Ir. M. Nilza P. da Silva – Esta é uma pergunta que sempre nos chega e, creio, que também para os membros da Canção Nova. Muitos peregrinos chegam em nossos Santuários e perguntam: Onde fica a ermida, que vemos pela TV Canção Nova? Assim como muitos chegam na ermida da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, na Canção Nova, e perguntam: Onde fica aqui o Santuário da Mãe e Rainha?
Deus aproximou Schoenstatt e a Canção Nova
Em primeiro lugar, a aproximação entre o carisma do Pe. José Kentenich e o carisma do Mons. Jonas Abib é uma relação sincera de amizade, conduzida por Deus e não por um plano estratégico, pensado por interesses humanos. A Mãe de Deus foi tecendo essa aproximação, com várias vertentes, pois numerosos membros da Comunidade Canção Nova cresceram sob o olhar da Mãe e Rainha, acolhendo em seus lares a sua Imagem Peregrina, e ela os ajudou no discernimento vocacional para a comunidade. Então, podemos dizer que esse é um elo muito forte.
A espiritualidade da Canção Nova é da Renovação Carismática Católica e Mons. Jonas, como bom salesiano, sempre cultivou em seus filhos espirituais um grande amor a Maria. Por isso, ele também sempre apoiou a vinculação deles com a Mãe e Rainha e seu Santuário.
Sob o olhar da Mãe e Rainha
Em segundo lugar, vem os fatos históricos na fundação. Alguns dos primeiros grupos de vida da Canção Nova surgiram em Londrina/PR, onde há o Santuário Tabor da Esmagadora da Serpente. Pe. Antonio Bracht* nos conta:
“Na época, eu era Assessor do Movimento Apostólico de Schoenstatt ali. Eles frequentavam, quase diariamente o Santuário e, muitas vezes, celebrei a missa com eles. Com isso, os conheci mais de perto, comecei a acompanhar alguns, pessoalmente, e eles foram percebendo a nossa espiritualidade de Schoenstatt e a consagração.
Um dia, o Ricardo e a Eliana Sá me perguntaram: ‘Mas, a gente não pode se consagrar também?’ Respondi que sim e eles queriam saber como podiam se preparar para isso. Expliquei e eles começaram a se preparar.
Lembro-me que, nessa época, eles estavam com algumas dificuldades para atuar ali e, durante a preparação para a consagração, eles se perguntavam: ‘O que Nossa Senhora quer com isso? O que ela quer também com nossa Aliança de Amor?’
Quando eu falei à eles que a missão da Mãe, ali no Santuário, é ser a Esmagadora da Serpente, o Ricardo deu um pulo na cadeira e disse: ‘Agora eu sei por que ela quer que a gente faça a Aliança. É para vencer essas dificuldades, vencer o inimigo.’ Foi muito interessante. Eles sofreram muitas humilhações e era tudo muito confuso.
Bem, então, eles fizeram a preparação, selaram a Aliança de Amor e, quando chegou o final do ano, houve um remanejamento. Alguns deles foram transferidos para Cachoeira Paulista/SP e outros para outros lugares, por exemplo, um foi para a Bahia. Chegou outro grupo deles para essa casa, em Londrina, e me disseram: ‘Nós também queremos nos preparar e selar a Aliança de Amor.’ Nesse tempo, o Monsenhor Jonas também foi para lá e ele disse: ‘Parece que isso se tornou tradição, que todos os missionários selam a Aliança de Amor’.”
No entanto, é bom esclarecer que essa “tradição” foi apenas com esse grupo inicial. Nem todos os membros daquele tempo selaram a Aliança de Amor e cada um tem a devoção mariana que Deus lhe inspira. Há outras modalidades de consagração a Maria e os membros da Canção Nova podem escolher com qual delas se identifica.
Ela foi ao encontro, para servir essa nova fundação
Paralelo a tudo isso, vem um terceiro meio que a Mãe de Deus usou para estar junto do Mons. Jonas. Como ensina Pe. José Kentenich, uma das provas que “quem está por trás de uma missão é Deus e não a imprudência, imaginação ou arrogância humanas”, é reconhecido “a partir da observação da pequenez dos instrumentos, da grandeza das dificuldades e dos êxitos obtidos.”[1] A fundação da Canção Nova exigiu de Mons. Jonas um salto gigante na fé, tanto no que se refere a iniciar algo novo na Igreja, como também pelos desafios financeiros. Justamente nessa hora de incerteza, como fez com sua prima Isabel, a Mãe e Rainha parte de “sua casa” e vai servir o nascimento de uma nova vida. Conta Mons. Jonas Abib: “Chegou um rapaz e esteve conosco no estúdio de gravação. Ele nos deu a capelinha de Nossa Senhora três vezes admirável. Fiquei encantado com aquela capelinha e as feições de Nossa Senhora com o Menino Jesus no colo. Com isso, fomos cada vez mais nos aproximando dela.”[2]
“É ela quem nos comanda”
Pelos membros de sua comunidade, em Londrina, Mons. Jonas descobre que aquela imagem de Maria, que foi ao seu encontro e o cativou, faz parte de um grande carisma que Deus oferece para a Igreja, por meio do Pe. José Kentenich. É condução divina que o Monsenhor se aproxima do Pe. Kentenich, fundador como ele, e começa a estudar o seu carisma. Encanta-se com o objetivo da Obra de Schoenstatt, de edificar um mundo novo, por meio da educação de homens novos, e a espiritualidade da santificação pela vida diária. Ele diz: “O livro de vocês, Santidade da Vida Diária, é meu livro de cabeceira!”
O entusiasmo de seus filhos espirituais pela Aliança de Amor e o contato com o Pe. Bracht são também meios que a Mãe de Deus usa para atrair o coração do, então, Pe. Jonas. Ele também se prepara e sela a Aliança de Amor, no dia 17 de maio de 2000, no Santuário do Jaraguá: “Eu fiz a consagração e, daí para frente, foi impossível deixar a devoção a Nossa Senhora três vezes admirável de Schoenstatt. Ela é aquela que nos comanda, que nos ama e está sempre conosco”[3]. Sim, e a Mãe e Rainha também nunca o deixou, amparou-o e permaneceu fiel a ele, até sua última respiração, sob seu olhar materno, a partir da Imagem da MTA, em seu lugar de partida para Deus.
Um lugar de honra para a Mãe e Rainha
Desde o começo, Mons. Jonas entroniza uma imagem da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt no primeiro estúdio da Canção Nova e entrega a si e toda a sua Obra ao seu coração, como escreveu em sua consagração: “Maria minha mãe, eu me consagro e faço esta Aliança, em nome também de toda a Canção Nova. Que eu seja um Santuário Ambulante. Que a Canção Nova seja um Santuário Família.”[4]
A ideia de que a Canção Nova se torne uma extensão do Santuário move Mons. Jonas a solicitar ao Diretor Nacional do Movimento de Schoenstatt a autorização para construir um Santuário para a Mãe e Rainha, dentro da Canção Nova, em Cachoeira Paulista. Pe. Bracht continua:
“Lembro-me que, a convite do Monsenhor, comecei também a fazer algumas pregações, na Canção Nova, me parece que era nas quintas-feiras. Então, um dia, ele me disse: ‘Tenho um presente para vocês, do Movimento de Schoenstatt: Sempre que vocês quiserem fazer uma pregação aqui, nós estamos à disposição de vocês. Esse é o meu presente para vocês, do Movimento de Schoenstatt.’ Ele continuou a falar e disse que queria construir ali um Santuário de Schoenstatt. Eu quase cai de susto. Tudo isso estava sendo transmitido ao vivo pela TV e atingia muitas pessoas.
Assim nasceu a ermida da MTA, na Canção Nova
Então, expliquei para ele que cada Santuário tem que ser assumido por uma comunidade de Schoenstatt, que cultive ali a espiritualidade de Schoenstatt, e sugeri, então, que ele construísse ali uma ermida. Ele disse: ‘Está bem, então, vamos começar com uma ermida.’ Eu levei para ele muitos modelos de ermidas e havia uma foto de uma ermida, na Bolívia, com uma imagem bem grande da Mãe. Ele bateu o olho e disse: ‘É essa aqui, porque tem o tamanho perfeito para a transmissão pela TV. Vai ser perfeito.’ Mas, completou dizendo que, para a sua decisão ser definitiva, ele iria apresentar a proposta no Conselho da Canção Nova. Ele não decidiu sozinho pela ermida.
O Conselho aprovou. Eles digitalizaram a imagem da Mãe e fizeram aquela impressão em carpet. Ele e todo o pessoal que ia lá começaram a rezar o terço ali, todos os dias.”
Monsenhor Jonas também relata: “Nós sempre tivemos o desejo de ter uma capela de Nossa Senhora três vezes admirável, só que nas conversas, víamos que era impossível. Só pode haver uma capela na congregação dos padres e das irmãs. Uma sugestão nos foi dada: Algo ao ar livre. Pedimos algum exemplo, porque não imaginávamos como se construiria uma ermida. Entre as capelas que nos foram apresentadas, nós gostamos de uma. Pela graça de Deus, caprichamos e saiu e melhor que o modelo que nos foi apresentado. Hoje, temos a beleza que é a ermida de Nossa Senhora três vezes admirável de Schoenstatt na Canção Nova”.
Unidos a serviço da Igreja
Schoenstatt é uma obra abençoada que nasce do carisma que Deus confiou ao Pe. José Kentenich. O Santuário e toda a espiritualidade de Schoenstatt nasce da Aliança de Amor do Pe. Kentenich e os seminaristas com a Mãe e Rainha.
A Canção Nova é uma obra abençoada que nasce do carisma que Deus confiou ao Mons. Jonas Abib, que nasceu e cresceu consagrada à Mãe e Rainha. Uma fundação sustentada pela devoção mariana do fundador, à nossa Senhora Auxiliadora, e pela Aliança de Amor que ele e seus primeiros filhos espirituais selaram com a Mãe e Rainha.
São duas fundações diferentes, com fundadores, carismas e espiritualidades diferentes, mas, irmanados no amor a Maria e na mesma missão, de colaborar com a Evangelização, como Igreja viva, na certeza de que é o Reino de Deus é possível. Trata-se de um mundo novo, edificado por santos, homens novos, como diz São Paulo.
A colaboração mútua para a realização dessa grande missão é fruto do atuar de Nossa Senhora, no Cenáculo de seu Santuário, que implora pela constante vinda do Espírito Santo e a unidade dos membros dessas fundações. É o testemunho de que, quando vem de Deus, as diferenças não dividem ou se rivalizam, mas, se respeitam, complementam e somam, na força do Espírito Santo.
Que de junto de Deus, Pe. Kentenich e Mons. Jonas intercedam por nós e nos consagrem ao coração da Mãe e Rainha.
* Depoimento em áudio, em junho de 2019
[1] Pe. José Kentenich, em “A sua Missão, nossa Missão”
[2] https://padrejonas.cancaonova.com/informativos/artigos/mons-jonas-fala-sobre-a-devocao-a-mae-tres-vezes-admiravel/
[3] Idem
[4] https://schoenstatt.org.br/2022/12/13/deus-chama-um-grande-comunicador-do-evangelho/
Jesus, nossa luz e a Virgem Maria, nossa guia, continuem abençoando esta obra divina. Temos o Mons. Jonas Abib como intercessor. Muito obrigada por nos ter presenteado com uma Canção Nova. Hoje o Céu está em festa.
Que história linda, também quero me consagrar a minha mãezinha 03 vezes admirável, ti amo minha mãe.Amem
Lindo Documentário. Ser Canção Nova, é bom demais! Lindo e abençoada foi a Vida do Monsenhor Jonas Abib. Exemplo de Sacerdote, um verdadeiro Homem de Deus! Que ele interceda do céu por nós junto a Jesus e a Maria Santíssima.
Que história linda. Assim como foi a vida do Monsenhor Jonas, Homem Santo. Que Deus acolha ele no Reino Eterno e interceda por nós junto de todos Anjos e Santos. Amém!🙏
Linda história! Monsenhor Pe Jonas Abib deixou um legado maravilhoso para nós. Agora descansa eternamente nos braços do Pai Eterno! Saudades Pe Jonas Abib.
Confesso que não ia com a cara de monsenhor Jonas. Conhecendo sua história, no seu velório, me apaixonei por ele e estou pensando em associar.
Eu amo ser missionária da mãe rainha de schoenstatt faço pouco mais sei q a mãe vai me conduzindo sempre mais pela a aliança de amor e por seu santuário lar
Obrigada mãezinha por tudo amém