos, com o Pai e Fundador, colocamo-nos a caminho: “Vamos contigo Pai,” nesta tua jornada e missão! Sim! Tudo por amor, pelo amor e para o amor. Como tu, nós também fizemos um singelo convite: Mãe e Rainha de Schoenstatt estabelece seu trono de graças e opera milagres de graças, abriga seus novos súditos, transforma, educa-os e envia-os em missão.
Nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, seguindo os planos divinos efetua também aqui, o que havia se realizado em 1914 no Santuário Original: Estabelece seu trono de graças e de missão.
Cabe a nós, seguir os teus passos nesta caminhada e realizar a missão e o ideal de ser o Tabor das glórias de Maria. Na força do Magnificat, teus passos geram vida! Caminhemos!