João Caetano e Maria Inês Lopes de Faro* – Compartilhamos o que vivenciamos na 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, que aconteceu na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília/DF, de 14 a 16 de outubro.
Somos João Caetano de Faro Junior e Maria Inês Lopes de Faro, representantes do Movimento Apostólico de Schoenstatt, no Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)[i]. Por esse motivo, tivemos a oportunidade de participar, como delegados da CNLB, nesse importante evento da Igreja do Brasil. Nesse evento, tivemos a alegria de estarmos juntos com duas Irmãs de Maria, Ir. M. Clades Schwengber e Ir. M. Franciane Castelani, que participavam pela Equipe Nacional e Regional dos Institutos Seculares no Brasil.
Testemunho de sinodalidade
Essa Assembleia da CNLB teve como objetivo converter-se num rico testemunho de sinodalidade, entre os diversos sujeitos eclesiais, e se constituir como espaço privilegiado de troca de experiências, expressando a unidade e comunhão da Igreja no Brasil.
Por outro lado, foi um momento para celebrar os 70 anos da CNBB. Esse aniversário foi recordado em vários momentos, bem tendo destaque especial, no almoço e na Missa de encerramento, dia de outubro, na Catedral de Brasília.
Comunhão e Missão: Caminho para a Igreja no Brasil
A assembleia realizou-se à luz do tema: “Comunhão e Missão: Caminho para a Igreja no Brasil”, tendo como base a frase bíblica: “Preservar a unidade do espirito, pelo vinculo da paz”, (Efésios 4, 3) Foi um bonito testemunho da sinodalidade, que se busca no caminhar da Igreja em nosso país, uma vez que os cerca de 200 participantes representavam os diversos serviços e caminhos de missão, que recebemos no batismo, sacramento que dá a cada cristão a identidade e a dignidade comum de filhos de Deus.
Buscou ser expressão da unidade, da comunhão e da corresponsabilidade da Igreja que, atendendo ao chamado do Papa Francisco, busca encontrar caminhos para continuar a levar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo, nesses tempos desafiadores que estamos vivendo.
Somos chamados a partilhar e a receber
Como representantes do Movimento de Schoenstatt, acolhemos o objetivo de fortalecer a unidade eclesial, na diversidade de carismas e vocações, em clima de fraternidade e de alegria diante da missão que é comum a todos. Nesse contexto, além do estudo e aprofundamento de temas, a Assembleia, que se iniciou com uma importante retrospectiva sobre a memória das Assembleias e seu contexto atual, também se pronunciou sobre importantes fatos da conjuntura do momento e, ao término dos trabalhos, publicou uma carta aberta, apontando pistas para a Igreja caminhar em unidade e paz, sempre fiel no seguimento de Jesus.
As muitas faces da mesma Igreja
Para nós, participarmos dessa assembleia foi uma experiencia enriquecedora e, ao mesmo tempo, inquietante, porque nos propiciou entrar em contato com realidades vivas da Igreja, da qual fazemos parte e, muitas vezes, não temos a real dimensão de sua grandeza e abrangência.
Isso abriu nossos olhos para a beleza, a diversidade, os problemas, a riqueza, enfim, as muitas faces de uma mesma Igreja. Nela, somos chamados a partilhar vinculações e trocas, que nos ajudam a mergulhar nos dons e talentos dos demais. Ao mesmo tempo em que também podemos colaborar com nossas originalidades e nosso carisma.
Uma Igreja participativa e corresponsável
Nesse sentido, a assembleia se firmou para nós como expressão de sinodalidade da Igreja no Brasil, onde todos – bispos, padres, religiosos, diáconos, leigos – podem se expressar, contribuir e sair enriquecidos com a troca de experiencia com os demais. Na prática, pudemos viver o que está expresso no texto da Comissão Teológica Internacional: “A sinodalidade na vida e na missão da Igreja”: “Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e corresponsável. No exercício da sinodalidade, esta é chamada a articular a participação de todos, segundo a vocação de cada um, com a autoridade conferida por cristo ao colégio dos bispos, tendo o Papa como cabeça”. (N. 67)
A sinodalidade de Schoenstatt colabora na configuração da Igreja
Acreditamos que Schoenstatt, por sua configuração federativa pensada pelo Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, vive na prática essa Igreja sinodal proposta pelo Papa Francisco e, portanto, deve estar cada vez mais aberta a partilhar com os demais essa sua característica. Dessa forma, participar numa Assembleia como esta nos pareceu fundamental, até mesmo no sentido de buscarmos a visibilidade para Schoenstatt, no conjunto dos Movimentos que atuam na Igreja. Afinal de contas, acreditamos profundamente na missão de Schoenstatt, que deve acontecer de forma participativa na configuração da Igreja das novas margens.
*João Caetano e Maria Inês pertencem ao Instituto de Famílias de Schoenstatt
[i] É importante saber que os seis organismos de comunhão, que representam todo o povo de Deus, na Igreja no Brasil, são:
– Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
– Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB
– Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil – CNISB
– Conferência Nacional dos Diáconos – CND
– Conferência Nacional dos Presbíteros – CNP,
– Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB