Jumas – Depois de dois anos e meio sem a juventude do Sudeste realizar uma missão, de 24 a 29 de julho, a Juventude Masculina de Schoenstatt partiu para Petrópolis/RJ, decidida a expressar sua solidariedade por meio de uma atividade missionária, levando Cristo e Maria aos habitantes, ouvindo as famílias e orando juntos, crentes de que esse apoio espiritual poderia ajudar a cidade. A cidade de Petrópolis, em março deste ano, sofreu com as enchentes que deixaram mais de 230 mortos e várias famílias desabrigadas.
A missão começou com uma recepção dos paroquianos, seguido de um retiro espiritual, para os missionários entrarem no espírito de missão. A atividade missionária começa com a missa da noite, na Paróquia Santo Antônio, que acolheu os missionários. Após a missa, a juventude e a pastoral de rua se uniram para ir tocar o Cristo que sofre, uma realidade simples e delicada, com nossos irmãos em situação de rua. Uma oportunidade para conhecer uma realidade diferente e conversar com eles, além de oferecer um sopão, para esquentar a noite fria de Petrópolis. Matheus Silva, um dos missionários fala sobre essa experiência:
“Tinham poucos irmãos na rua. Mas, dos poucos que estavam lá, o que me chamou mais atenção foi a Andreia e o Jhonny (coordenadores da pastoral de rua) chamando cada um pelo nome. Eles os conheciam e os tratavam como família! Isso me tocou e fez meu olhar se voltar mais ainda para os irmãos de rua. Não quero somente entregar um alimento para eles, eu também quero ser família.”
Em um momento de muito entusiasmo e oferta a Deus, os jovens foram enviados, dois a dois, às ruas da cidade. E assim foi, entre segunda e sexta, de manhã e à tarde, com muita entrega, debaixo de sol e até de chuva (no último dia de missão). Uma experiência de intensa fé. Ao final das visitas, em partilha entre os missionários, ficou claro que a missão era necessária, foi cumprida e que nas portas abertas aos jovens se abria uma porta para que Cristo e Maria habitassem naquela casa.
Um dos missionários, Christoffer Gabriel Lineve Pereira, de Curitiba, teve sua primeira experiência missionária e partilhou como foram as visitas às famílias: “Essa foi minha primeira missão e não teria como ter sido melhor. Conheci muitas pessoas novas, ouvi muitas histórias e me emocionei pelas famílias que ainda continuam de pé, continuando a vida, mesmo com muita dor. Isso mostrou-me que meus problemas eram mínimos comparando com os que as famílias tinham. Acredito que a minha visita às casas teve um impacto muito positivo, não só para as famílias, mas para a minha vida também.
Além de ter aprendido com as pessoas que visitei, também pude levar a presença da Mãe Peregrina, de Deus. Eu levei esperança para essas famílias, pude ajudá-las a reconquistar a fé, que muitas pessoas tinham perdido. Fico muito feliz por ter feito parte disso. Tudo foi como uma luz no fim do túnel, não só para as famílias, mas também para mim.”
As visitas às casas não foram o único momento em que os missionários puderam missionar. Ao chegar da tarde de missão, tinha um café da tarde, para partilharem não só entre si, mas com a comunidade da cidade, tempo esse para estender também às conversas das casas. Todos os dias, após o café, tinha a reza do terço e missa.
Essa missão teve como proposta estar aberto a comunidade, desde o primeiro período de missão até o jantar. Um extenso período missionário, porque após a missa, os meninos do JUMAS, convidaram os jovens da cidade para partilhar de um jantar, de uma vida em comunidade, um tempo de oração e de muita conversa e diversão. Nesse momento, os jovens puderam conhecer mais do carisma schoenstattiano, de como vivem juntos os missionários, além de mostrarem também quem são e de dar seu testemunho.
Durante a missão, houve algumas particularidades na “rotina” dos missionários. Já na segunda, subiram em um caminhão e saíram festejando numa carreata, com a comunidade, o dia de São Cristóvão, padroeiro de todos transportadores. O santo é “aquele que carrega Cristo”, exemplo que os missionários queriam seguir durante a semana.
Na quinta-feira, a proposta foi também um pouco diferente: Participaram da missa, logo de manhã, e na sequência, puderam conhecer e partilhar com a Irmãs da Arca de Maria, uma comunidade religiosa da Igreja Católica. No período da noite, foi abençoada uma ermida de Maria, Mãe de Deus e seu Filho. Esta ermida que foi construída pelos próprios missionários, durante a semana de missão: Eles mesmos cortaram, parafusaram, envernizaram e a fixaram. Após a benção, a comunidade (missionários e paroquianos) se organizou em quatro grupos e foi caminhando até as áreas onde ocorreram os desabamentos, nos meses de fevereiro e março, para rezar pelas pessoas que perderam suas vidas e casas nessa tragédia. Esse momento trouxe muita comoção.
Por fim, a última particularidade foi na manhã de sexta-feira. Faltando poucas casas para visitar, sobrou tempo para ir à catedral e ao museu da cidade imperial – a cidade já foi morada do Imperador do Brasil Dom Pedro II e temporariamente capital do país. Uma importante “mistura” de fé e cultura, para que nossos jovens conheçam a história do seu país, pois nenhuma história é construída sem um passado.
Fonte: JumasBrasil