Ir. M. Nilza P. da Silva – Vindos de 29 diferentes países e culturas, cerca de 180 irmãos na Aliança de Amor se encontram pessoalmente, pela primeira vez. Os rostos e os idiomas são diferentes, mas, o que os move e os une sintetiza-se numa só palavra: Schoenstatt!
Santidade, vínculo e missão
O primeiro encontro oficial é junto da Mãe, no Santuário Original. A Eucaristia presidida pelo Pe. Joan Pablo Catoggio, superior geral dos Padres de Schoenstatt, que está à frente da Presidência Geral de Schoenstatt (PG). “Pentecostes é um acontecimento permanente”, disse em sua homilia. “O Espírito Santo sempre de novo renova a Igreja”. Ele aponta três pontos que, desde 2014, nos mantêm unidos: “Santidade, Vínculo e Missão. A vinculação como caminho de santidade e fonte de missão.” Ele apontou algumas crises de nosso tempo, como guerras e pandemia, que “são desafios e um chamado de Deus para nós… mostram a atualidade e a urgência de nosso carisma, de nossa contribuição para a Igreja e o mundo atual.”
Assegura que nas tensões e questionamentos em torno a pessoa de nosso Fundador, Pe. José Kentenich, “a verdade se manifestará” e, além do empenho das Equipes de pesquisas científicas, devemos estar conscientes de que, assim como em Pentecostes, não foram os especialistas que demonstraram cientificamente a ressurreição de Jesus, mas, o testemunho de pessoas simples, porém convictas e convincentes que, plenas do Espírito de Deus, deram o seu testemunho, por meio de “suas vidas santas (santidade), pela comunhão fraterna (vínculos) e pelo compromisso apostólico missionário (missão). Este é o caminho que devemos seguir… não se trata, em primeiro lugar da canonização do Pe. Kentenich, mas, se trata de ajudar a santificar este mundo… se vivemos santamente, ajudamos a transformar, humanizar e santificar este mundo, que tanto necessita de Deus.”
A Casa Pe. Kentenich, no Monte Schoenstatt, é o Cenáculo para as reflexões e decisões. Num ambiente de muita alegria, o casal apresentador, Richard e Ingeborg Sickinger, da Obra de Famílias, na Áustria, acolhe a todos e apresenta as Equipes de coordenação e de serviços no evento. Pe. Walter Heinrich e Ir. M. Cacilda Becker dão um relance sobre as alegrias e desafios de iniciar a Coordenação Internacional (CI), cujo trabalho depende 100% de voluntários. A CI representa o Movimento na PG, atua em contato com os Assessores do Movimento nos países e acompanham o surgimento de Schoenstatt em novas nações. Pe. José Luiz Correa e Ir. Maria Auxiliadora Bohórquez partilham as experiências vividas na Coordenação Continental do Movimento, no Continente Americano. Para eles, estar em diálogo com os Assessores e leigos dos diversos países, na organização de eventos internacionais e com a CI “é muito precioso e uma experiência de sinodalidade em nosso continente,” dizem.
Chega a hora de ouvir um ao outro
Os participantes se reuniram em grupo, para responder duas perguntas: O que trago em mente? De que me ocupo atualmente? Quais são as minhas expectativas em relação a esse congresso? Algumas palavras de destaque: unidade e complementariedade, esperança e fidelidade, atualização e instrumento.
O significado do Congresso é o tema do Pe. Walter Heinrich. Ele convida à sinodalidade, à reflexão sobre a originalidade de cada local, a aplicação do carisma de Schoenstatt nas realidades locais: “O Congresso é principalmente uma plataforma de informação, comunicação e familiarização dentro do Movimento.” Ele indica também que “outra tarefa é considerar juntos o atuar da Divina Providência, buscar sinais de Deus, as portas abertas pelas quais Deus está nos guiando” e finaliza com o desejo que o memorando seja a resposta desse processo realizado todos juntos.
Um trabalho que fazemos todos juntos
Pe. Felix Geyer e Ir. Maria Auxiliadora explicam sobre o processo para a elaboração do Memorando, que iniciou com uma pesquisa em todos os países, continuou com os pequenos Congressos de Pentecostes, em cada país, e os workshops continentais. Os temas, apresentados por especialistas, nos mostrarão os sinais dos tempos na Igreja, na sociedade, na economia, no cuidado pelo planeta, na espiritualidade, na educação. Cabe a nós trabalharmos tudo isso sob a perspectiva de Schoenstatt, para definir objetivos e caminhos para os próximos anos.
Então, abriu-se um diálogo e decidiu-se juntos pela formação de uma equipe de reflexão para a elaboração do memorando, uma síntese do resultado desse processo.
O dia termina com a reflexão sobre a simbologia da janela de pentecostes, na Capela do Fundador, e o processe de vida que sua conquista desencadeou na Família de Schoenstatt em toda a Alemanha. Então, todos os presentes se dirigem à Capela onde se encontra a tumba do Fundador e, num momento da oração, suplicam a sua bênção.
Impressões pessoais desse primeiro dia
“A presença de schoenstattianos do mundo inteiro reunidos, num mesmo espírito, é como um vento fresco que sopra. A gente tem a experiência da internacionalidade quando, a todo momento, ouve outro idioma, vê bandeiras de outros países, cumprimenta gente que há tempo atrás encontrou na sua pátria ou em outro lugar do mundo.
A minha sensação é que está iniciando algo único, um processo aberto, uma busca comum, em uma palavra, um Pentecostes no hoje. Estou realmente esperançoso por um resultado que indique caminhos e anime passos a dar. Paira no ar uma situação mundial – com a pandemia, com a guerra, com as crises da igreja, com a falta de alguns que não puderam vir por causa de crises – e essa situação é nosso desafio. Enfim, começamos bem, agora seguimos passo a passo neste mesmo espírito. Que o Deus que nos reuniu nos conduza.”
Pe. Antonio Bracht, Alemanha
“Sentimos o carisma da família e o apelo a ouvir as vozes do tempo e de Deus, reafirmando o nosso carisma. É com muita alegria que vimos ao congresso. Hoje, foi o dia de tomar consciência de que somos a Carta de Referência do nosso Pai Fundador.”
Bruno e Ana Pires de Zêzere, Liga de Familias, Lisboa, Portugal.
“São dias de verdadeiro Pentecostes, em que podemos conversar com pessoas de todo mundo e perceber que a Aliança de Amor nos faz todos irmãos. Por isso, todos nós reconhecemos como uma grande família que volta se encontrar depois de anos sem se ver. Para mim, estar em Schoenstatt neste momento é estar de corpo inteiro onde o meu coração já mora há alguns anos. São dias de graças e estou rezando por todo Schoenstatt Brasil que trago comigo”
Suellen Figueiredo, Juventude Feminina, Recife, Brasil
Clique para ler a homilia na íntegra (em espanhol)
Um flash em vídeo:
Fotos: PressOffice Schönstatt, Brehm
Fonte: schoenstatt.com