Ir. M. Rosequiel Fávero – Estamos no mês de maio. Sabemos que a tradição de celebrar o mês de maio como mês mariano começou, na idade média, em alguns países da Europa, especialmente na Itália e na Alemanha. Os imigrantes italianos devem trouxeram consigo, ao Brasil, essa tradição de dedicar ainda mais amor à querida Mãe de Deus no mês de maio.
Um amor aprendido na infância
Criado numa colônia italiana (São João do Polêsine/RS), João Pozzobon cresceu num ambiente religioso e mariano, com a oração diária do terço. Aprendeu a valorizar especialmente o mês de maio, com os cantos e procissões dedicadas à Maria. O amor à Nossa Senhora foi algo que o acompanhou até o final de sua vida e que transparecia na sua pessoa. Tudo nele se reportava à Mãe de Deus.
Por exemplo, vestia-se em terno e gravata, não importava o clima e aonde andava, em honra “àquela” que ele levava sobre s ombros. Por amor à sua Mãezinha rezava muitos terços diários; teve a inspiração de pintar a sua casa por fora de cor de rosa porque, segundo o próprio João Pozzobon, a casa “não era dele, mas de Maria”.
Dois acontecimentos de sua vida falam de seu extraordinário e, ao mesmo tempo, simples e filial, amor a Maria:
A gente não se cansa de quem ama
Certa vez, em julho de 1984, um grupo de jovens da Jufem (Juventude Feminina de Schoenstatt) que participava de uma jornada em Santa Maria/RS, foi conversar com João Pozzobon em sua casa. Ele recebeu as jovens junto da ermida da MTA. Não contendo a curiosidade, elas perguntaram se era verdade que ele rezava 15 terços por dia. “O Sr não se cansa de repetir tantas vezes a Ave-Maria?”, perguntaram admiradas. João Pozzobon, com um sorriso ‘maroto’ perguntou-lhes: “Vocês, meninas, se cansam do nome do rapaz a que vocês ‘querem bem’? Não escrevem o nome dele nos cadernos, nas capas dos livros e até nas cascas das árvores”? Envergonhadas e sorridentes afirmaram que era assim mesmo. João Pozzobon continuou: “Pois como eu vou me cansar de repetir o nome de Maria, a quem eu tanto amo? A gente não se cansa de quem se ama”.
O primeiro olhar é para Ela
Nos últimos meses de sua vida, João Pozzobon fez uma operação nos olhos (cataratas). Ainda no hospital, quando retiraram a proteção dos olhos, João Pozzobon permaneceu alguns instantes, conscientemente, de olhos fechados. Pegou no bolso uma pequena imagem da Mãe e Rainha, colocou diante de si e, só então, abriu os olhos, com um grande sorriso nos lábios. “A primeira que quero ver é a ‘Mãezinha’. Depois, as outras pessoas”[1].
Certamente, uma preciosa herança que João Pozzobon nos deixou é seu amor e dedicação à Nossa Senhora, como uma pessoa muito próxima, como a ‘Mãezinha’, como ele costumava chamá-la. Não é à toa que um dos cantos que mais lhe agradava era ‘Mãezinha do Céu’, que – provavelmente – é o primeiro canto mariano que aprendemos, ainda no colo materno. Neste Dia das Mães no Ano João Pozzobon, aprendamos dele a saudar e amar Maria como a ‘Mãezinha’ que nos abriga em seu coração e com quem selamos uma Aliança de Amor.
[1] João Luiz Pozzobon, Peregryno e Missionero de Maria, p. 354.
Publicação de origem: maio de 2020
Maravilhoso exemplo de fidelidade e amor a nossa querida MTA