Ir M Rosequiel Fávero/Ir. M. Nilza P. da Silva – O Congresso de Outubro, no Regional Tabor, reúne 115 participantes, vindos de 7 dioceses, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Preparação em sinodalidade
“Sempre me chama a atenção o envolvimento e a capacidade das nossas lideranças e neste congresso não foi diferente. Já na preparação trabalhamos juntos – a equipe de assessores com os presidentes dos conselhos diocesanos – como temos feito nos últimos anos. E na execução das tarefas durante o congresso, desta vez sugerimos que cada diocese assumisse espontaneamente a partir de uma lista. A adesão foi muito positiva,” expressa o Pe. Clodoaldo Kamimura, Diretor Regional. Ele continua: “O pessoal que assumiu as oficinas as realizou com muito esmero. Parabéns pela juventude que assumiu uma das oficinas, a vivência do sábado à noite entre outras tarefas e sobretudo pela sua participação ativa. Fico muito contente com a iniciativa que tiveram de se reunir entre eles para discutirem suas inquietudes e traçarem propósitos comuns para o futuro”.
A grandeza e o significado do 31 de maio de 1949
Ir. M. Claudete Rauen e Ir. M. Eliane Cunha coordenaram o trabalho, na manhã de sábado, chamando a atenção para o significado do terceiro marco da história de Schoenstatt, o ’31 de maio’, do qual se celebrará os 75 anos em 2024.
“Recordamos o fato histórico do 31 de maio de 1949. O Pe. Kentenich colocou a sua resposta ao Relatório da Visitação sobre o altar do Santuário de Bela Vista (Chile), para desta forma expressar o seu gesto de total entrega e confiança em nossa MTA”, explica Ir. M. Claudete. Com esse ato, ele não quis simplesmente defender a si ou ao Movimento de Schoenstatt, “o que o moveu a escrever uma longa carta ao Bispo de Trier foi porque percebeu nas observações do Bispo, algo que lhe parecia de importância transcendental: um tipo de mentalidade mecanicista que, como uma epidemia, invadia a nossa cultura, minando os alicerces do Ocidente, conduzindo-o a ruína,” completa a Irmã.
O que é o pensar mecanicista
É o contrário do ‘pensar orgânico’, explica Ir. M. Eliane: “Nosso corpo é um organismo. Se, por exemplo, piso numa pedra, não é só meu pé que é afetado. Todo o corpo reage: para ver a pedra, afastá-la do caminho, etc.” Enquanto o pensar orgânico vê tudo num conjunto e vinculado, o pesar mecanicista vê o mundo e a vida como uma máquina, na qual as peças não têm relação uma com a outra e podem ser trocadas sem que a máquina, como um todo, seja prejudicada.
“O que o pensar mecanicista separa?”, pergunta ela e responde: “Quem tem um pensar mecanicista não vincula a própria fé à vida. Por exemplo, o que nos acontece e o que fazemos não tem nada a ver com Deus. Afirma-se: ‘Eu amo a Mãezinha, no Santuário’, mas apoia o aborto, por exemplo. Não vê Deus na criação e nem a possibilidade de se vincular a Ele, por meio dos vínculos naturais, principalmente o vínculo aos seres humanos. O pensar mecanicista separa totalmente o amor aos pais, aos familiares, amigos e também a Maria (que é um ser humano) do amor a Deus.”
Para a participante, Suzana Pignataro, “O pensar mecanicista deteriora a sociedade separando Deus da vida. Deste modo caminhamos para as trevas. Urge que a Mãe e Rainha, no Santuário, coroada Rainha da Filialidade Heroica, eduque seus filhos para a fé prática na Divina Providência.”
O remédio: Filialidade Heroica
As Irmãs apresentam também que o Pe. Kentenich aponta também o meio para se adquirir um pensar orgânico. Na carta citada acima, ele aponta que o “remédio para a doença” do mecanicismo é a atitude filial de entrega a Deus. Por isso, após enviar a última parte de sua carta, em 20 de agosto de 1949, ele coroa a Mãe de Deus, no Santuário Tabor, como Rainha da Filialidade Heroica. Ele rezou: “Aceita a coroa… cuida que todos os filhos de Schoenstatt recebam e conservem, até o fim dos tempos, a graça da filialidade heroica e, com ela, a garantia do elemento essencial de nossa espiritualidade”. Em 2024, celebraremos também 75 anos deste ato.
Um Congresso com a marca da Juventude
O Congresso, neste ano, teve uma participação marcante da Juventude de Schoenstatt, que assumiu, no sábado a tarde, uma oficina e a vivência na noite. Duas atividades permeadas pelo tema: heroísmo.
Durante a oficina, os irmãos Dhulia e Dhiovane Ciganski, da Jufem e do Jumas de Seberi/RS, apresentam de forma leve, mas, convicta, o exemplo dos ‘heróis de Schoenstatt’. Os participantes podiam acessar um QRCode, para descobrir sua semelhança com um herói de Schoenstatt. Foi divertido e instrutivo.
Na noite, o destaque é para os heróis, formados junto ao Santuário Tabor, e o desafio: Seremos nós também uma cruz negra (símbolo de quem entrega sua vida) do Tabor? Durante a adoração eucarística, todos os que desejavam, podiam assinar seu nome numa cruz de madeira, como símbolo da decisão para o heroísmo da Aliança de Amor. Também o jubileu da coroação da Rainha da Filialidade Heroica esteve presente, por uma réplica da coroa que passou de mão em mão.
Rumo aos 75 anos da Rainha da Filialidade Heroica
A manhã do domingo é dedica às reflexões da Família de Schoenstatt por diocese, a fim de se definir metas para o próximo ano. Uma partilha entre todos os participantes concluiu este trabalho.
No envio dos congressistas, no Santuário Tabor, cada diocese recebeu uma maquete de coroa, para configurá-la com sua preparação para o jubileu de 2024.
“Deste Congresso saíram corações muito abrasados e disponíveis. Se nós renovarmos nosso sim dia após dia, daremos muitos e fecundos frutos… Creio que não se acendeu um foguinho que logo se apagará, mas sim um fogo ardente e disposto ao sacrifício. Depende de nós que as chamas que emanam deste grande fogo permaneçam acesas em nosso coração, assim crescerá sempre mais o espírito da Cruz Negra e poderemos presentear de nossas fileiras, desta nossa geração, verdadeiros filhos heroicos em penhor da realização do carisma de nosso Pai e Fundador,” conclui Isabel Klein.
Fotos de Márcia Kazumi