João Caetano e Maria Inês Faro são os representantes do Movimento Apostólico de Schoenstatt, no Conselho do Laicato do Brasil e nos falam sobre essa tarefa.
1. O que significa a tarefa que vocês assumem?
Há cerca de 2 anos, fomos convidados pela Família Hashimoto, Superiores do Instituto de Famílias no Brasil, a colaborarmos como membros do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, como representantes do Movimento de Schoenstatt, juntamente com a Sra. Geni, da União Feminina, que já participava do CNLB há algum tempo. (Devido a nova tarefa da Geni, como Coordenadora Geral da União Feminina, o casal João e Inês é quem representam atualmente o Movimento). Assim, nos dispusemos a prestar esse serviço, que se resume em participarmos das reuniões. Elas são convocadas por Dom José Mário S. Angonese, Bispo referencial dos Movimentos, Serviços e Associações junto a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Nestas reuniões se trata de assuntos pertinentes a esse setor da Igreja como, por exemplo, Campanha da Fraternidade, a sinodalidade na prática, troca de experiência entre os movimentos e serviços, etc. É sempre no sentido de motivar a participação dos leigos.
2. Como vocês pretendem realizar essa tarefa?
Nosso desejo é participar ativamente em todos os momentos em que formos chamados, porque acreditamos que isso faz parte do anseio de Schoenstatt, que aspira ser alma da Igreja no sentido de se integrar e participar ativamente da construção do Reino de Deus no meio do mundo. Participar no CNLB nos parece ser uma porta aberta para isso. Entretanto, até agora, pouco pudemos contribuir e aprender, pois a pandemia não permitiu encontros presenciais. Acreditamos que para o próximo ano essa questão flua melhor.
3. Na opinião de vocês, numa igreja sinodal, como se pode definir um trabalho unido entre leigos e párocos?
Para responder a esta questão, vamos sempre partir de nossa experiência na vida da paróquia em que participamos. Estamos em Mairiporã/SP, na Paróquia Nossa Senhora do Desterro e São José. Nós a frequentamos desde que, ainda jovens, aceitamos o convite para participar do Grupo de Jovens, isso lá por 1975. Então, estamos enraizados na vida paroquial.
Nós contribuímos em muitas atividades, durante todos esses anos: catequese de crianças e adultos, encontros de casais, cursos de noivos, festeiros, membros do Conselho Econômico, liturgia, pastoral da música, etc. Claro, não foi tudo ao mesmo tempo. Mas, fomos sempre nos apresentando para o trabalho onde havia necessidade.
Então, para nós, a Igreja Sinodal não é novidade. E isto porque, graças a Deus, logo depois de passarmos a frequentar a paróquia, tivemos contato com o Movimento Apostólico de Schoenstatt, no qual sempre fomos impulsionados a viver a sinodalidade, ainda que nem conhecêssemos por esse nome.
Por que isso? Porque Schoenstatt sempre nos incentivou a nos sentirmos co-responsáveis pela vida da Igreja. Schoenstatt sempre nos animou a sermos alma da Igreja, onde quer que estivéssemos. Isso, na prática, significa estarmos a serviço e construir unidade. Em nossa paróquia, os diversos párocos, com os quais trabalhamos nesse tempo todo, sempre souberam que podiam contar com os schoenstattianos para qualquer tarefa. Isso criou um canal seguro entre os párocos e Schoenstatt.
Assim, para responder de forma curta: uma Igreja Sinodal pressupõe corresponsabilidade dos leigos, abertura para o serviço e constante proximidade e diálogo com o pároco e os demais movimentos e pastorais, para que a paróquia se torne uma extensão da nossa casa, e vice-versa.
4. Qual é a experiência de vocês como leigos na Igreja?
Bem, parece que já respondemos na pergunta anterior. Basicamente, é preciso não ter medo nem comodismo, estar sempre abertos ao serviço e ao diálogo, conscientes de que o Reino de Deus se constrói assim, a partir da abertura ao outro. Mesmo que, às vezes, o outro pense um pouco diferente da gente. É importante ter respeito e amor ao pároco e muita vontade de contribuir, com a nossa originalidade, para construir uma Igreja em que todos se sintam acolhidos e amados.
5. Por que é importante Schoenstatt estar representado nesse grêmio da CNBB?
A importância desta representação repousa no fato de que Schoenstatt é uma parte da Igreja, e não uma igreja à parte. Isto é uma grande verdade. Dom José Mário, o bispo referencial do CNLB, o repete em todas as reuniões. Mesmo que muitas vezes não seja tarefa fácil, pois sempre correremos o risco de achar que o nosso Movimento é melhor que os outros. É muito importante termos contato com outras expressões de fé e espiritualidade que estão presentes no seio da Igreja. Com essas outras expressões, temos sempre algo a aprender, e, por outro lado, podemos e devemos enriquecê-los com nossa originalidade, ou seja, com o carisma de Schoenstatt.