“Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.” (Mt 5, 13)
Vamos meditar sobre o Evangelho deste V Domingo do Tempo Comum? Veja a reflexão que o Pe. Carlos Padilla Esteban nos propõe:
“Hoje Jesus me lembra de que eu sou o sal da terra. Não sou chamado apenas para acender uma luz no escuro. Jesus quer que eu não esqueça de que sou o sal que conserva os alimentos e realça o seu sabor: “vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insosso, com o que se salgará? Só serve para ser jogado fora e pisado pelas pessoas”.
O sal preserva os alimentos e evita que estraguem. É assim que Jesus quer que eu ajude a manter a fé em meus irmãos. Ele quer que eu conserve bons costumes e o amor nas pessoas ao meu redor. Ele quer que eu guarde a verdade em que acredito, que não a deixe de lado e não me deixe corromper. É fácil cair na corrupção. Quando me afasto de Jesus, que é vida, vem a morte. Ele me ajuda a viver plenamente.
Quero manter as coisas importantes em meu caminho. Não esquecer dos valores em que acredito. Seja estável e fiel àquilo com que me comprometi. O sal mantém a verdade em estado puro. Não me deixo tentar, não me deixo levar.
Manter a simplicidade
Eu gostaria de manter a simplicidade em minha alma. Santa Teresinha escreveu falando da Madre Superiora:
“Ela me disse rindo no recreio: – Minha filha, parece-me que você não deve ter muito o que dizer às suas superioras. – Por que diz isso, Madre? – Porque sua alma é extremamente simples. Mas quando você for perfeita, ela será ainda mais simples. Quanto mais alguém se aproxima de Deus, mais se simplifica. A boa Madre tinha razão”.
Eu quero aspirar a ser simples. Complicações me deixam doente. Quando me enrolo em meus sentimentos e ideias confusas, perco a paz interior e paro de aspirar ao maior. É preciso ter simplicidade ao enfrentar as complicações da estrada. Como dizia a escritora D. E. Stevenson: “o importante não é o que acontece com você, mas como você reage”. A simplicidade me ajuda a levar as coisas bem, sem pensar muito nelas.
Trazer sempre o melhor
Ao mesmo tempo, o sal traz à tona o sabor oculto na comida. Ser sal neste mundo é trazer à tona o que há de melhor em cada pessoa. Às vezes, há aqueles que trazem o pior de mim com seus comentários, com seus julgamentos e críticas. Mas, ao mesmo tempo, conheço pessoas que trazem a minha melhor versão e me ajudam a ser melhor.
Essa é a dádiva do sal que torna minha vida mais saborosa e também a vida das pessoas ao meu redor. O sal traz o melhor em todas as situações. Ele sabe tirar o bem do mal. Mas se o sal perder o sabor, não serve para nada e é jogado fora.
Quero que minha vida valha a pena e que mereça ser vivida. Santidade é o que Jesus espera de mim. Mas não para me orgulhar da minha pureza, da minha impecabilidade, pois o orgulho me afasta do ideal. Quero ser santo para ajudar a contribuir para a pureza da Igreja. Uma santidade em que a fraqueza se assume na luta. Sou fraco, mas Jesus pode santificar meu caminho. Preciso do Espírito Santo para ser melhor, para ter um coração mais puro, maior e mais santo.
Uma forma de viver a vida
A santidade é um dom de Deus. Não sou o sal da terra porque tenho essa capacidade. Não posso impedir a corrupção com “meus grandes méritos”. Tudo é um presente de Deus de que eu preciso para viver.
A santidade é uma forma de viver a vida. Não é o objetivo, é o caminho. Ser santo é algo que busco com humildade, na minha pobreza, na dor do meu pecado. Eu toco a misericórdia como um dom e me levanto de onde caí. Também sou corrupto em parte, como todo mundo. Preciso que Jesus venha com seu sal, com sua salvação, com sua santidade para mudar minha alma. Esse dom de Deus em mim faz minha vida valer a pena.
Minha atitude cria ambientes de Céu, não ambientes de pântano. Críticas e julgamentos sempre corrompem meu ambiente. Mas o olhar positivo, a análise válida sobre os outros os eleva e os torna pessoas mais capazes, melhores.
Gosto de pensar que a vida é uma dádiva e que posso tornar os outros melhores, com meu olhar, minhas palavras, meus gestos e meus silêncios. Meu amor muda as pessoas. Meu amor é luz e sal da terra.”