A Quaresma é uma ocasião oportuna para aproximar-se de Cristo, conhecê-Lo melhor e tornar-se mais semelhante a Ele. Por isso, a cada domingo deste tempo litúrgico, vamos refletir sobre a pessoa de Nosso Senhor e os meios que podemos empregar para configurarmo-nos a Ele.
Todas as meditações serão retiradas do livro Cristo Minha Vida, uma coletânea de textos do Pe. José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt. Neste primeiro domingo, contemplamos Cristo como a meta e a força de nossas vidas. A seguir, confira o texto:
Ser Cristo – tornar-se Cristo
Qual é a grande meta da vida, a meta da auto-educação e da educação alheia? Cristo! Cristo, assim como Ele vive na Mãe de Deus. Como se chama a força vital que nos quer ajudar a tornar-nos um “alter Christus” (um outro Cristo)? Tornar Cristo presente, não só formar Cristo em nós, mas também ter intimidade com Cristo? Cristo, como Ele vive na Mãe de Deus!
Como se chama o estilo de vida a que queremos aspirar para o futuro? A resposta é a mesma: é Cristo! Cristo a meta; Cristo a fonte de força; Cristo, o estilo de vida exterior e interior, mas sempre num único grande ponto de vista, como Cristo o viveu em sua Mãe bendita, como Cristo o viveu em sua Esposa e Auxiliar. Um mundo sumamente belo, um mundo grande, um mundo fecundo que nos atrai, mas que também quer e deve ajudar-nos a realizar o grande programa do ano, o programa da vida.
Cristo, a grande meta de nossa vida
(…) Quero assumir a forma de Cristo. Sabem, afinal, o que isso quer dizer, o que significa Cristo para a educação do mundo, para nosso povo e nossa Pátria, o que significa Cristo para nosso pequeno povo, o povo de nossa Família? A única grande meta da educação à qual todos devemos aspirar! E se falamos assim tão fortemente e sempre repetimos que é a Mãe de Deus, a pequena Maria, então sabemos que Ela é sempre a pequena Maria formada em Cristo, é sempre Cristo como Ele se reflete no espelho de sua Mãe e Esposa, como brilha para nós na Mãe de Deus. Isto nós nunca esquecemos: para nós a Mãe de Deus é sempre a Esposa e a Auxiliar de Cristo. […]
Cristo, a grande força para a vida
Mas Cristo não é somente a grande meta da vida; Cristo é também a grande força da vida. Sabemos o grande milagre que deve acontecer em nós até que o ve-lho Adão morra mais e mais, até que sejamos realmente Cristo. Ou, como falamos já tantas vezes: quanto traba¬lho temos até que dispamos a “Eva e nos revistamos da “Ave”! Quem é esta “Ave”? É sempre a pequena Maria formada em Cristo e que forma Cristo.
E onde se situa a fonte de força? Cristo não nos disse: “O grão de trigo deve antes cair na terra e morrer. Caso contrário ele fica sozinho” (Jo 12,24)? Quem é esta semente? É Cristo. Aqui Ele pensa em si mesmo: primeiro devo ser lançado à terra, devo morrer. Mas se a semente morrer, produzirá muito fruto. Onde estão os frutos desta morte do Homem-Deus? Somos nós. São os outros “Cristos” as “figuras de Cristo”. Qual é a raiz, a fonte, do nosso tor¬nar-nos Cristo, do nosso ser Cristo? E o próprio Cristo, o Cristo crucificado, mas também o Cristo transfigurado. Por isso, sob todos os pontos de vista: quem quiser tor¬nar-se Cristo deve sempre colocar Cristo no centro de sua vida, de seu amor.
E onde vem ao nosso encontro este Cristo crucificado e transfigurado, que é a raiz, a partir da qual a árvore cresce? Principalmente na liturgia e, durante a liturgia, no seu ponto culminante, na sagrada Eucaristia. Por isso não devemos ser apenas “filhos de Cristo” mas devemos tornar-nos “filhos da Eucaristia”, amantes apaixonados da sagrada Eucaristia. Esta é a raiz. Quanto mais forte for a raiz, quanto mais procurarmos a união com Cristo, como ela se apresenta vivamente na liturgia, tanto mais poderemos e deveremos esperar que Cristo realmente assumirá forma e vida em nós.
FONTE:
KENTENICH, J. Cristo Minha Vida. São Paulo: Instituto Secular Padres de Schoenstatt, 1997.