Luiz Alberto e Aleine Pinto de Oliveira* – Amanhã é o dia 2 de outubro, uma data muito importante para decidir o destino do país, em que, segundo o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, mais de 156 milhões de brasileiros irão às urnas, para escolher um dos candidatos à Presidência da República, um governador, um senador por estado e os deputados federais e estaduais.
Cada família e o país precisam de uma autoridade autêntica
A família, sendo a menor célula da sociedade, é formada preliminarmente, de pais e filhos. Ela busca realizar o ideal de ser uma comunidade de vida e de amor, tendo como modelo a Sagrada Família de Nazaré. Para ser bem constituída e fecunda, deve ser representada por uma autoridade legítima que a defenda e se esforce em promover o bem comum. Daí a importância da “autoridade” no lar para que possa gerir com sabedoria, conservando os valores primordiais do ser, defendendo a vida humana, orientando na formação de bons hábitos e na educação, tornando a convivência harmoniosa e a prática consciente dos valores éticos e morais.
Assim como a família carece de uma autoridade, que cuide de forma responsável dos que lhe são confiados e da formação de bons cidadãos, o país também precisa de autoridades governamentais e legislativas responsáveis, e, neste momento de eleição, o papel fundamental dos pais a que estamos inseridos, é instruir e orientar nossos filhos para a escolha certa de candidatos comprometidos com a manutenção dos valores da família, a promoção da vida e do bem comum, avaliando a coerência do seu projeto de governo. “Toda a comunidade humana tem necessidade de uma autoridade que a governe (17). Esta tem o seu fundamento na natureza humana. Ela é necessária para a unidade da comunidade civil. O seu papel consiste em assegurar, quanto possível, o bem comum da sociedade”. (Catecismo da Igreja Católica no Art. II,1898).
A liberdade na escolha consciente
Considerando as premissas do Catecismo, N. 1897, 1898 e 1899 que tem como chave de leitura, “a autoridade”, cada cidadão é importante neste momento para dar sua contribuição com a divulgação desses documentos, para que as pessoas possam de fato conhecer, refletir e tirar suas conclusões, e também tornar conscientes outras pessoas que desconhecem tais elementos que norteiam os valores primordiais do cidadão e da vida.
Além do Catecismo, também a CNBB na 59ª Assembleia Geral, em 19 de abril de 2022, online, (P-Nº. 0099/22) e 31 de agosto, de modo presencial, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, dirigiu mensagens ao povo brasileiro, conclamando a sociedade a participar das eleições e votar com responsabilidade.
Enfim, a CNBB publicou importantes referências que orientam a escolha dos candidatos no Caderno “Encantar a política” e a “Cartilha de orientação política 2022”. Essas referências abordam a tomada de decisão consciente do cidadão sendo de importante conhecimento do direito à “Liberdade” inerente a cada um no momento de escolher seus candidatos. É importante que os pais se reúnam com seus filhos para “discutirem”, no bom sentido, mantendo um diálogo franco considerando primordialmente os valores morais, éticos, sociais, de forma que todos possam ter em mente a consciência de tais valores, para assim, melhor escolher aqueles candidatos que visem o bem comum, não aqueles que contrariam tais valores, deixando que “cada membro da família seja livre” para a escolha de seus candidatos.
O novo homem para uma nova sociedade
Sabemos que o Pe. José Kentenich foi um grande defensor da liberdade, em 1912, no Documento de Pré-Fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt, já se preocupava em orientar os seminaristas na formação do “novo homem, para uma nova sociedade” com caracteres firmes, livres e sacerdotais, apresentando um programa de vida, um estilo de ser, através da Aliança de Amor. A vivência da Aliança de Amor, fundamentada na pedagogia do movimento nos favoreceu no diálogo matrimonial, incluindo a participação dos nossos filhos, nos ajudou a desenvolver a parte espiritual, bebendo da fonte de uma vasta bibliografia e espiritualidade, através de uma vida intensa de oração e participação na comunidade, principalmente nas correntes de vida.
O Movimento tem como objetivo, a renovação religiosa e moral do mundo em Cristo por Maria, por meio da educação de “homens novos”. Tem uma espiritualidade baseada nos três pilares da Igreja: As Sagradas Escrituras, o Sagrado Magistério e a Tradição. Tem uma pedagogia própria, colabora para que as pessoas através de um profundo autoconhecimento, possam se auto educar, o que tem contribuído para a nossa formação e vivência do carisma schoenstattiano.
Manter o diálogo frequente
– Com o esforço na autoeducação, como casal pudemos reconhecer nossas fragilidades, fomos mudando nossa forma de ser, nos colocando a escutar o outro, compreender o outro, amar o outro do jeito que é e não como queremos que o seja.
– Outro ponto que nos fortalece muito como família é a vivência das três graças do Santuário: O Abrigo Espiritual, a Transformação Interior e a Fecundidade Apostólica, tem cada vez mais fortalecida a nossa fé.
Assim, entendemos que gerenciar as discussões sobre política na realidade familiar é manter um diálogo frequente com todos os membros da família, visando o bem comum da sociedade. Isso requer compromisso, acompanhamento a fim de que haja clareza de toda a família de quem pode ser um candidato favorável para governar.
* Luiz Alberto Oliveira e Aleine Pinto de Oliveira pertencem a Liga de Famílias, em Salvador/Ba