Ir. M. Nilza P. da Silva – “Quando você terminar de ler essa coluna, um palestino terá perdido a vida… Existe ainda 50% de chance de que seja uma criança. Apenas nas últimas 24 horas foram 756 vítimas que morreram.”1 Assim começa o artigo de um colunista de um dos sites de notícias mais vistos no Brasil, indicando que a cada hora 15 crianças palestinas perdem a vida, uma média de uma a cada 4 minutos.
Segundo a Câmara dos Deputados do Brasil, a cada dia, uma média de 2.191 crianças são abortadas em nosso país, ou seja, 91 a cada hora, mais de uma a cada minuto.2 Por mais assustador que pareça, esse número é usado para “justificar” que é preciso ampliar a lei que permite o aborto em nossa Pátria. Segundo o último relatório da ONU, publicado em julho de 2023, de 2012 a 2019, 3.601 crianças foram raptadas, sendo a maioria, meninas, vítimas do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.3 Isso significa que a cada 4 dias, 6 crianças são sequestradas como escravas para abuso sexual. O Brasil registrou 202,9 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes de 2015 a 2021, diz boletim do Ministério da Saúde, divulgado em maio deste ano. Ou seja, 92 crianças por dia, uma média de 3 a cada hora.4 Só no Brasil, o uso de imagens de abuso sexual infantil online cresceu 70%, em 2023.5
Se esses dados oficiais lhe impressionou, veja também os documentários, O Som da Liberdade e Duas Vidas.
Ampliemos nossa visão e vejamos junto de cada vítima as suas famílias, feridas, aflitas, num mar de dor que clama por justiça, por amor e misericórdia. Os dados estatísticos não estão aqui para causar a indignação de quem começa a gritar contra os políticos e, em seguida, vira-se de lado, acomodando-se em seu sofá.
O que isso tem a dizer para quem Deus confiou a missão Tabor?
A resposta a esta pergunta precisa sair do campo teórico e ir para a prática. O Brasil precisa de nós. Alguns schoenstattianos estão envolvidos diretamente em ações sociais que visam dar o suporte a mães gestantes, em situações de vulnerabilidade, para que sintam-se fortalecidas para acolher os filhos que chegam. Para ajudar as mães a encontrarem um trabalho, a fim de aliviar a aflição financeira. Outros schoenstattianos e comunidades mantém creches, nas quais milhares de famílias são auxiliadas e as crianças protegidas. O trabalho com a juventude e as famílias, nos diversos ramos e iniciativas apostólicas do Movimento, também ajudam milhares de pessoas a encontrarem o sentido da vida e educarem-se como personalidades livres, religiosas, a serem líderes que influenciam vidas. Tudo isso é envolvimento direto que auxiliam também na proteção de crianças, na segurança e realização das famílias.
Mas, cada um pode refletir se por meio desses dados Deus lhe pede algo a mais…
Cultivar o amor na família é proteger a criança
Não é preciso repetir aqui tudo o que nosso Fundador, Pe. José Kentenich, fala sobre a importância da família. Há neste site um bom conteúdo sobre isso. Os dados apresentados ajudem-nos a perceber a dimensão gigantesca que tem nossos esforços para viver bem o amor que nos une como família. Ouçamos nosso Pai e Fundador:
“Hoje a família deve substituir o seminário. É o exemplo do pai que inspira a religiosidade, não um processo intelectual. Quando a criança observa que o pai é coerente, que reza, que cumpre o que diz, isso a marca, a desperta; isso dará o fundamento ao que o pai construiu. Na rua e na escola, a criança vê muitas coisas diferentes, por isso a formação do seu caráter depende decisivamente do nosso exemplo.
Precisamos da Mãe de Deus para que proteja as crianças enquanto brincam. Precisamos dela e do seu auxílio para a saúde física e mais ainda para a saúde espiritual dos filhos. Graças a nossa Aliança de Amor com a Mãe levamos para casa, de certa forma, o ar saudável, o ar de Schoenstatt. É muito importante formar famílias de Schoenstatt religiosas até as últimas fibras.”6
Família Tabor, transfigura hoje a realidade!
Logo mais, como Família de Schoenstatt no Brasil, teremos outro lema que dará o norte para nossas atividades apostólicas. Mas, com certeza, o conteúdo do lema atual vai continuar. Olhando para os dados no início deste artigo, colocamos a mão no pulso do tempo e ouvimos o pedido do coração de Deus: Família Tabor, transfigure hoje esta realidade.
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Fontes:
1 https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/10/26/sob-os-escombros-de-gaza-a-onu-e-sua-utopia.htm?cmpid=copiaecola
2 https://www.camara.leg.br/tv/445740-aborto-e-um-dos-principais-causadores-de-mortes-maternas-no-brasil/
3 https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/07/trafico-de-pessoas-exploracao-sexual-e-trabalho-escravo-uma-conexao-alarmante-no-brasil
4 https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/05/18/brasil-registrou-2029-mil-casos-de-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-de-2015-a-2021-diz-boletim.ghtml
5 https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-05/imagens-de-abuso-sexual-infantil-online-crescem-70-no-Brasil-em-2023
6 Pe. Kentenich, para a União de Famílias, em 1950 (Bundestagung)