Terezinha Abram* – Dentro da perspectiva do amor de Deus, Fritz e Helene Kühr continuam a ressoar em nossos corações, pelas maravilhas que vivenciamos com a celebração do centenário do seu sim matrimonial. O caminho que percorreram marcou a muitos e sempre será um impulso e modelo para a vida matrimonial, diante dos desafios da vida no mundo de hoje.
Nós visitamos a residência de Fritz e Helene
Por volta dos anos 1970, Nivaldo e eu tivemos a oportunidade de visitar a fazenda da família Kühr, em Rolândia/PR. Até então, pouco se conhecia sobre esse casal. Sabia-se sobre a fundação da Obra de Famílias, em Dachau, e a vinda de Helene para o Brasil. Nesta época, o Fritz já havia falecido e Helene morava em São Paulo/SP.
A casa em que moraram, na fazenda, era de madeira, simples e no dormitório, em cima da mesa de cabeceira, havia o livro: História de uma alma, auto biografia de Santa Terezinha. Este fato comprova que o casal cultivava a espiritualidade.
Quis a Providência Divina que estivéssemos inseridos, concretamente, nos passos que culminariam com a unidade do casal Kühr, pós morte, à sombra do Santuário Tabor da Esmagadora da Serpente, em Londrina/PR.
Nosso Santuário Lar reflete luz sobre o Dr. Kühr
Um primeiro momento forte foi a preparação do translado do Dr. Kühr, em 16 de julho de 1974. A escavação dos seus restos mortais, no cemitério de Rolândia, foi marcante. É indescritível o que se experimenta quando se está dentro da tumba, buscando e encontrando fragmentos de uma pessoa, crucifixo etc. Um fato curioso foi que, devido a profundidade das escavações, era necessário clarear ali dentro. Para isso, usamos os quadros da Mãe de Deus e do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, que havíamos levado de nosso Santuário Lar Betânia, para refletir para dentro o raio solar e assim melhorar o trabalho das escavações.
Meu esposo e eu refletimos sobre isso e concluímos que a Mãe de Deus e o Pai e Fundador, assim como ocorreu durante a vida, iluminaram o Dr. Kühr.
Conservamos o mesmo estilo dele
Um segundo momento marcante foi que, logo em seguida á doação dos restos mortais do Dr. Kühr para Londrina, a Sra. Helene faleceu, em 13 de dezembro de 1973. Logo que fomos informados, na mesma noite, nós viajamos, a fim de chegarmos em São Paulo, às 7 horas, a tempo de participarmos do seu sepultamento, que ocorreu às 9 horas. Sentimos que, como Dirigentes da Liga de Famílias e representando o Instituto de Famílias, isso era nosso dever, pela imensa gratidão por tudo o que a Família Kühr representava para nós. Trouxemos dali umas orquídeas e uma vela, que hoje são conservados como relíquias, na Comunidade do Instituto de Famílias.
Um terceiro momento marcante foi preparar o reencontro do casal, após a morte, no translado dos restos mortais de Helene Kühr, do cemitério de São Paulo, para junto de seu esposo, no monumento, ao lado do Santuário, em Londrina, em 16 de julho de 2016. Na logística, nos empenhamos para que tudo seguisse o mesmo estilo do Dr. Kühr: tipo da urna, cores de tecidos, flores. Procuramos homenageá-la pelo seu sim dado à missão que seu esposo recebeu, em Dachau, de nosso Pai e Fundador. Com este seu sim, a Obra das Famílias estava completa: Liga, União e o Instituto.
Momento forte do feliz reencontro
As duas urnas, uma ao lado da outra, dentro do Santuário, foi o ponto culminante desse translado. Era o encontro de almas. Em seguida, as urnas foram levados até o Monumento, ao som de um trompete, com orações e cantos. O amor de Deus nos permitiu vivenciar o reencontro pós morte de Fritz e Helene. Somos eternamente agradecidos de ter percorrido esse caminho, nestes longos anos e testemunhar tão linda história de amor.
* Terezinha e seu esposo Nivaldo (in memorian) pertencem ao Instituto de Famílias de Schoenstatt