Suzana Guariente* – Imaginar a nossa vida atual sem a internet parece ser impossível já que a tecnologia hoje é indissociável e se encontra onipresente no cotidiano da humanidade no século XXI. Quem ao longo do dia não recebe diversas mensagens pelos aplicativos de comunicação e também se sente bombardeado com tantas informações nas redes sociais?
Este fenômeno de ter acesso às mais diversas ferramentas online é conhecido por hiperconectividade. Não é de se espantar que, em nosso país, os hábitos digitais excessivos são recorrentes como mostram os dados de uma pesquisa, do ano de 2022, encomendada por uma empresa de cibersegurança, a NordVPN, que revelaram que o brasileiro passa 91 horas online por semana.
Você já parou para refletir?
Quanto tempo da sua semana você gasta conectado?
Não se pode negar que a internet trouxe grandes vantagens e facilidades nas relações humanas, mas também podem ser pontuadas algumas desvantagens como o fato de a praticidade no modo de se obter informações acaba tornando o ser humano em um ser imediatista, sem paciência e com dificuldades de concentração.
Além disso, faz-se necessário assinalar que o tempo ilimitado de acesso à internet pode trazer consequências negativas na saúde mental, como ansiedade e depressão, em decorrência de diferentes fatores, como o receio de julgamento e ataques por conta do conteúdo postado em seus perfis, a excessiva cobrança para se manter ativo online, a insatisfação com a própria vida pela comparação com as de outras pessoas, entre outros.
Diante desses prejuízos relatados, então, a solução é não usar mais a internet e as ferramentas tecnológicas que dispomos?
O nosso Pai e Fundador pode não ter conhecido e experimentado viver em um mundo online, porém suas palavras no documento de pré fundação, em 1912, nos trazem pistas do caminho a ser seguido neste contexto atual.
“É preciso decidir! Para a frente ou para trás! Para onde?
Vamos então retroceder! Teremos, portanto, que voltar à Idade Média, arrancar os carris, cortar os fios dos telégrafos, abandonar a eletricidade às nuvens, devolver o carvão à terra e fechar as universidades!
Não, nunca! Não queremos fazer tal coisa, não devemos fazê-lo, não podemos fazê-lo. Então avancemos! Sim, avancemos na pesquisa e na conquista do nosso mundo interior através de uma auto-educação consciente dos seus objetivos. Quanto maior o progresso exterior, maior o aprofundamento interior. É este o brado, o lema que está a ser propagado por toda a parte, não só entre católicos mas também no campo inimigo.
Também nós queremos seguir estas aspirações modernas – na medida da nossa própria formação. O grau do nosso progresso no domínio das ciências tem que ser o grau do nosso aprofundamento interior, do crescimento da nossa alma. Caso contrário, cria-se também no nosso interior um vazio enorme, um abismo tremendo que nos faz sentir profundamente infelizes”.
Assim devemos seguir, usar o avanço da ciência e da tecnologia para o bem comum, mas não nos deixar ser dominados e, para isso, a adoção de estratégias no dia a dia podem nos auxiliar no uso equilibrado das ferramentas do mundo online e ter tempo para cultivarmos o nosso interior para estarmos verdadeiramente conectados e atentos com os planos Deus Pai para a nossa vida.
Algumas sugestões para o tal do equilíbrio:
– Planejar o tempo de uso: colocar prazos de tempo por dia para a utilização das redes sociais. Se há dificuldade de cumprir este propósito, há a possibilidade de utilizar aplicativos que conseguem bloquear o acesso às redes conforme o programado. Se o uso tem sido excessivo, por que não colocar como ponto a ser praticado no horário espiritual?
– Fazer pausas: se você trabalha conectado, é fundamental pausar, caminhar e alongar o corpo algumas vezes ao longo do dia.
– Executar uma coisa de cada vez: muitas pessoas têm o hábito de abrir diversas abas no navegador para consulta, o que pode levar a exaustão, cansaço mental e dificuldade de se concentrar. Assim, é recomendado e mais saudável iniciar e terminar uma tarefa de cada vez, para focar a atenção em uma única atividade.
– Respeitar o horário de dormir: é importante estabelecer um horário para se desconectar à noite. Idealmente se recomenda ao menos 1 hora antes de se deitar não mais ter acesso às telas, pois a luminosidade dos aparelhos eletrônicos pode prejudicar o sono.
– Buscar atividades presenciais: o contato direto com as outras pessoas é insubstituível e enriquece, além de fortalecer os vínculos familiares e de amizade.
– Ser crítico: há uma infinidade de informações na internet e é preciso discernimento para verificar a veracidade dos fatos para não sermos enganados por ‘fake news’, por isso sempre consultar fontes confiáveis.
E aí você já consegue colocar em prática o uso equilíbrio e consciente da internet?
*Suzana Guariente é médica psiquiatra, membro do Movimento Apostólico de Schoenstatt em Londrina/PR
Saber e usar a internet para o bem comum.E benção sobre bencao.Deus nos criou a sua imagem e semelhança. Saber usar o livre arbitrio e graça .Peço ao Esprrito Santo esta graça para toda a humanidade. Amem