Hoje, 25 de abril, é dia do profissional que trabalha com o controle de nossas finanças. Uma profissão necessária que, muitas vezes, tem que lutar bravamente pela ética. Só o contabilista sabe qual é seu saldo diário colocado no investimento do Capital de Graças. Hoje, a voz é deles neste site:
Louriano e Márcia Barros* – O dia da contabilidade foi instituído em homenagem ao Senador João Lyra Tavares, que no dia 25 de abril de 1926, defendeu a regularização da profissão contábil, passando a ser considerado patrono da Contabilidade Brasileira.
Mas o que é e o que faz a contabilidade?
Na definição do Prof. Hilário Franco, a contabilidade é “a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica”
A contabilidade está em todo lugar, desde um controle financeiro pessoal até em empresas multinacionais, adquirindo cada vez mais importância no cenário atual. Como em muitas outras áreas profissionais, ela é constituída por normas que regulam os relacionamentos, sejam eles com os demais colegas de profissão, com a sociedade e clientes. Sendo indispensável para as empresas e a sociedade num geral.
Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade, de 07 de fevereiro de 2019, é dever do profissional contábil “exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observando as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação vigente, resguardando o interesse público, os interesses de seus clientes ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais.” Sendo o profissional contábil indispensável para as empresas e a sociedade em geral, visto o impacto que os seus atos trazem e afetam a vida das pessoas, se espera desse profissional uma atitude responsável e de transparência.
Qual é a resposta do profissional cristão schoenstattiano diante dos desafios éticos?
Podemos dizer que a ética é algo que cada ser humano traz em seu íntimo, é o que norteia sua conduta e consciência moral direcionando suas ações para o certo ou errado, para o bem ou para o mal. Diante de tantos embates éticos-morais, por muitas vezes, como profissional, nos deparamos com situações que exige de nós uma resposta à luz do nosso ideal e de nossa Aliança de Amor, nos colocando muitas vezes ao lado oposto da sociedade. Dentre muitas referências que temos em nosso Movimento Apostólico de Schoenstatt, damos destaque ao Dr. Fritz Kuhr.
Dr. Fritz Kuhr foi um profissional dedicado as ciências políticas e cofundador da Obra das Famílias de Schoenstatt. O livro Dr. Friedrich Kuhr – uma Biografia, do autor Norbert Martin, nos relata algumas situações, onde observamos o ser profissional do Dr. Kuhr, pautada pela ética e moral Cristã, antes mesmo de conhecer o Pe. José Kentenich em Dachau. Cita Norbert Martin, que Dr. Kuhr aceitou um convite para se tornar chefe da imprensa no Ministério das Finanças por ocasião da reforma governamental daquela época, porém foi chefe por poucos dias. Em conversas com amigos declarou ele, Dr. Kuhr, que sentira pessimamente e que não seria capaz de se adaptar à burocracia reinante no ministério.
Teria ele passado por um embate ético moral?
Evidente que neste caso só podemos ficar no campo das deduções, mas, diz muito a respeito do perfil profissional do Dr. Kuhr. Em outra citação, o autor relata mais um momento importante, o Dr. Kuhr trabalhava no desenvolvimento de conferências para incentivo da Cultura Política. Ele se dedicava às questões econômicas, políticas e sociais, e apesar de tratar de temas sensíveis como liberalismo, coletivismo, individualismo, comunismo, marxismo e nazismo, polemizava sobre os temas com base na doutrina social da igreja pautada principalmente nas encíclicas dos Papas.
Como agir em situações de conflito ético
Aqui damos destaque ao profissional de contabilidade por ocasião especial, no entanto, poderíamos falar de muitas profissões e seus códigos éticos, acreditamos que é de suma importância e indispensável para todo o cristão a moral cristã. Na prática, em situações de conflitos éticos fazer um questionamento como Cristo e Maria agiriam em tal situação.
O Pe. Rafael Fernandez, na fala que “A moral cristã nos apresenta um ideal alto e sublime ‘Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai celestial’ (Mt 5,48). Isso nos pede que nos comportemos de acordo com o que somos: filhos de Deus, membros de Cristo e templos do Espírito Santo. A moral cristã não é uma norma ou uma lei que se impõe a partir do exterior ou pela força. É algo que brota de nosso próprio ser.” (Livro: Vivendo em Aliança, página 187)
Pela Aliança de Amor com Maria somos chamados a colaborar na renovação religiosa e moral no mundo. Que o atuar do profissional cristão schoenstattiano seja reflexo desse compromisso com a MTA.
“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Col 3, 23-24). Devemos encarnar o nosso Cristianismo na vida cotidiana, exercendo nossas tarefas com dignidade, zelo, honestidade, cuidado e dedicação.
* Louriano e Márcia pertencem ao Instituto de Famílias e ela é profissional da contabilidade