Debora Dalegrave* – No dia de hoje, “Dia da Mentira”, fazer uma real reflexão sobre a sinceridade, sobre sermos autênticos e transparentes ao nosso ideal, nos remete ao resgate da nossa alma autêntica, de sermos sinceros com a nossa essência, com os planos e desígnios de Deus para a nossa vida.
Ser sincero
Ser verdadeiro, autêntico pode ser o grande desafio da nossa época! Época que nos “grita” para sermos aceitos, para irmos com a massa; que “grita” para acharmos tudo normal e que confunde o sentido da palavra liberdade. Ressaltando que sinceridade e autenticidade não são sinônimos de pessoas que falam tudo o que querem e “podem”.
A verdade, floresce de uma alma autêntica e sincera, capaz de reconhecer suas fragilidades, suas potencialidades, de se expressar e ser condizente aos seus valores. Ser verdadeiro é ser leal, não se esconder atrás de armaduras, para se enquadrar a um grupo ou estereótipo.
Ser verdadeiro é ser sincero diante de Deus, se apresentando diante do Senhor do jeito que está vivendo, passando, sofrendo e enfrentando a vida, é não ter medo de assumir aquilo que somos, é nos deixar educar pelo amor de Deus, o qual cura, salva e transforma o que é vivido e assumido.
A verdade envolve quem você é
Quando somos verdadeiros, conquistamos nossos espaços, desbravamos nossos medos, superamos nossas próprias expectativas, pois estamos conectados com a nossa essência, com a nossa alma, estamos conectados com Deus. Se nos escondemos, estamos ocultando nossas potencialidades, ocultando os presentes que Deus nos concedeu.
É necessário termos coragem de assumirmos a verdade, pois como nos diz Pe. Kentenich, “A verdade indica ao homem o lugar que lhe compete”. Ele diz também que nos encontramos numa época de mudança e é preciso superar o fenômeno da desintegração do homem em si mesmo (desintegração do intelecto, da vontade, do coração) e a desintegração do homem e suas relações (o homem coletivista, individualista, vitalista, economicista e esteticista).
Mas, como ser uma pessoa verdadeira?
Ser autêntico exige um encontro consigo mesmo, um reconhecimento das nossas fragilidades, limitações e fracassos. Estamos em constante evolução, mudamos de opiniões, estilos.
Ser verdadeiro é reconhecer a nossa grandeza a partir da raiz: somos filhos de Deus. Assumir os nossos dons e talentos. Sabemos que isso pode não ser uma tarefa, simples e fácil. Mas, é possível.
Tire um tempinho, no dia de hoje, e responda com sinceridade, essas questões, que podem lhe auxiliar a reencontrar com a sua alma autêntica:
– Quem sou eu realmente?
– O que mais me preocupa quanto ao futuro?
– Do que eu realmente tenho medo?
– O que mais importa na minha vida?
– Como tenho me doado ao que considero mais importante na minha vida?
– Qual é o meu valor?
– Que pequeno ato de bondade uma vez fizeram por mim e eu nunca esquecerei?
– O que eu preciso mudar quanto a mim mesmo?
– Que pessoa teve a maior influência na minha vida?
Com essas respostas, devemos analisar e não nos julgar. Parabenizar-nos por termos dado esse passo tão importante, que pode nos ajudar/auxiliar na luta pela nossa autenticidade. Virtude esta que se conquista a partir do respeito à identidade individual, cultivada pela autoeducação. Afinal, cada um de nós sabe das suas dores e apreensões.
Ser simplesmente o que realmente somos
Mas, cada um de nós sabe também da sua força de superação, de tudo que já passou e venceu. Por isso, lembremo-nos: Eu sou único e especial! Tenho um ideal, vinculações e alianças fortes, nas quais se pode confiar. Preciso agir, pois o bom Deus está comigo sempre, num constante dar e receber. É preciso estarmos abertos para reconhecer os seus milagres em nossas vidas. Só depende de nós sermos terra limpa e fecunda, sermos verdadeiros, autênticos – não ir com a massa – sermos transparentes: Ser simplesmente o que realmente somos.
Referência:
A Riqueza do Ser Puro, Pe. José Kentenich, 2001, 3ª edição, Movimento Apostólico de Schoenstatt.
* Débora e seu esposo Regis Titon pertencem à Liga das Famílias de Schoenstatt, em Frederico Westphalen/RS