Vinícius Cruz – A Igreja celebra hoje a Catedral de Roma e a mais importante das quatro basílicas maiores: A basílica de São João de Latrão, igreja-mãe de todas as igrejas católicas, por ser a sede do Papa, o bispo de Roma.
Construída por Constantino em 314, a mais antiga igreja do Ocidente abre hoje as celebrações de seus 1700 anos de história, que se concluirão dia 9 de novembro de 2024. Ela foi reconstruída várias vezes por causa de incêndios, terremotos e saques. Tem uma fachada imponente, um interior ricamente decorado e um batistério histórico. Uma igreja constantemente renovada é o ponto de unidade para católicos dos cinco continentes.
Assim como a basílica de São João de Latrão, o Movimento Apostólico de Schoenstatt é uma obra antiga e sempre nova, que tem uma história de fé e de provações, que tem uma missão universal e uma identidade própria, que tem uma beleza exterior e uma riqueza interior, que tem uma origem na inspiração divina e uma livre decisão humana.
Schoenstatt na Igreja e para a Igreja
O Movimento Apostólico de Schoenstatt é uma obra de Deus na Igreja e para a Igreja. Ele colabora com a missão da Igreja de evangelizar o mundo, levando a todos a mensagem de Cristo, o Salvador. Schoenstatt tem como objetivo a renovação religiosa e moral do mundo, por meio da educação de homens novos, que vivem uma espiritualidade centrada na Aliança de Amor com Maria, a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Unido com a Igreja, à qual pertence, Schoenstatt reconhece e respeita a autoridade e a hierarquia de Roma e busca estar em comunhão com o Papa e os demais bispos.
Pe. José Kentenich, nosso Pai e Fundador, viveu na fé e na unidade com uma Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica Romana, viveu em tempos difíceis, marcados pelas duas guerras mundiais, pelo nazismo e pelo comunismo. Como sabemos, ele foi perseguido, preso e exilado por defender e anunciar a fé e a confiança de que sua Obra vem de Deus. Pe. Kentenich foi um homem de profunda oração, de amor à Igreja e de confiança em Maria. Ele deixou um rico legado de ensinamentos e testemunhos que iluminam a espiritualidade e a pedagogia do movimento.
Schoenstatt é um dom de Deus para a Igreja e para o mundo. Que Maria, a Mãe de Schoenstatt, nos ajude a viver e a transmitir o seu carisma, para a maior glória de Deus e a salvação das almas.
O Fundador sempre percebeu com clareza que a Igreja precisa de pessoas e comunidades formadas a partir do seu interior e não a partir do meio que as rodeava; pessoas e comunidades que no espírito da “liberdade dos filhos de Deus”, conseguem optar com liberdade e de forma pessoal, por Deus. Em união com o Santo Papa e toda a Igreja, Schoenstatt considera que uma de suas principais tarefas é conservar o espírito do Concílio Vaticano II e moldá-lo cada vez mais na realidade. Concretamente trata-se de criar as condições pedagógicas que promovam uma fé viva que seja praticada nas pequenas coisas da vida cotidiana.
Um organismo que une as diversidades
A Obra Internacional é formada por diversas comunidades e ramos, que se unem na vinculação ao Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, o centro de nossa espiritualidade. Essa estrutura orgânica que abrange a vida consagrada e laical em diversas possibilidades e graus de pertença, que reflete a diversidade e a complementaridade dos membros da Igreja.
Pe. Antonio Bracht, Diretor Nacional do Movimento A. de Schoenstatt, no Brasil, fala sobre a característica de Schoenstatt e sua estrutura para a condução da missão do Movimento, como Igreja e em unidade com a hierarquia da Igreja:
”A característica principal da estrutura do Movimento do Schoenstatt é a sua federatividade, o caráter de ser um organismo federativo. Isso significa que todo ele é um organismo, um conjunto. Formado por várias partes, que são as comunidades, as ramificações, os agrupamentos do Movimento, que são partes deste todo. Então, quando cada um é parte de um todo, tem a sua característica própria, a sua relativa autonomia, ao mesmo tempo, tem a participação nesse todo, na riqueza de todos os demais, colaborando e trabalhando sempre. É uma característica forte, porque quando se fala da estrutura do Movimento de Schoenstatt vem primeiramente à vista o que mais a caracteriza: A união de todos. Nesse sentido, a importância da estrutura do Movimento para a Igreja é justamente que a Igreja também é um organismo composto de uma diversidade muito grande de partes.”
O Diretor Nacional diz que a Igreja precisa dessa estrutura para vencer desafios: “Com essa estrutura, a Igreja pode responder tanto aos desafios locais como globais, uma vez que ela é um organismo em todo seu conjunto. A igreja é católica, é universal. A estrutura do Movimento de Schoenstatt segue este modelo típico da Igreja nos tempos de hoje. O mundo também funciona assim, todo interconectado. Portanto, (a unidade na diversidade) do Movimento é uma contribuição para que a Igreja possa ser, sempre mais, esse organismo vivo, universal e local. Com essa estrutura, Schoenstatt também está a serviço da vida e a serviço de uma espiritualidade, que quer animar a vida na Igreja. Sem esse espírito, nenhuma estrutura vive. A estrutura vive porque ela é animada pelo espírito, assim também é com o Movimento.”
A Aliança de Amor anima a vida da Igreja
Pe. Bracht finaliza, dando destaque para a espiritualidade de Schoenstatt: “Nossa espiritualidade, a nossa Aliança de Amor com Maria, no Santuário, é para realizar a missão de Maria. É o espírito que nos anima. Maria leva para a igreja, para as pessoas, para a realidade o seu Filho, o Espírito Santo, como aconteceu na visita à Santa Isabel. Então, nós queremos, com essa estrutura, sustentar esse espírito. Temos linhas em comum que se apoiam e sustentam esse cultivo do espírito que anima a estrutura da Igreja.
Portanto, queremos servir a Igreja com a nossa espiritualidade, cultivando um espírito forte, porque o cultivamos dentro dessa estrutura: Localmente e segundo as características dos desafios locais (comunidades, paróquias e dioceses) e universalmente. Todos juntos e apoiando-nos, todos em solidariedade, juntos com todo o organismo.”
Esta é a nossa missão: Ser a força do amor!
A Basílica de Latrão é para nós um importante e imponente instrumento de unidade na fé e Schoenstatt também faz parte deste conjunto, na estrutura da Igreja Católica, sempre unido com Roma, isto é, em unidade com o Papa. Ser membro de unidade na Igreja também é ser como Pe. José Kentenich, servo de Deus bom e fiel, que conduziu, com êxito e obediência, a sua missão de propagar o Evangelho e vincular a Maria, que é o equilíbrio do mundo. Onde ela chega, chega paz, a alegria, a ternura, a pureza e o amor, pois “Ela é o coração da Igreja”, diz o Pe. Kentenich. E cada um de nós também deve ser esse coração “a força de amor mais profunda possível e por ninguém ultrapassável. O poder de amor que conquista toda a Igreja e a preenche totalmente de heroísmo. A força do amor – esta é nossa missão”1.
1 Schoenstatt e a Igreja – Conferências do Pe. Kentenich em 1965, Trad. Pe. Irineu Trevisan, 1977