Nos últimos anos, quais foram as suas tarefas?
A minha tarefa principal, nestes 10 anos, foi ser membro da Direção Geral da minha Comunidade, os Padres de Schoenstatt, exercendo várias funções de assistência a territórios ou responsabilidade por áreas temáticas.
Ao lado dessa tarefa, exerci algumas outras: Fui reitor do Santuário Original, Fui (e continuo por um tempo ainda) Assistente Sacerdotal da União Feminina de Schoenstatt. Sem ter uma tarefa formalmente regulada, atuei, al lado da Ir. Isabel Machado, que é responsável pelos peregrinos de idioma português, no acompanhamento de famílias brasileiras, residentes na Europa, e na Campanha da Mãe Peregrina, em Luxemburgo. Nas “horas livres”, atuava como tradutor intérprete, em encontros de diferentes comunidades ou congressos internacionais, como exemplo, os Congressos de Pentecostes.
Como sua experiência no Brasil ajudou a realizá-las?
Duas experiências feitas no Brasil me ajudaram: o cargo de superior dos Padres de Schoenstatt e o trabalho com os Ramos do Movimento, especialmente com as famílias.
Como eram seus contatos com os brasileiros durante esses últimos anos?
De forma espontânea, muitas vezes eu me encontrava com os peregrinos ou visitantes, que passavam por Schoenstatt. Na função de Reitor do Santuário Original, algumas vezes celebrava a missa com eles. No tempo da pandemia, celebrei a missa dominical, em português, que era transmitida pela internet, recebendo muitos ecos de brasileiros que dela participavam.
De forma crescente, meu contato com brasileiros aumentou por meio do trabalho com as famílias brasileiras, residentes na Europa.
Durante este período, estive algumas vezes aqui no Brasil, para diferentes atividades e/ou férias. Procurava acompanhar a situação no Brasil, pelos meios de comunicação e as redes sociais.
Como o senhor vê essa sua nomeação, como Diretor Nacional do Movimento?
Como uma surpresa que a Providência Divina me preparou. Não esperava ser nomeado para esse cargo, achava que ele deveria ser exercido por gente mais jovem. Esperava menos ainda, logo na chegada, depois de uma ausência tão prolongada do Brasil.
O que faz um Diretor Nacional do Movimento?
Segundo as Diretrizes do nosso Movimento, compete ao Diretor Nacional coordenar pessoas e aglutinar forças. Com o tempo, vou querer responder também à pergunta: o que o Movimento faz de um Diretor Nacional? Com isso quero dizer que, ao interagir com o Movimento, as diretrizes são linhas de orientação. Mas, é a vida que vai dizer o que vou fazer.
Como o senhor deseja desempenhar essa tarefa?
Colocando à disposição do Movimento tudo o que sou e tenho, com muito diálogo e muito tempo para escutar. Quando falo de “Movimento” quero entender todo o seu conjunto: Comunidades, Ligas Apostólicas e Movimento Popular.
Penso que a Central Nacional é o coração educador do Movimento, que impulsiona a vida para que circule, motiva e inspira ações e iniciativas que surgem, mantém a atenção aos sinais dos tempos em sintonia com a Igreja, e orienta a caminhada à luz da espiritualidade e dos objetivos do Movimento.
De que modo, suas tarefas nos últimos anos o prepararam para isso?
Fornecendo-me elementos para descobrir, conhecer e avaliar cada vez melhor o Movimento, em suas diferentes formações, iniciativas e desdobramentos. Penso, neste contexto, no contato com os meus irmãos de Comunidade (Padres de Schoenstatt), que atuam no Movimento em âmbitos culturais diversos (África, Índia) e a reflexão sobre isso. Penso também na minha participação nos grandes eventos internacionais do Movimento (Jubileu 2014, Congresso de Hoerde, etc.). Penso, finalmente, na minha atuação com as famílias, embora limitada no tempo e no espaço, acompanhando famílias brasileiras residentes na Europa. Tendo uma visão bem ampla de igreja, de Movimentos e projetos em âmbito internacional.
Proporcionando-me um crescimento pessoal no autoconhecimento e no exercício das minhas aptidões, insuficiente por certo, mas, quero crer, progredindo. E mais recentemente, tendo que ocupar-me intensamente com a causa pela canonização do Sr. João Pozzobon.
Segundo sua experiência internacional: O que, como Movimento no Brasil, podemos aprender de outros países?
Ao responder a essa questão poderei ser injusto com algumas pessoas ou grupos. Mesmo assim me atrevo a dizer duas coisas:
- Parece-me que podemos aprender a ser mais empreendedores, entregando mais da nossa riqueza pedagógica e espiritual.
- Nossas comunidades (Institutos e Uniões) podem aprender a trabalhar mais em conjunto.
Na sua opinião: Que contribuição específica podemos dar para as metas definidas no Congresso de Pentecostes?
A essa questão só posso dar uma resposta teórica, dado que não estou ao par da contribuição que o Brasil já está dando às metas do Congresso de Pentecostes.
Em primeiro lugar, eu diria que nossa contribuição consiste em assumir essas metas, pois elas são uma voz de Deus para nós, como Movimento no Brasil.
A contribuição específica nossa será dada a partir de experiências especificamente nossas, que vamos fazendo com o nosso empenho pelo Carisma, com nossa forma de viver em sinodalidade e diálogo, com nossas respostas aos nossos desafios, segundo a idiossincrasia do nosso povo.
Quero dizer também que vejo algumas das metas do Congresso de Pentecostes como oportunidades muito imediatas para nós: integração da juventude, diálogo com outros carismas e trabalho em rede.
Por outro lado, o Congresso nos desafia a sermos inovadores. O que significa “renovar o carisma de Schoenstatt num modo pedagógico, aberto e sinodal” ainda está por ver-se.
Tenho a felicidade de ter o Pe Antônio Bracht como meu irmão… ele foi a concretização do grande sonho de minha mãe de ter um filho sacerdote… e é motivo de grande e santo orgulho para todos nós da família. Acho que esta nomeação como Diretor Nacional do Movimento no Brasil é justo e merecido por toda dedicação a Schoenstatt. Rezo por ele para que Deus lhe conserve com força e saúde para bem desempenhar esta função…
Que presente para um filho e com certeza a Mãe lá de cima, também está orgulhosa e segura a essa missa dada ao nosso querido Padre Antônio. Sou do movimento de famílias brasileiras aqui na Alemanha e me admira saber que grandes tarefas foram repassadas a uma pessoa tão sábia, tão ponderada e tão responsável com o movimento, com os valores familiares e com as homilias e as palavras mais sábias, belas, as quais nos alegravam aqui. Saber que ele está em casa (Brasil), e saber que ele poderá transmitir muito de suas experiências para tantos outros, me faz muito feliz. O novo é interessante, mas a sabedoria dos mais experientes, com certeza irá nos fortalecer ainda mais como família, como movimento, pois a visão é bem mais ampla.
Mais uma vez, gostaria de agradecer a Deus e por intercessão de nossa Senhora, por ter enviado o nosso querido Padre Antônio para responsabilidades no Santuário Original na Alemanha, por todos os seus projetos aqui realizados, e guiados por nossa Senhora. Agradecê-lo também pelo acolhimento a tantas famílias, pelas belíssimas e sábias palavras direcionadas a tantos casais. Sua sabedoria em nos ensinar a viver e nos portar como verdadeiros filhos de Deus. Que possamos hoje rezar por ele, para que ele prossiga sua caminhada, levando consigo, todas as experiencias aqui vividas, transformando outras vidas e reestruturando o lar de muitas famílias.