Ir. M. Nilza P. da Silva – Cada ano, o Congresso de Outubro é muito esperado, por dois motivos pelos líderes do Movimento: Para a vivência do reencontro com os irmãos na Aliança de Amor e pela projeção das atividades de Schoenstatt no ano seguinte.
De 21 a 23 de outubro, cerca de 130 líderes do, assim chamado, Regional Sudeste, se reuniram junto ao Santuário Tabor da Permanente Presença do Pai, em Atibaia/SP. Na sexta-feira, a introdução faz uma retrospectiva sobre os últimos acontecimentos e destaca os motivos de esperança para o futuro.
Sinodalidade, uma cultura do Tabor
Com essa atmosfera, no dia 22, pela manhã, Pe. Marcelo Aravena, Diretor Regional do Movimento, apresenta, numa conferência, a imagem de Cristo no Tabor, como modelo a ser seguido. Motiva a olharmos para nossas fragilidades, percebendo a ação de Deus para que sigamos unidos à Igreja, pois, a “sinodalidade é uma forma atual de ser Tabor, acrescentar, enriquecer a nossa cultura do Tabor. É mais que uma voz do tempo para nós, é também uma oportunidade de vivermos nosso ideal como Movimento eclesial”.
Ele motiva a todos a seguir unidos, em espírito de Pentecostes, aplicando nas ações e na vida o conteúdo da Carta Fraterna, que une a Família de Schoenstatt no mundo inteiro, pós Congresso de Pentecostes. Indica que nossa missão Tabor, incumbe-nos de uma vinculação cada vez mais profunda com Cristo, para que nele vivamos como família e cheguemos ao Pai. Em seguida, membros de cada ramo e comunidade, dialogaram sobre a sua contribuição original de vincular-se a Cristo e anunciar suas glórias para a transfiguração do mundo.
Do Cenáculo para o Tabor, com ações concretas
Marcos e Cassiane Weizenmann, que participaram do Congresso de Pentecostes, em Schoenstatt, realizado em junho deste ano, na Alemanha, transmitem o conteúdo desse evento, na parte da tarde. Por meio de imagens, vídeos e textos, conduzem os presentes para o Cenáculo e apresentam os nove pontos da Carta Fraterna, motivando a se refletir em meios concretos para que essas propostas sejam colocadas em prática nas atividades apostólicas do próximo ano.
Em grupos de reflexão, os líderes presentes se empenharam em apresentar propostas possíveis para isso, dando origem a uma proposta de ações, que todos assinaram, testemunhando seu compromisso para que o carisma de Schoenstatt colabore efetivamente com a construção de uma nova sociedade. Mariana Siqueira diz que isso é o que mais lhe chama a atenção: “A discussão quanto ao Schoenstatt em saída: Temos saído para onde? À encontro de quem? Schoenstatt efetivamente tem sido um movimento acessível? A partir disso, pudemos tirar novos horizontes que nos direciona ao acolhimento. E assim pudemos ver o quanto o papel da juventude é importante, causando suas pequenas ‘rebeliões saudáveis’.
Como juventude, pudemos também ser protagonistas nesse encontro. Falar a família nossas inquietações e ao mesmo tempo, reafirmar nosso compromisso com a missão, com nossa resposta ao receber a chama dos nossos precursores de movimento: ‘aqui estou!’”
Uma Família que rejuvenesce
Ir. M. Teresila Prates diz que o Congresso de Outubro foi, “desde a preparação até a realização, um caminho sinodal, uma experiência muito bela e profunda de Tabor, por isso também de Cenáculo, como uma irradiação do Congresso de Pentecostes 2022, em Schoenstatt. Participaram dirigentes maduros, comprometidos com a missão e empenhados, preocupados com o Schoenstatt em saída- levar Schoenstatt adiante.” A Irmã destaca “a presença da Juventude que rejuvenesce a Família e alegra, colocando esperança no futuro”.
A jovialidade da Família destacou-se também na noite de sábado, quando cada um dos 7 estados que compõe os dirigentes das Ligas de Schoenstatt desse regional (Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) trouxeram um pouco de sua cultura, de seu alimento e curiosidades interessantes para serem apresentados. Tornou-se visível o que significa sinodalidade, pela alegria e a valorização do diferente, a abertura para acolher o que é próprio de cada estado. Percebeu-se a força da contribuição desses estados no desenvolvimento do Brasil, em todos os âmbitos, especialmente o desejo de acolher e colaborar para o bem de todos.
Coração Tabor
Quando, ao encerrar a noite, a Família se reúne, em adoração a Jesus, diante do Santuário, leva-lhe as duas palavras que resumem a identidade desse Regional do Movimento: Acolhida e coração. Com razão, Alexandre Balsanelli partilha que o Congresso foi um “momento de encontro com Jesus transfigurado para buscar novo impulso, à luz do Espírito Santo, para responder juntos os novos desafios que virão.”
Com essa atmosfera de Família em Cenáculo, não foi difícil definir um nome que identifique o Regional, pois a Região Sudeste não abrange todos os estados que a compõe. Pe. Marcelo coordena as partilhas até que se chegasse a expressão: Coração Tabor. “Inflamados por esse espírito, nasce o novo nome do regional: Coração Tabor. Foi muito emocionante poder sentir que o ‘coração’batia na mesma frequência em todos que ali estavam. E com toda votação, posso dizer que sai com meu coração inflamado e querendo, como diz uma conhecida música, que ele ‘arda sempre, arda mais, arda imenso para o mundo iluminar,’ revela Mariana”.
Surge um novo tempo
Rafael Satoru Duval Hashimoto, um dos jovens que participaram ativamente do Congresso, conta: “Gostei muito de participar. Tivemos diversas propostas para o próximo ano. Acredito também é porque começa a surgir novas ideias, estamos no início de um período de mudanças, dentro da Juventude e também do Movimento de Schoenstatt. Estamos com novos desafios e está surgindo uma nova geração, assim começamos a nos adequar ao tempo em que vivemos. Um momento que mais me marcou é quando a juventude teve um tempo para expor para a família tudo que estava em nossos corações. Ficamos muito felizes por ter esse momento, pois por sermos uma família é importante mantermos o diálogo e ouvirmos uns aos outros, tanto anseios como nossas dificuldades.”
Partimos do Santuário, para levar Cristo e Maria
É com esse espírito de Família que todos foram enviados. Na homilia, da Santa Missa de encerramento, Pe. Marcelo afirma: “Somos um Regional que ama o Santuário e queremos levar Cristo e Maria ao povo. como coração Tabor queremos levar nosso carisma, profético e pedagógico, a partir do Santuário. Nosso Pai e Fundador dizia que os Santuários devem ser as capitais da nova evangelização, capitais de um mundo novo.
A palavra acolhida, que se destacou entre nós, fala que devemos ser marianos, humildes, simples, centrados em Cristo. Colocar mais Cristo no centro de nossa vida, como o filho simples, humilde e acolhedor. Isso gera unidade, acolhida, fraternidade. O Papa fala que a nova sociedade tem que ser formada por meio de vínculos, do amor e é assim que salvamos a família e nossa sociedade.
Vamos ao Santuário para sermos enviados para o futuro, que começa com uma semana muito importante para nossa pátria. Somos todos necessitados de misericórdia. Queremos preparar o coração para fraternidade, para o diálogo. Pratiquemos a sinodalidade, porque isso faz parte de nosso carisma, e assim conquistamos o mundo para Cristo e Maria. Vamos ao encontro dessa realidade do Brasil, como coração Tabor.”
Fotos: Santuário Atibaia