Vamos ao monte Tabor?
Joelma Melo* – Esse é o grande chamado que Cristo fez aos seus discípulos. Esse é o chamado que Ele fez aos jovens do Rio de Janeiro/RJ neste último dia do mês de julho, para a III Romaria da Juventude. Os jovens que responderam sim, levantaram-se cedinho e, vindos de várias localidades, se encontraram no Santuário Tabor Redenção da Família, acolhidos pela Mãe Três Vezes Admirável.
Pe. Rafael T. Mota, do Inst. Secular dos Padres de Schoenstatt,fez um reflexão sobre a Transfiguração (Mc. 9, 2-13): Neste encontro com os discípulos mais próximos, o mestre revela sua personalidade. Ele, o Deus feito homem, apresenta sua humanidade e sua divindade. Humanidade que revela as chaves para uma personalidade firme. Jesus busca o encontro com Deus, mas também um encontro com o outro. Entre os muito caminhos possíveis, ele toma uma decisão: Sim a vontade do Pai. Ele desce, para transfigurar a realidade, não fica onde é bom estar, mas, se decide pela cruz.
Pe. Rafael lembra aos jovens que esse encontro de hoje tem a mesma missão: Chegar ao Tabor, para um encontro com Deus, com a Mãe de Deus, um encontro com o outro, para uma transformação interior, e também o descer do Tabor, para mudar a realidade. Diz que os jovens estão vivendo uma realidade difícil, pós pandemia, com questões difíceis a serem enfrentadas, como a identidade sexual, as redes sociais, as discussões políticas, os problemas ambientais e tantas outras pressões impostas a juventude. Como uma resposta para essa situação atual, o padre cita os 4 pontos descritos pelo Papa Francisco, no Pacto pela Educação : 1 -Conhecer a si mesmo – saber suas características pessoais, suas aptidões, aquilo que te faz feliz; 2 -Conhecer o outro: um olhar atento àqueles que convivem com você, que fazem parte da sua realidade; 3 – Conhecer o mundo: aprender com o mundo, com a criação, com as realidades do tempo atual; por fim, 4 – Conhecer a Deus. Ter intimidade com o Pai, saber que não fomos criados sem objetivo. Deus criou cada pessoa com um objetivo: Faltava gente no conjunto da criação.
É preciso transfigurar a realidade de dentro para fora. Questionar-se sobre sua vocação e compreender que o que temos de mais valioso para entregar ao mundo é Cristo.
Em seguida, numa interação dinâmica e alegre, os jovens apresentaram ao Pe. Rafael suas dúvidas sobre comunicação, formação de grupos jovens, como lidar com as dúvidas e dificuldades para tomada de uma decisão vocacional. Duvidas que revelam o desejo de ser no mundo um jovem transfigurado, que tem o anseio de transformar a realidade, pois teve um encontro pessoal no TABOR.
Após um intervalo, Pe. Thiago Nascimento, de maneira muito extrovertida, contou como foi seu processo de discernimento vocacional, sua vivência cristã na infância, e conduziu uma dinâmica com os jovens. Eles jovens foram contagiados pela alegria deste jovem sacerdote, deram boas risadas com as histórias contadas, histórias simples, mas que o levaram a crescer na fé, no amor a Jesus Eucarístico e a se decidir pela vocação sacerdotal.
Pe. Thiago destacou que “os santos surgem em uma família”, citando como exemplo Santa Terezinha, Santo Agostinho e o Pe. José Kentenich que, mesmo tendo uma experiência de ter sido educado em um orfanato, foi marcado profundamente pela confiança e fé de sua mãe, que o entregou a Maria e confiou a ela o bem mais precioso. Com muito entusiasmo, o sacerdote lembrou que ser cristão é revelar a figura de Cristo no mundo. Não podemos ser desfigurados, ou seja, uma figura distorcida, devemos buscar a nossa transfiguração. Ser pessoas transfiguradas no ambiente familiar, no local onde Deus nos colocou.
Depois, os participantes foram convidados a montar uma pequena escada e escrever em cada um dos 4 degraus o que precisavam transfigurar, para serem reflexos de Cristo na sua vida pessoal, na família, no ambiente de trabalho ou escola e na Igreja.
Os jovens também ouviram testemunhos de pessoas em diferentes estados de vida. A Ir. M. Franciane Castelani (Irmãs de Maria de Schoenstatt), o casal Danusa e Gustavo Coelho, ( União de Famílias de Schoenstatt) e o Pe. Rafael falaram, de forma divertida, dos “Fatos e Fakes” de seu caminho vocacional.
Por fim, o desejo de transfiguração, expresso nos degraus da escada, foi entregue para a Mãe e Rainha, no Santuário. Os jovens se consagraram a ela, em profunda confiança e gratidão.
Eis alguns testemunhos: Jovens da Paróquia Divino Espírito Santo, Vic. Oeste: “É nossa primeira vez, estamos gostando muito dessa experiência, que é diferente do que já havíamos feito. Gostamos muito das palestras.”
Paróquia Santa Rosa de Lima: “É muito bom estar aqui. Esta é a segunda vez que participamos da Romaria. Assim que soubemos fizemos nossa inscrição. É uma experiência incrível, neste lugar lindo.”
Jovem integrante do JUMAS, Belo Horizonte/MG: ”Esta Romaria está sendo uma experiência incrível, momentos de partilha e de descoberta, de busca por transfiguração.”
Na tarde, após a interação pessoal, os jovens puderam realizar um encontro pessoal com Jesus, vivo e presente, no Santíssimo Sacramento. Cristo fala no mais íntimo de nosso ser, os jovens são tocados por Deus, para serem sal da terra, luz no mundo.
O encerramento desta III Romaria da Juventude se realiza com a comunhão em Jesus, na Missa presidida pelo Cardeal do Rio de Janeiro, Arcebispo Dom Orani Tempesta. Foi um recordar a JMJ 2013, especialmente nas palavras de envio, quando o Representante da Igreja lembrou as palavras do Papa Francisco no encerramento daquele grande evento: “Queridos jovens, por favor, não ‘olheis da sacada’ a vida, entrai nela. Jesus não ficou na sacada, ele mergulhou… Não olheis da sacada a vida, mergulhai nela, como fez Jesus. Mas sobretudo, duma forma ou doutra, lutai pelo bem comum, sede servidores dos pobres, sede protagonistas da revolução da caridade e do serviço, capazes de resistir às patologias do individualismo consumista e superficial.”
* Joelma pertence à União Feminina de Schoenstatt
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