Ana Paula Paiva – Celebramos hoje o Santíssimo nome de Maria – o dia em que nossa querida Mãe recebe o nome pelo qual seria honrada por todos os séculos desde a Encarnação.
Essa festa litúrgica foi instituída pelo Papa Inocêncio XI após a vitória sobre os turcos, na conhecida Batalha de Viena em 1683, em razão da certeza de que invocar o santo nome de Maria, com filialidade e confiança, nos traz alento, proteção e vitória.
Dar o nome
Oferecer nomes é um hábito enraizado em todos os povos e tradições, desde os tempos imemoriais. Embora desde a criação do mundo, Deus tenha conferido ao homem a autoridade sobre a criação (e por isso o poder de nomear as criaturas), o hábito de nomear as pessoas surge com o aumento da população, a necessidade de diferenciação, muito provavelmente ligando o nome às características pessoais daquele que o recebe.
Chamados pelo nome
Fato é que, do ponto de vista sobrenatural, todos nós somos chamados pelo nosso nome desde toda a eternidade. Isso não significa, apenas, que Deus sabia o nome natural pelo qual nossos pais nos chamariam. Mas sim, e especialmente, que nos criou, pensou em nós, nos amou e cuidou desde toda a eternidade, como filhos prediletos.
Ter um nome é reconhecer-se original, irrepetível e insubstituível (não falamos aqui da tecnocracia profissional, mas da pessoalidade com que somos chamados a viver). Ter um nome é possuir valor, dignidade, especificidade inédita.
Celebremos o nome de Maria
A festa do Santíssimo nome de Maria nos lembra de sua beatude e nobreza. Nos lembra que, no mundo – em todos os tempos – Deus chamou uma Mulher para conceber Seu Filho e nos trazer a salvação. Seu nome nos lembra do seu chamado e do seu poder como medianeira de todas as graças (na Batalha de Viena e em todas as nossas batalhas), como onipotência suplicante, como, como Rainha admirável: e nos lembra que não há adjetivos belos o suficiente para expressar o que ele significa para nós.
Ao mesmo tempo, a nobreza do nome de Maria nos convida a refletir sobre a nossa própria nobreza. Evidentemente de forma incomparável à Ela, também nós fomos chamados pelo nosso nome: e com ele queremos ser contados no número daqueles que amam e contemplam a Deus.
Quantos conflitos, grandes e pequenos, seriam evitados se lembrássemos que todos são iguais em dignidade e respeito perante Deus, com suas histórias e originalidades, anelos e sonhos. Com que caridade trataríamos uns aos outros se recordássemos que todos estivemos no sonho de Deus antes do tempo ser, por Ele, criado?
“Olha para a estrela, invoca Maria”
Essa frase de São Bernardo nos indica que em meios aos desafios e batalhas da vida, não podemos nos esquecer de invocar à Rainha Vitoriosa, bem-aventurada de todas gerações: Maria. Doce Maria, seja nossa guia e protetora! Olha para a estrela e invoca Maria!